Bong Joon Ho, o cara que nos deu Parasita, agora resolve brincar de Feitiço do Tempo versão sci-fi distópico. Mas será que Mickey 17 é genial ou um caos sem freio? Vamos lá.
Sobre o que é o filme?
Mickey 17 segue Mickey Barnes (Robert Pattinson), um “Expendable”—basicamente, um trabalhador descartável que morre e renasce de novo e de novo em uma colônia humana num planeta congelado. Seu trabalho? Testar ar tóxico, tomar injeções duvidosas e, se necessário, virar picadinho para o bem da missão. Mas um problema surge quando Mickey 17, dado como morto, volta para casa e descobre que já imprimiram o Mickey 18. Agora, dois Mickeys precisam coexistir sem que a galera perceba, porque múltiplos clones vivos são um crime sério.
Se você achou isso uma mistura de O Primeiro Homem com O Vingador do Futuro, mas dirigido por um sul-coreano que ama destruir bilionários, você está no caminho certo.
Para quem é esse filme?
Se você gostou da crítica social afiada de Parasita, mas também curte um sci-fi maluco tipo O Expresso do Amanhã e Black Mirror, esse é seu bilhete de entrada. Agora, se você se irrita com tramas que vão se embolando até o ponto de “o que diabos tá acontecendo?”, talvez seja bom passar longe.
Quem está no elenco?
- Robert Pattinson se entrega ao papel como se estivesse em um surto coletivo – e isso é ótimo. Ele interpreta duas versões de si mesmo, uma carismática e outra arrogante, e se diverte brincando com esses contrastes.
- Naomi Ackie vive Nasha, sua namorada, que talvez esteja animada demais com a ideia de dois Mickeys na jogada.
- Mark Ruffalo está em full modo vilão caricatural como o tirano Kenneth Marshall, que parece uma versão intergaláctica de um CEO de tecnologia excêntrico.
- Toni Collette adiciona um tempero de intriga política como a maquiavélica Ylfa.
- Steven Yeun é o amigo traíra que empurra Mickey para esse pesadelo.
Vale a pena assistir?
Sim e não. A premissa é incrível e Bong Joon Ho continua um mestre em misturar humor ácido, crítica social e visuais de encher os olhos. Mas Mickey 17 às vezes se perde no meio do caminho, tentando equilibrar ação, filosofia sci-fi e sátira política, sem nunca encontrar um tom firme.
Pattinson segura a barra com uma atuação caótica e hilária, e o visual do filme impressiona. Mas se você espera algo no nível de Parasita, pode se frustrar com a bagunça narrativa. No final, é um filme que vale pela viagem, mesmo que o destino seja um pouco nebuloso.
Veredito: Se você gosta de ficção científica fora da curva, assista. Se espera algo coeso e sofisticado como Parasita, talvez seja melhor reimprimir suas expectativas.