Christopher Nolan discutiu suas escolhas criativas e sua abordagem em seu último filme “Oppenheimer” em uma recente conversa de uma hora. Durante a conversa, Nolan foi questionado sobre sua decisão de não retratar os horrores das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, em seu filme.
O diretor explicou que sua decisão baseou-se em permanecer fiel ao livro de onde o filme se originou, “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer.” O livro centra-se principalmente na perspectiva de Oppenheimer e não detalha os eventos nas cidades atingidas pelas bombas. A escolha também se baseou na narrativa subjetiva do filme, usando cores quando vista a partir do ponto de vista de Oppenheimer e em preto e branco ao recontar eventos históricos fora de sua perspectiva.
Nolan também apontou para o poder dos filmes de terror, onde o que não é mostrado pode ser tão impactante quanto o que é revelado. Ele ressaltou que suas escolhas como cineasta se estendem ao que o público não vê e a importância de deixar espaço para a imaginação do espectador. A discussão ocorreu durante uma conversa com o biógrafo Kai Bird, autor do livro que inspirou o filme, e abordou os desafios enfrentados por J. Robert Oppenheimer e a rápida sucessão de eventos após o teste Trinity, que culminou nos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki.
Embora alguns críticos tenham argumentado que o filme poderia explorar mais a perspectiva japonesa e os horrores causados pelas bombas, Nolan defendeu suas escolhas criativas, salientando que a edição cinematográfica muitas vezes é tão impactante quanto o que é mostrado na tela. O diretor acredita que a escolha de o que não mostrar é fundamental para criar ressonância emocional nas cenas. Lembrando que o cineasta Spike Lee também deu a sua opinião sobre o assunto, como você pode ler aqui.
O filme “Oppenheimer” é uma exploração da vida do cientista J. Robert Oppenheimer e seu papel no desenvolvimento da bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.