Se despedir de um artista do calibre de Milton Nascimento não é tarefa fácil. Mas o documentário Milton Bituca Nascimento, dirigido por Flavia Moraes, se propõe exatamente a isso: registrar os momentos finais da carreira de um dos maiores nomes da música brasileira, celebrando sua trajetória com o respeito e a grandiosidade que ele merece. Mas será que a produção consegue equilibrar emoção e profundidade ou acaba caindo na armadilha de ser apenas uma exaltação sem nuances? Vamos lá.
️ Sobre o que é o filme?
Se você ainda não ouviu falar de Milton Bituca Nascimento, prepare-se para uma jornada emocionante pelos últimos anos de carreira do mestre Milton Nascimento. O documentário acompanha a turnê de despedida do cantor, registrando não apenas seus shows arrebatadores, mas também os bastidores, encontros com fãs e a reverência de outros artistas que se inspiraram nele. Tudo embalado por depoimentos de nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mano Brown, Criolo e até Quincy Jones.
A narrativa não se limita a um registro frio dos eventos: ela tenta capturar a alma de Bituca e a conexão espiritual que sua música tem com o público. A câmera dança junto com suas canções, transformando cada apresentação em um ritual de despedida.
Para quem é esse filme?
Se você é fã de Milton Nascimento, esse documentário é um prato cheio – e um aperto no coração. Para quem ama música brasileira e quer entender o impacto de Bituca no cenário mundial, a produção traz uma visão rica e detalhada.
Agora, se você procura uma abordagem mais investigativa, com um olhar mais crítico sobre a trajetória do artista, talvez se frustre. O filme escolhe a exaltação como caminho e evita qualquer polêmica ou faceta menos iluminada de sua carreira.
Quem está no elenco?
Aqui, o grande astro é Milton Nascimento, claro, mas ele não está sozinho. O documentário reúne depoimentos de lendas da música como Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso, Criolo, Mano Brown e até personalidades internacionais como Quincy Jones e Spike Lee. A cereja do bolo é a narração impecável de Fernanda Montenegro, que dá um tom poético à história.
Vale a pena assistir?
Se você quer um documentário que vá além dos elogios e traga um olhar mais profundo sobre Milton Nascimento como pessoa e artista, pode sentir falta de um pouco mais de ousadia. A produção segue uma estética tradicional e segura, sem grandes experimentações – o que pode soar irônico, considerando que Milton sempre foi um artista inovador.
Mas se a intenção for simplesmente celebrar sua genialidade e sentir a força de sua despedida, então Milton Bituca Nascimento cumpre sua missão lindamente. Com shows emocionantes, um material riquíssimo e depoimentos poderosos, o filme entrega uma homenagem mais do que merecida a um dos maiores ícones da música brasileira.
Veredito: Para os fãs, um presente. Para quem busca um retrato mais amplo e crítico, uma visão um pouco limitada. Mas no final das contas, Milton é Milton – e só por isso já vale o ingresso.