O Tullio Dias aproveitou a estreia de Os Oito Odiados para mostrar o seu ranking pessoal com os seus cinco filmes favoritos dirigidos por Quentin Tarantino. Quais são os seus?
QUENTIN TARANTINO É UM DAQUELES DIRETORES APAIXONADOS POR CINEMA e que os cinéfilos podem amar muito ou odiar. Os leitores do Cinema de Buteco já devem imaginar que faço parte da turma que é apaixonada por tudo que o cineasta produz. Pensando nisso, e já incluindo Os Oito Odiados, decidi que seria divertido compartilhar o meu ranking pessoal com os meus cinco filmes prediletos do diretor.
PS: Se a lista abordasse também os roteiros escritos por Tarantino, Assassinos Por Natureza, Um Drink no Inferno e Amor à Queima Roupa provavelmente se esforçariam muito para aparecer entre os cinco mais.
5- Kill Bill – Volume 2
Dizem que Kill Bill deve ser considerado como um único filme. Bom. Eu não me interesso pelo que eles dizem. Se foi dividido em dois, se teve duas datas diferentes de lançamento nos cinemas e principalmente: se ocupa dois espaços na minha coleção de DVD e Blu-ray, então são DOIS FILMES diferentes, ora bolas!
O que coloca a segunda parte da aventura da Noiva nessa minha lista pessoal é o fato de que Kill Bill – Volume 2 é um autêntico filme kung fu-western com os diálogos mais divertidos de toda a carreira de Tarantino. Poderia facilmente ter trapaceado para incluir Jackie Brown ou mesmo Cães de Aluguel (ou até mesmo Os Oito Odiados), mas preferi dar voz para o meu coração e deixar essa obra no lugar que realmente merece.
4- Kill Bill – Volume 1
Em quarto lugar no meu ranking pessoal tem a primeira parte da vingança sangrenta da Noiva em Kill Bill – Volume 1. Meu plano é conseguir escrever logo as críticas de todos os filmes do Tarantino e poder descrever tudo que sinto/penso sobre essa obra, mas como isso ainda não foi possível, vamos aproveitar o tempo para elogiar a narrativa e construção da personagem principal.
A vingança costuma ser algo essencial nas tramas de Tarantino, mas nada se compara ao que ele apresenta em Kill Bill. Não apenas por ter uma protagonista feminina vítima de tantos abusos de pessoas que confiava, sabe? A Noiva come o pão que o diabo amassou para conseguir encontrar e punir cada um dos responsáveis pelo seu sofrimento. São muitas cenas de lutas bem coreografadas e cheias de momentos WTF exagerados, só que tudo se encaixa perfeitamente nesse universo fantástico de Quentin Tarantino.
3- Pulp Fiction
Seria um pecado imperdoável deixar de fora esse clássico obrigatório dos anos 1990 e o grande responsável por transformar Tarantino em tudo que ele é hoje em dia. Pulp Fiction não pode ser reduzido a um breve relato num ranking copo sujo nesse tal de Cinema de Buteco, mas essa é a graça de falar de cinema de maneira democrática: vale tudo e todos têm direito a dar sua opinião.
Lançado em 1994, o longa-metragem conquistou público e crítica pela combinação de um roteiro inteligente recheado de sacadas espertas com referências à cultura pop, atuações inspiradas de atores como Samuel L. Jackson, John Travolta, Uma Thurman e Bruce Willis, sequências violentas capazes de nos fazer rir do absurdo da situação, e de uma direção segura e competente de um cineasta que sabe exatamente o que precisa fazer para conquistar seu público. Como não amar?
2- Bastardos Inglórios
Assistir Bastardos Inglórios pela primeira vez foi uma experiência inesquecível, mas não me peça para dizer com quem eu estava ou o que fiz antes/depois de ver o filme. Isso não importa. Foi inesquecível e ponto final. Um dos projetos mais desejados do Tarantino, que originalmente tinha a vontade de colocar Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone e outros monstros do cinema de ação dos anos 1980 juntos, a obra surpreende por mostrar uma evolução tremenda na maneira de contar as histórias. Não é que a narrativa tenha sido um “defeito” dos trabalhos anteriores, mas desta vez parece que estamos flutuando enquanto Tarantino nos presenteia com mais um festival de sequências de violência gráfica absurdas.
Gosto bastante do frame final do longa-metragem, quando o personagem de Brad Pitt encara o espectador e confessa ter feito a sua “obra prima”. Até aquele momento, eu não tinha a menor dúvida de que Quentin Tarantino havia atingido a sua melhor forma.
1- Django Livre
Bem feito para Will Smith ter recusado o papel principal em Django Livre. A justificativa do ator foi que faltou “amor”. Me pergunto o que ele tem na cabeça!? Afinal de contas, não seria Django Livre o mais próximo que nós chegaremos de assistir a um romance escrito e dirigido por Quentin Tarantino? E daí que existe sangue, pessoas explodindo, mais sangue, racismo, vingança etc? O amor é sujo também, oras!
Django Livre é o meu Tarantino favorito porque a) tem a melhor história; b) tem o melhor vilão (Leonardo DiCaprio); c) tem a melhor trilha sonora; d) tem as melhores sequências da tradicional violência estilizada do cineasta; e) deixou o Spike Lee puto da vida. Os outros motivos todos você pode conferir na crítica que escrevi na época do lançamento. Que filme!