Acabou-se o que era doce. Final da sétima temporada de The Walking Dead, o s07e16 – “The First day of the Rest of Your Life” cumpriu a promessa dos produtores e não se aproveitou de nenhum cliffhanger para se despedir dos fãs.
Talvez seja um tipo de resposta para quem criticou o (agora) incrível final da sexta temporada com o suspense envolvendo a morte de Glenn e Abraham. Como não podia deixar de ser, a season finale trouxe uma nova (e previsível) morte, além de conseguir posicionar tudo para uma oitava temporada eletrizante.
“The First day of the Rest of Your Life” apresenta o Santuário indo até Alexandria e sendo recebido com agressividade por Rick e cia. Ao mesmo tempo, Sasha é levada dentro de um caixão para convencer seus amigos a encerrarem qualquer menção de ataque a Negan. Durante a sua viagem, ela começa a ter pequenas alucinações com Abraham e Maggie, fruto da sua escolha de cometer suicídio e tentar atingir Negan depois de se transformar.
Sasha não é uma protagonista, sabe? Não é fácil aceitar que ela tenha um arco de histórias capaz de sensibilizar todo o público. É uma guerreira, uma personagem forte que conquistou fãs, mas ainda assim, me parece bem longe de conseguir aguentar o tranco de segurar a série nesse momento. De qualquer forma, a falta de “impacto” em sua morte foi compensada com belos momentos estrelados por Sonequa Martin-Green.
Apreciei o lado mórbido dela entrar num caixão viva e cometer suicídio, assim como os delírios com o ruivão Abraham e Maggie. Poderia ter sido algo inesperado para o público, assim como foi para Negan, mas a introdução deixou bem claro que esse seria o desfecho. Claro que não assistimos The Walking Dead pelo talento de seus roteiristas, né?
Ou teríamos ficado putos com a rainha da Sucata fazendo exatamente o que imaginávamos que ela faria ou acreditar que os sobreviventes do bem são imunes aos tiros dos Salvadores (como é que Carol e Ezequiel estavam atirando numa direção e então se viraram e mataram inimigos? Que tipo de inimigo é esse que não atira e espera pra ser morto?)? A montagem da sequência de luta entre Michonne e a doidinha foi outro momento caótico, no qual, de repente, as duas começam a se atracar mais uma vez. Nos quadrinhos esse foi um momento marcante e que deixou os leitores apreensivos numa proporção bem maior que na série.
Só não vou reclamar de Shiva atacando bem na hora em que Negan atacaria o Carlinhos porque entendo bem a necessidade de uma chegada triunfal da cavalaria do Reino. Às vezes é preciso abraçar os clichês e ser feliz.
O que não consigo aceitar calado é a falta de inteligência dos produtores, que continuam tentando nos empurrar conclusões nada convincentes para os conflitos dos personagens que aprendemos a amar há sete anos. Como é que podemos ficar “de boa” com Rosita não ter matado Dwight?
Entre erros e acertos, s07e16 funcionou bem para nos encher de esperança com uma oitava temporada com um ritmo melhor e episódios menos focados em construção de personagens. O que todo mundo quer agora é resoluções para a guerra contra o Santuário. Quero acreditar que teremos exatamente isso. Que venha outubro!