Kinbacu significa bondage. Aquela parada de BDSM. Tipo 50 Tons de Cinza, saca? Curioso que seja o nome do episódio que introduz Elektra Natchios na série. Ao mesmo tempo que possui conotação direta com a maneira que o casal trepava em sua juventude, também significa a forte ligação emocional de Murdock com a sua ex-namorada grega.
Justo quando as coisas pareciam caminhar para um final feliz na vida de Matthew Murdock, que até flertou com a aposentadoria, o mundo quebra em sua cabeça. “Kinbacu” trabalha com flashbacks que funcionam além da futilidade de saciar a curiosidade do público. Ao mostrar o passado de Murdock com Natchios, o episódio ganha força no seu presente e nas implicações que o retorno da morena tem na vida de nosso chifrudo favorito.
O começo do romance entre Karen e Matthew fica abalado com a presença de Natchios, mas nada que seja perceptível para a moça e sua insegurança com relacionamentos. Torço para que o romance se desenvolva e quem sabe a graphic novel A Queda de Murdock sirva de base para um longa-metragem especial para a Netflix ou mesmo como base para a próxima temporada.
O ponto alto do episódio está na direção de Floria Sigismondi, famosa diretora de clipes de bandas como Incubus, Interpol e Muse. Confesso que ver o nome dela nos créditos renovou os meus ânimos para a continuidade dos acontecimentos vistos no capítulo anterior. Floria é eficiente e sutil em sua direção, além de construir uma cena libidinosa de matar: Elektra e Matthew decidem lutar um contra o outro como provocação sexual e entre uma porrada e outra, o casal experimenta um momento tão excitante quanto a “gota d’água” em Karen vista no ep anterior. Acredito que o ingrediente principal do sucesso da sequência está em retratar a selvageria e intensidade do casal.
Elektra usa a sua sensualidade para manipular as pessoas ao seu redor, incluindo o coitado do Murdock, que nem imaginava que sua identidade secreta seria desvendada e que ele seria usado ao bel prazer de seu ex-amor. Ex-namorada é foda.