Top 5 Filmes Românticos: Priscila Armani

Dia dos Namorados é uma data complexa. Seja pra quem tem alguém ou não, sempre há uma ideia errônea pairando no ar, de que o que precisa ser celebrado é esse romance estilo “Romeu e Julieta”, idealizado, perfeito, no qual o casal se amará até o fim dos tempos. Pouca gente se lembra que namorar, na verdade, não tem muito a ver com essa ideia irreal, de um casalzinho ao estilo “Crepúsculo”. Há muitas dificuldades em se manter um relacionamento. E, na verdade, na maior parte das vezes, é enfrentar os problemas que acaba unindo os casais. Por isso, é uma data para se presentear, mas também para, acima de tudo, se refletir sobre a convivência a dois.

Minha lista de filmes é bem voltada para esse espírito. Tem um pouco de tudo: cinema clássico, polêmica, ação e comédia. Mas nenhum desses filmes subestima a nossa inteligência, algo raro numa obra cujo foco seja o amor. E tem a vantagem de serem produções que podem ser vistas em qualquer data, não necessariamente nessa. Então vamos a eles:

 

Tudo pode dar certo

Quem melhor que Woody Allen para falar do amor e da complexidade do ser humano? Nesse filme, Boris (Larry David) é um físico renomado que tem suas próprias teorias sobre o amor e sobre a vida. Ele conhece Melody (Evan Rachel Wood), uma garota cabeça oca do interior que logo fica impressionada com sua inteligência. Não sei se o correto seria dizer que os dois têm um romance. Mas com piadas inteligentes, diálogo ágil e bastante criatividade, Allen nos mostra que um relacionamento a dois sempre tem muito mais nuances do que se possa imaginar à primeira vista.

 

O Segredo dos Seus Olhos

Esse filme eu recomendo a todos, qualquer hora e dia. É simplesmente fenomenal. Nessa obra Campanella mostra diversas facetas do amor, boas e ruins. A sequência da perseguição dentro do estádio de futebol é uma das mais memoráveis da história do Cinema argentino. E o desfecho não fica atrás, sendo de cair o queixo. Imperdível! Para refletir e se deliciar.

 

Simplesmente Complicado (2009)

Um casal divorciado há muitos anos (Meryl Streep e Alec Baldwin) se reencontra por causa da formatura do filho, o que desencadeia uma série de confusões entre os dois. Filme leve, divertido e que apesar do elenco (Steve Martin é bem manjado, mas está até bem) levanta alguns questionamentos sobre o que é esse sentimento que chamamos de amor e as dificuldades em torno de um longo relacionamento. Fala bastante de divórcio e de recomeço. Apesar disso, é bem água com açúcar, mas com boas medidas. Dirigido por Nancy Meyers, de Alguém Tem Que Ceder.

 

O Segredo de Brokeback Mountain

A obra de Ang Lee ficou estereotipada, ao longo dos anos, como sendo um filme apenas de temática gay, o que não é verdade, visto que o panorama que ele nos oferece é muito mais abrangente que isso. ‘Brokeback’ mostra algo bastante comum: pessoas que abrem mão de viver suas vidas da forma que gostariam e de serem felizes apenas para se encaixarem nos padrões impostos pela sociedade. Quantas vezes você não abriu mão de uma amizade, uma roupa, um emprego, apenas por medo do que os outros iriam pensar de você? Além disso, o filme ainda nos brinda com uma bela reflexão sobre como um sentimento verdadeiro pode mudar ao longo do tempo, mas jamais acaba ou envelhece.

 

Casablanca

Clássico que é uma unanimidade em se tratando de filmes românticos porque, quando termina, nos deixa com um gostinho agridoce na boca, angústia esta imprescindível para que um filme se torne inesquecível para nós. Dirigido por Michael Curtiz e estrelado por duas estrelas fantásticas do cinema: Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. O casal vive um dilema quando se reencontra em meio à Segunda Guerra Mundial. Já não podem mais viver o amor antes sentido um pelo outro. A saída é nenhuma outra além do sofrimento. Nosso e deles. Mas um sofrimento bom de sentir, como só o amor provoca.

Espero que gostem! E uma dica para os casais: se possível, assistam tomando um bom vinho, de noite, debaixo de um belo edredon. Nada melhor para se celebrar esta data.

 

Priscila Armani escreve críticas (e não resenhas) culturais para o site Opperaa , é fã do cantor Johnny Cash e no semestre passado foi colega de sala do 2t Dias no curso de crítica cinematográfica do Pablo Villaça. Moça talentosa e com futuro.