Ben Affleck finalmente oficializou aquilo que todo fã de cultura pop já suspeitava desde que viu Justice League: o homem não aguenta mais brincar de herói traumatizado. Em entrevista à GQ Magazine, enquanto promovia a sequência de O Contador (sim, aparentemente isso virou franquia), Affleck refletiu sobre sua tumultuada jornada como Bruce Wayne. Spoiler: ele não tá com saudade nenhuma.
“Eu amei Batman vs Superman“, disse o ator, nostálgico como quem lembra de um relacionamento que parecia promissor até o dia em que você conheceu os pais da pessoa (no caso, a Warner Bros.). Ele até citou com carinho os dias de Suicide Squad — que, convenhamos, foi um caos criativo do tamanho da Muralha da China — e um cameo em The Flash que ninguém lembra, mas tudo bem. Porém, quando o assunto é Justice League, a vibe muda mais rápido que tom de filme dirigido por Zack Snyder.
“Aquilo foi excruciante”, resumiu Affleck, com a sinceridade de quem já tomou café da manhã com arrependimentos.
E não dá pra culpar o cara. Afinal, Justice League foi um Frankenstein cinematográfico: começou nas mãos do Snyder, terminou com o Whedon tentando fazer piada onde antes havia só sombras e discurso existencialista. Affleck, no meio disso tudo, lidava com problemas pessoais sérios e um set que parecia mais terapia em grupo mal conduzida do que produção de blockbuster.
Batman de ressaca
“Não quero repetir aquela experiência”, disse Affleck, como se estivesse falando de um Carnaval em Salvador que deu muito errado. Segundo ele, o projeto sofreu com “misalignment of agendas, expectations” e, claro, com a própria crise pessoal do ator. O combo foi tão potente que até o filho dele se recusou a assistir ao filme. Quando até sua prole prefere ver Peppa Pig, você sabe que algo deu muito errado.
“Meu filho ficou com medo do filme. Aí percebi que talvez tivéssemos um problema”, confessou.
É aquele clássico dilema: o diretor queria fazer Nietzsche com capa e capuz, o estúdio queria vender lancheira do Batman com piadinha da Liga da Justiça. No final, ninguém ficou feliz, nem mesmo os figurantes.
O futuro? Sem colante, com dignidade
Affleck deixou claro que não é só ranço: ele simplesmente perdeu o interesse pelo gênero. “Já deu”, basicamente. E olha, ele tem onde cair morto fora da Batcaverna: The Accountant 2 está vindo aí (mesmo que ninguém tenha pedido), ele tá dirigindo coisas interessantes, e o nome dele continua valendo uns bons milhões na indústria. Enquanto isso, James Gunn assume a missão kamikaze de reconstruir o DCU com animações maduras e um novo Superman na fila. Boa sorte, campeão.
Ah, e pra quem ainda sonha com um cameo dele como algum Daredevil do Multiverso? Vai esperando sentado, com um bom copo de paciência. Porque, segundo Affleck, não é trauma — é só falta de saco mesmo.