Final explicado a origem

Final Explicado A Origem: Dizem que tá rodando até agora…

Quer entender o que acontece no fim de A Origem? O blockbuster mind-bender de Christopher Nolan, com suas camadas de sonhos dentro de sonhos, transformou espectadores em detetives: Cobb está acordado ou preso em um sonho eterno?

Este é o tipo de filme que faria Freud bater palmas na plateia – ou talvez ficar um pouco confuso. Mas calma, vamos desemaranhar esse nó do jeito que Cobb desemaranha um labirinto.

A Origem - Cinema de Buteco

O que acontece no final de A Origem?

Após realizar com sucesso a inceptação de uma ideia na mente do empresário Robert Fischer (Cillian Murphy), Cobb (Leonardo DiCaprio) finalmente volta para casa, onde gira o famoso pião – seu totem que o ajuda a distinguir entre sonho e realidade. A tensão aumenta quando o filme corta antes de revelar se o pião cai ou continua girando, deixando a galera que assistiu tudo com cara de “hein?”. O que Nolan fez aqui foi um exercício de tortura emocional (de leve) – afinal, será que Cobb está realmente acordado?

Mas a pegadinha é que o pião é só um truque visual. O foco não está em saber se ele cai ou não, mas sim na decisão de Cobb de deixar o passado e as paranoias para trás. Ele reencontra os filhos, o que para ele é muito mais importante do que descobrir se está no mundo dos sonhos ou na realidade. Em outras palavras: Nolan não respondeu porque… não precisa. O final é sobre aceitação.

Mas vamos adicionar mais camadas (Nolan style):

Inception é essencialmente sobre o poder transformador das ideias. A história explora como elas moldam nossas ações e percepções, e como é possível plantar uma ideia tão profundamente que ela redefine a realidade de quem a carrega. É quase como Nolan nos jogando um desafio filosófico: como nossas próprias ideias controlam o que percebemos como realidade?

Agora, aqui vai a tese de doutorado que você não pediu, mas vai adorar ler. Nolan construiu uma obra que é quase uma dissertação sobre a origem do conhecimento e como a mente humana processa ideias. O filme não apenas se passa no mundo dos sonhos – ele é uma viagem pelo subconsciente, onde as memórias mais sombrias, como as de Mal (interpretada brilhantemente por Marion Cotillard), se tornam fantasmas incontroláveis, algo que não se pode simplesmente apagar. O subconsciente é a caixa preta onde todas essas ideias sombrias se escondem, mas, como bem sabemos, elas moldam nosso comportamento mesmo quando lutamos para esquecê-las.

E, sim, a ideia aqui é que as ideias são como aquele vizinho chato: por mais que você tente se livrar delas, elas sempre encontram uma maneira de voltar. Seja na forma de um pião rodando ou de uma esposa fantasmagórica, como no caso de Cobb, o filme mostra que o poder de uma ideia está justamente em sua persistência. E aí, quando você se dá conta, já está fazendo malabarismos dentro de um sonho dentro de um sonho, tentando se livrar das suas próprias criações.

Ou seja, A Origem faz com que todo blockbuster anterior pareça coisa de jardim de infância. Nolan conseguiu a façanha de misturar entretenimento e filosofia de bolso, sem perder o glamour de Hollywood. Claro, tudo isso envolto na metáfora perfeita de que a realidade é, na verdade, o maior de todos os sonhos, e as ideias são o motor que a conduz.

E, quer saber? No final das contas, a maior pergunta não é sobre o pião, mas sobre a sua vida: quantos sonhos você ainda tem para acordar?

Disponível no Amazon Prime e MAX.