Em “Seven Minutes in Heaven”, Frank Castle é preso e recebe uma proposta irrecusável de ninguém menos que Wilson Fisk. Foggy e Matthew rompem a sua parceria profissional e pessoal, e Karen começa a atuar como jornalista disposta a desvendar a conspiração envolvendo Castle.
O retorno de Wilson Fisk e a sua interação com Castle se garantem como momentos inesquecíveis dessa temporada. Especialmente por colocar o Justiceiro na desconfortável posição de pau mandado de um dos maiores criminosos que a cidade já viu. A linguagem corporal do personagem nos dá certeza do quanto isso o incomoda, já que ele fica com um toque nervoso nos dedos, como se quisesse esganar Fisk até a morte.
Jon Bernthal nunca conseguiu me convencer como ator, sabe? Detestava o seu personagem em The Walking Dead, mas o que ele consegue em Demolidor é surreal. As suas cenas com Vincent D’Onofrio, que continua excelente na encarnação perfeita do Rei do Crime – o episódio conta como foi a chegada de Fisk na prisão, as ameaças recebidas e como ele usou o seu poder de influência ($) para se garantir vivo até poder manipular Castle e exterminar com o líder da prisão – são arrepiantes.
O nome do episódio é relacionado ao tempo que Castle teria para interrogar o líder criminoso da prisão para descobrir mais sobre os responsáveis pelo atentado que tirou a vida de sua família. Inclusive toda essa sequência recheada de violência gráfica (a série tem fetiche por porradarias em corredores, né?) retorna a discussão: pode mostrar gente sendo esfaqueada, mas nudez não? Porra. Eu não gosto de sangue, sabe?
A despedida de Castle e Fisk, com o primeiro dizendo que no próximo encontro um dos dois seria morto e escapando da prisão, é um marco. Agora o Rei do Crime não possui apenas um grande inimigo, mas dois.
Foi quase que um episódio completo dedicado para Castle e Fisk, mas ainda restou espaço para o desenvolvimento de outros arcos. Primeiro temos o rompimento de Matthew e Elektra. A morena tentou fugir de sua natureza e ser uma “boa pessoa”, mas ao cortar o pescoço de um ninja e perguntar de um jeito muito maníaco (“Essa sou eu. Você ainda me quer?”), Matthew percebe que eles estão se corrompendo querendo que cada um se torne algo que não é. Imagino que o próximo encontro entre os dois envolva muita porrada…
A partir do momento em que Murdock percebe que suas duas vidas são incompatíveis, ele inicia um processo de mudança que culmina com o fim de sua parceria com Foggy Nelson. Mesmo sentindo vontade de sustentar uma vida de luz, Murdock acredita que a sua batalha com os criminosos pode cobrar um preço alto demais e colocar em risco a vida das pessoas mais importantes de sua vida não é um preço que ele quer correr. Curioso como essa escolha significa perda da mesma forma, já que Karen também está envolvida e tem um peso maior por ser um interesse romântico.
Falando em Karen, o arco de histórias dela se torna um dos mais interessantes para o público fã de jornalismo. A ex-assistente jurídica se torna uma jornalista investigativa que usa a mesma sala do lendário Ben Ulrich, morto na primeira temporada. Inclusive, a morte do Ben agora até faz sentido, mas se trata de um dos (vários) personagens que conhecem a identidade secreta do Demolidor nos quadrinhos. Sem ele na série, Karen tem toda a motivação para assumir a profissão e criar uma matéria especial sobre Frank Castle.
“Seven Minutes in Heaven” também está no meu ranking de melhores episódios da temporada. Parte disso se deve aos momentos em que a ação se concentra na prisão e acompanhamos uma inusitada aliança. Ansioso para a reta final do segundo ano de Demolidor.