Diretor de Anora levou prêmios de Melhor Filme, Direção, Roteiro e Montagem, superando recordes e consolidando seu nome no cinema independente.
Sean Baker entrou para a história do Oscar ao se tornar a primeira pessoa a ganhar quatro estatuetas pelo mesmo filme. O cineasta levou para casa os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem com Anora, o indie que virou sensação da temporada de premiações.
Além disso, o longa também garantiu o Oscar de Melhor Atriz para Mikey Madison, coroando uma noite perfeita para Baker e seu elenco.
Um recorde que nem os gigantes de Hollywood alcançaram
Baker superou grandes nomes da indústria. Até então, Bong Joon-ho havia levado quatro Oscars com Parasita (2019), mas apenas três diretamente para ele (o de Melhor Filme Internacional ficou com a Coreia do Sul). Antes disso, Walt Disney havia conquistado quatro estatuetas em uma só noite, mas por produções diferentes.
Ou seja, Baker fez algo que nem Spielberg, Scorsese, Tarantino ou qualquer outro grande nome do cinema conseguiu: ser reconhecido por praticamente todas as áreas em que atuou dentro de um mesmo filme.
O fenômeno Anora
Rodado com um orçamento de apenas US$ 6 milhões, Anora surpreendeu ao derrotar produções muito maiores e mais badaladas. O filme acompanha Ani (Mikey Madison), uma stripper de Nova York que se casa impulsivamente com o filho de um bilionário russo. O que começa como uma história de amor inusitada logo se transforma em uma mistura de farsa caótica, comédia romântica e crítica social cínica – tudo no estilo cru e enérgico característico de Baker.
A vitória de Anora confirma que a Academia ainda sabe reconhecer o cinema independente quando ele aparece com força. Mas também levanta questões: a premiação foi um justo reconhecimento ao talento de Baker ou mais um caso do Oscar se apaixonando por narrativas de outsiders que, no fundo, são sempre as mesmas?
Seja como for, uma coisa é certa: Sean Baker entrou para a história.