Quer saber o que acontece no fim de O Poço 2? Então prepare-se para mais uma descida (ou subida, dependendo do ponto de vista) ao inferno literal da prisão vertical mais infame do cinema.
Desta vez, o filme dirigido novamente por Galder Gaztelu-Urrutia coloca o público em uma montanha-russa de antigravidade, ditadura de dieta e, claro, a velha e boa sensação de que não há esperança – só que agora com a participação especial de personagens que voltam dos mortos, porque por que não?
O Poço 2 traz de volta o conceito da “comida compartilhada”, mas com uma nova regra imposta pelo ditador do momento: Dagin Babi, interpretado por Óscar Jaenada, que é basicamente a versão distópica de um gerente de restaurante autoritário. A “lei” agora é simples: cada um só pode comer a própria comida. Quebrar essa regra? Bem, é sentença de morte, meu caro. E assim, a nova protagonista Perempuán, interpretada por Milena Smit, acaba entrando de cabeça nessa nova dinâmica até perceber que o sistema está tão quebrado quanto uma plataforma caída no andar 333.
O que acontece no final de O Poço 2?
Vamos lá.
Perempuán tenta escapar do poço usando um plano audacioso que envolve fingir estar morta para enganar os guardas que removem corpos durante a reorganização das celas. Claro, porque fingir de morto é sempre uma ótima estratégia, especialmente quando você está lidando com uma prisão flutuante que parece uma versão sinistra da Estrela da Morte. Mas em vez de uma fuga tranquila, ela vê uma criança sendo levada para a cela mais baixa, o famoso andar 333. É nesse momento que a nossa heroína decide que arriscar sua vida é a única opção.
No caminho, ela encontra rostos conhecidos – incluindo Trimagasi (Zorion Eguileor), que se tornou o mais recente especialista em “como se ferrar no poço” e também aparece para dar aquele toque de nostalgia aos fãs do primeiro filme. A revelação de que Perempuán conhecia Goreng antes da prisão adiciona uma nova camada à trama, indicando que a conexão dos personagens é mais profunda do que parecia.
No fim, enquanto tenta salvar a criança, Perempuán acaba se machucando gravemente, batendo a cabeça repetidamente e perdendo sangue. Na cena final, ela é mostrada descendo para as profundezas escuras, onde os mortos parecem se reunir – uma metáfora clara para a morte e a impossibilidade de sair dessa realidade cruel. Parece que a morte é o único caminho possível para quem tenta mudar o sistema.
“Somente eles podem subir”, diz uma mulher para Perempuán, referindo-se à criança, sugerindo que, apesar do sacrifício pessoal, a missão dela foi bem-sucedida. E assim, mais uma vez, somos deixados com uma sensação de amargura: mesmo que o sacrifício pessoal tenha salvado a vida de uma criança, O Poço 2 deixa claro que não há escapatória para quem desafia a opressão desse sistema.
É a filosofia de O Poço elevada ao quadrado: quanto mais tentamos lutar contra o sistema, mais nos vemos presos nele. O verdadeiro desafio é fazer com que o próximo tenha uma chance, mesmo que isso signifique se sacrificar no processo. Se você pensou que o primeiro filme era um tapa na cara, O Poço 2 é um soco no estômago – e ainda te obriga a ficar de pé para a próxima rodada.