Se tem algo que Dia Zero faz bem, é nos lembrar o quão dependentes somos da tecnologia. Basta um ataque hacker bem planejado para transformar o mundo em um caos – e essa é a premissa desse thriller político estrelado por Robert De Niro, que faz sua estreia em uma grande série de TV. E já adianto: ele está competente, o que sempre é um prazer assistir.
A Premissa: O Fim do Mundo (Digital) Está Próximo
A série nos apresenta George Mullen (Robert De Niro), um ex-presidente carismático que, aparentemente, foi o último capaz de unir os partidos políticos americanos. Quando um ataque cibernético paralisa o país e exibe a mensagem ameaçadora “THIS WILL HAPPEN AGAIN”, Mullen é chamado para integrar uma comissão de investigação. A partir daí, Dia Zero mergulha nas camadas de intriga, paranoia e teorias conspiratórias que dominam o cenário geopolítico moderno.
O roteiro, criado por Eric Newman (Narcos), Noah Oppenheim (Jackie) e Michael S. Schmidt, se propõe a discutir temas relevantes, como fake news, o impacto do cyberterrorismo e a fragilidade da infraestrutura digital global. Mas será que entrega tudo isso de forma convincente?
Robert De Niro Brilha? Sim. O Ritmo Ajuda? Nem Tanto.
De Niro entrega uma atuação sólida, o que não é surpresa para ninguém. Seu George Mullen é um personagem cativante e imponente, equilibrando carisma com uma certa dose de melancolia. A trama também aborda sua luta contra a perda de memória, algo que adiciona uma camada de vulnerabilidade ao personagem. É um elemento interessante, mas às vezes parece uma distração da história principal.
O maior problema de Dia Zero é o ritmo. A série tem momentos de tensão bem construídos, mas frequentemente desacelera tanto que parece se perder. Algumas subtramas prometem muito e entregam pouco, enquanto outras são resolvidas rápido demais para causar impacto. O equilíbrio entre drama e ação poderia ter sido melhor trabalhado.
O Elenco de Apoio e Suas Conspirações
O elenco é um show à parte. Temos Jesse Plemons como o braço direito de Mullen, Lizzy Caplan como sua filha e congressista, Angela Bassett como a atual presidente, e Joan Allen no papel de sua ex-esposa. Todos entregam performances convincentes, mas com pouco tempo de tela para desenvolver seus personagens como merecem.
Dan Stevens interpreta Evan Green, uma figura midiática que parece inspirada em teóricos da conspiração da vida real. Seu arco promete muito, mas acaba se tornando uma peça confusa dentro da narrativa. Já Monica Kidder (Gaby Hoffmann), uma bilionária no estilo Elon Musk, insere um elemento de crítica social interessante, mas sem profundidade suficiente para ser memorável.
Cyberterrorismo e Fake News: O Mundo Real Invade a Ficção
Se há um acerto em Dia Zero, é sua abordagem sobre a influência da desinformação na sociedade. A série mostra como ataques cibernéticos podem ser usados como armas políticas e como a manipulação midiática distorce a percepção do público. Em um mundo onde fake news dominam redes sociais e teorias da conspiração ganham força, esse aspecto da série é extremamente relevante.
Infelizmente, apesar dessa crítica interessante, a série não se aprofunda tanto quanto poderia. Algumas questões são levantadas apenas para serem deixadas de lado sem grandes consequências.
Vale a Pena Assistir Dia Zero?
Se você gosta de thrillers políticos e histórias sobre conspirações e cibersegurança, Dia Zero pode ser uma boa escolha – especialmente por contar com um elenco forte e um tema instigante. No entanto, é preciso ter paciência com o ritmo arrastado e alguns furos narrativos.
Robert De Niro eleva a série com sua presença magnética, e os momentos de tensão funcionam bem quando aparecem. Mas, no geral, falta um senso de urgência e impacto para tornar a série verdadeiramente memorável.
Agora me conta: você assistiu Dia Zero? O que achou? Deixe seu comentário e até a próxima!