Funny Girl

Funny Girl: O fantástico retorno de Nick Hornby

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Nick Hornby é o cara responsável por Alta Fidelidade, um livro considerado por muitos como uma espécie de “bíblia do homem moderno”. Na obra publicada originalmente em 1995, e cujo nome faz referência ao high-fidelity, que é a reprodução de audio feita por um aparelho de som com a maior fidelidade possível, o escritor fala de seus vícios e paixões envolvendo a música ao mesmo tempo que cria um personagem carismático e com sérios desvios de caráter, ou seja, uma pessoa real com a qual homens e mulheres são capazes de se identificar. Cinco anos depois, o filme foi lançado e Hornby já gozava de fama e status de ser uma das principais vozes da literatura britânica na atualidade.

Sumido desde o divertido Juliet, Nua e Crua, de 2009, o britânico retorna contando a história de uma jovem que vai tentar a sorte na cidade grande e se torna a protagonista de uma série de televisão britânica nos anos 60.

Funny Girl, lançado recentemente no Brasil pela editora Companhia das Letras, é possivelmente o único trabalho de Hornby capaz de ameaçar Alta Fidelidade em seu trono. Não é que seus outros livros sejam ruins, definitivamente não são, mas Funny Girl apresenta um texto tão fluido e cinematográfico, com personagens cativantes e um ritmo gostoso, que é difícil não se render e se apaixonar perdidamente. Ainda podemos levar em conta o visível amadurecimento do estilo e texto de Hornby. Ele encontrou a união perfeita de boas piadas com saber contar boas piadas. Não chegamos a ter nenhuma situação hilária em que o leitor pode acabar passando vergonha se estiver em local público, mas não é exatamente essa a intenção: Funny Girl é sobre amadurecimento, experiências e o amor pelo trabalho que nos completa como pessoas.

Li todos os livros de Hornby até então (exceto  Um grande Garoto) e não tenho a menor dúvida ao afirmar que Funny Girl é o melhor trabalho do escritor. Só não digo que é o meu favorito porque Alta Fidelidade é uma daquelas coisas especiais que a gente simplesmente ama porque nos identificamos 100%. E elevar Funny Girl assim realmente significa que estamos diante um trabalho único de um dos meus escritores favoritos. Eram páginas e páginas que lia rapidamente e com um sorriso imenso no rosto.

Se você ainda não leu nada de Nick Hornby, eis uma bela oportunidade. Você não vai se arrepender nadinha.