Prepare seu olhar blasé e o discurso ensaiado sobre “a decadência da linguagem no cinema contemporâneo”, porque Paul Thomas Anderson resolveu que 2025 merecia uma boa dose de caos literário em IMAX. Sim, senhoras e senhores, One Battle After Another está entre nós — ou, pelo menos, seu trailer. O filme estreia dia 26 de setembro e, a julgar pelo teaser, vai ser aquele tipo de obra que separa o cinéfilo do poser como se fosse um vestibular da FUVEST em sânscrito.
Baseado num romance pouco lido (e por “pouco lido” entenda “ninguém entendeu”) de Thomas Pynchon, One Battle After Another é a maior aposta de orçamento da carreira de Anderson. Tradução: ele recebeu um caminhão de dinheiro para adaptar um livro que você nunca ouviu falar, com um elenco que parece escalação de Oscar dos anos 2000. Leonardo DiCaprio lidera o circo, acompanhado de Sean Penn, Benicio del Toro, Regina Hall, Teyana Taylor, Alana Haim e — por que não? — Junglepussy. Sim, você leu certo.
A arte de não entender nada e aplaudir mesmo assim
O trailer entrega o mínimo do enredo, o máximo de atmosfera e o triplo de confusão. E claro, uma trilha sonora assinada pelo sempre melancolicamente esquisito Jonny Greenwood, como manda o figurino PTA™. As imagens são bonitas, intensas, e 100% material para futuros vídeos com títulos como “One Battle After Another Explained – Final Scene Breakdown”.
E se você achou que Licorice Pizza já era meio confuso, espere só até ver DiCaprio atuando como se estivesse preso num labirinto de existencialismo pós-moderno enquanto Benicio del Toro fuma em câmera lenta por cinco minutos sem dizer uma palavra. É o tipo de filme que você sai do cinema perguntando se entendeu, mas finge que sim pra não passar vergonha no Twitter.
PTA + DiCaprio = casamento de gênio ou desastre anunciado?
É a primeira colaboração entre Paul Thomas Anderson e o astro que só namora mulheres abaixo de 25. A internet já está surtando com a possibilidade de DiCaprio finalmente fazer um papel realmente estranho, e não só “cara rico deprimido que morre no final”. E sejamos sinceros: se tiver uma cena com ele chorando na chuva enquanto lê Pynchon, o Oscar já pode ser entregue por W.O.
Warner Bros. parece estar apostando todas as fichas nesse devaneio literário blockbuster. Em uma indústria tomada por heróis com trauma de infância e franquias em modo zumbi, ver algo tão deliciosamente impronunciável é quase um ato de rebeldia.
Oscar bait? Mais pra Oscar Bait and Switch
Tudo indica que One Battle After Another será o queridinho dos festivais: Veneza, Toronto, talvez até uma exibição secreta no porão do MoMA com vinho natural e tapas veganos. E se alguém tentar dizer que o filme é “pretensioso”, não se engane: esse era o plano desde o início.
Conclusão:
One Battle After Another chega aos cinemas dos EUA em setembro, e até lá você tem tempo de ler Thomas Pynchon. Ou melhor: fingir que leu, já que ninguém vai checar. Uma coisa é certa: você vai sair da sala de cinema sem saber exatamente o que viu, mas com vontade de discutir planos de câmera como se sua vida dependesse disso. E sinceramente? É pra isso que o cinema existe.