Quais foram os 5 melhores shows de 2016 no Brasil?

Quando o Tullio Dias me convidou para essa missão especial aqui no Cinema de Buteco, não pensei que seria tão complicado listar os cinco melhores shows de 2016 no Brasil.

Entre shows que vi como fã ou com o objetivo de produzir conteúdo para o Audiograma, muita coisa boa passou pelos meus olhos recém habilitados por uma tecnologia revolucionária que permite uma visão HD (também conhecida como óculos) e isso contribuiu ainda mais para algumas percepções que antes ficavam mais focadas em elementos chaves e, obviamente, no som. É engraçado como você começa a perceber mais as coisas a sua volta com uma visão mais nítida e isso acaba influenciando em tudo, desde a hora de atravessar a rua até ao show de uma de suas bandas preferidas em um festival.

Em um ano em que vi nomes como Os Novos Baianos, Bad Religion, Simple Plan, Alabama Shakes, Eminem, Alceu Valença e Zé Ramalho, para citar alguns, essa tarefa me pareceu mais difícil. No entanto, abaixo estão em ordem de preferência aqueles que foram os cinco melhores shows de 2016 por mim.

1) Wilco

Uma das atrações do Popload Festival, o Wilco realizou três apresentações no Brasil neste ano e, por toda a carga emotiva e, principalmente, pela qualidade da banda em cima do palco, qualquer um dos shows faria jus a essa lista. Infelizmente eu só vi um deles, mas nada que possa me deixar triste. Com um show de duas horas, ter a chance de ouvir “Misunderstood”, “Impossible Germany” e “Jesus, ETC.” ao vivo me mostraram que o Wilco, que já tinha o jogo ganho antes de entrar no palco, não é daquelas bandas capazes de se acomodar e ser burocrático. Acompanhar cada uma das músicas ao vivo foi uma emoção especial, transformando aquele dia 08 de outubro em um dos mais marcantes musicalmente da minha vida.

2) City And Colour

Belo Horizonte recebeu pela primeira vez o Dallas Green e o seu maravilhoso projeto City And Colour. Para um bom público, a apresentação provocou as mais diversas sensações nos presentes no Music Hall no fim de abril. Com a turnê de divulgação de seu mais recente álbum, If I Should Go Before You, Dallas e companhia não economizaram em um setlist que mesclava faixas do novo álbum com material antigo e aclamado pelos fãs. Ouvir faixas como “Hello, I’m in Delaware”, “Save Your Scissors”, “Wasted Love” e “Lover Come Back” tiveram um sabor especial naquela noite e que dificilmente serão esquecidas.

3) AIR

Com vinte anos de carreira consolidada, o AIR passou por São Paulo em uma apresentação especial no feriado de 15 de novembro. O duo encheu o Audio Club e, apesar do setlist curto, transitou ao longo de sua promissora carreira e não deixou de mostrar ao público brasileiro os seus principais sucessos, deixando felizes todos aqueles que lá estavam, principalmente nas músicas vindas do álbum Moon Safari. Além da entrega do público, foi legal ver que a dupla estava feliz com tudo aquilo, deixando a noite ainda mais interessante e especial.

https://www.youtube.com/watch?v=lC6vZOgYduk

4) The Libertines

Outra das atrações do Popload Festival, ver o The Libertines no Urban Stage serviu como uma volta no tempo. Era uma das bandas mais importantes da minha adolescência tendo o seu nome riscado da lista de shows que eu precisava ver e o melhor, com a sua formação original. Lá estavam Carl Barât, Pete Doherty, John Hasall e Gary Powell com a turnê de seu recente álbum, Anthems For Doomed Youth, bem na minha frente e, ainda que algumas músicas tenham ficado de fora, ouvir coisas como “Boys in the Band”, “Can’t Stand Me Now”, “Vertigo”, “Time for Heroes”, “Music When the Lights Go Out”, “Horrorshow” e “Up the Bracket” ao vivo causaram uma emoção especial.

5) Noel Gallagher

Para fechar a lista, aquele que foi o melhor show do Lollapalooza Brasil deste ano sem qualquer tipo de dúvida. Noel Gallagher entregou ao público que foi até Interlagos um setlist quase que perfeito, deixando até o seu jeito ranzinza de lado para agradar os fãs do Oasis que lá estavam. Claro que, antes, ele alfinetou cada um deles com “You Know We Can’t Go Back”, sendo sutil como de costume. Depois, passou a mão na cabeça dos apaixonados pela banda com “Champagne Supernova”, “Listen Up”, “Digsy’s Dinner”, “Don’t Look Back in Anger” (que fechou o show) e ela, a clássica “Wonderwall”. A mente brilhante do Oasis ainda teve tempo para transitar por sua carreira solo e não fez feio do início ao fim, colocando o Lollapalooza no bolso e indo para casa como se aquilo fosse mais um dia normal em sua vida… e talvez fosse mesmo.