A SÉTIMA TEMPORADA CONTINUA APRESENTANDO NOVOS PROTAGONISTAS. Depois de Negan (Jeffrey Dean Morgan), Rei Ezequiel (Khary Payton) e a tigresa digital Shiva, agora descobrimos a história do “capanga” Dwight (Austin Amelio) e seus motivos para ter deixado de querer fugir para se tornar um leal seguidor de Negan com uma cicatriz horrorosa na cara.
Pessoalmente, aprecio muito essa pegada de dedicar um episódio para um único arco de histórias ao invés de colocar todo mundo em cena com cada um recebendo atenção fragmentada. Game of Thrones fez bastante isso no começo do sexto ano e foi um caos. The Walking Dead está longe de ter a mesma complexidade, mas está acertando em repetir o mesmo roteiro do ano anterior.
“The Cell” faz uma curiosa brincadeira. Ele diz respeito tanto ao local em que Daryl (Norman Reedus) está sendo mantido quanto para a vida dos seguidores de Negan, que vivem numa prisão psicológica temendo ficarem íntimos de Lucille.
O episódio dedica boa parte da trama para aprofundar um pouco na apresentação de Dwight, personagem que havia feito a sua estreia na metade da sexta temporada roubando a moto de Daryl e depois retorna matando Denise e atirando no ombro de nosso caipira revoltado nos últimos episódios. Essas credenciais não ajudam muito, mas o fato é que Dwight se revela como uma das vítimas de Negan, o que nos faz questionar se ele realmente é um vilão no final das contas. Ao mostrar Dwight realizando coisas banais e “cuidando” de Daryl, os produtores acertam em sua tentativa inicial de humanizar o sujeito e tentar mudar a nossa opinião ao seu respeito, ao mesmo tempo em que vamos descobrindo que Negan transforma a vida de todos ao seu redor num inferno.
(Aliás, como muitos de vocês devem saber, Daryl não existe nas HQ’s e muito do que faz na série causava comparações com Dwight, que é um personagem importante na obra original e tem papel fundamental no desenvolvimento de toda essa crise com Negan.)
Como parte da tentativa de “domesticar” Daryl, Dwight prende o cara numa sala escura e deixa rolando uma música chamada “Easy Street”, de The Collapsable Hearts Club. É uma música com uma letra extremamente otimista e isso é engraçado de se pensar. Quando é que alguém conseguiria imaginar Daryl ouvindo música feliz e dançante? “Vamos ficar numa boa, porque o mundo é uma dádiva!”
Infelizmente, ao contrário do imaginado, não foi desta vez que ficamos íntimos da comunidade Santuário ou de como é a vida para os seguidores de Negan. O Santuário foi retratado apenas brevemente através de corredores escuros e com quartos/salas comunitárias. Depois de Hilltop e O Reino, acho que todos esperávamos a chance de conhecer um pouco mais do lugar em que Negan vive como um rei.
Pelo que “The Cell” mostra, não demorará para Dwight crescer em The Walking Dead. Penso até que ele será o grande responsável por uma possível fuga de Daryl no futuro, mas são apenas possibilidades para serem imaginadas pelos telespectadores chegados numa boa teoria. Falando nisso… estou ansioso para reencontrar Rick e cia. E vocês?