O GRANDE LANÇAMENTO DOS CINEMAS NESSA SEMANA É A CINEBIOGRAFIA DE BOB MARLEY. É até assustador pensar que demorou tanto tempo para a história do ícone do reggae ser levada para as telas do cinema. Para comemorar em alto e bom som, nosso editor Tullio Dias compartilha a sua lista de 5 cinebiografias favoritas. Só aqueles filmes de artistas do mundo da música que você precisa assistir.
Confira:
Melhores Cinebiografias Musicais:
8 Mile
Lembro de ter visto 8 Mile (aposto que você já está com “Lose Yourself” na cabeça agora) nos cinemas na época do seu lançamento, entre 2002 e 2003. De lá pra cá foram praticamente 20 anos sem revisitar a obra mais ou menos inspirada na vida de Marshall Mathers até o ano passado. Vou te falar que continua um filme bom demais da conta, viu? A Rolling Stone compara 8 Mile com Rocky, aquele mesmo com o Sylvester Stallone, e faz muito sentido. Acompanhar a jornada de um cara que sai do absoluto nada para começar a fazer sucesso com sua música é sempre uma história apaixonante. Fica melhor quando tem a trilha sonora do Eminem.
Disponível na Netflix.
Sid e Nancy
É muito possível que a maioria das pessoas nascidas a partir dos anos 1990 desconheçam quem foi Sid Vicious. Na verdade, é bem provável que a maioria das pessoas normais e/ou sem qualquer relação com o mundo da música jamais tenham ouvido falar nesse nome. Vicious foi um cara pirado das ideias e viciado em drogas pesadas, que de vez em quando fingia que tocava baixo na banda Sex Pistols. Não é brincadeira. Ele era um instrumentista tão ruim (e chapado) que fazia shows com o instrumento desligado. O que tornou Vicious famoso foi sua relação tóxica e destrutiva com Nancy. Fãs de Gary Oldman: esse talvez seja um dos top 10 melhores atuações do ator, sem dúvidas.
Disponível na PLEX (assista de graça).
The Doors
Oliver Stone é um cineasta acostumado a fazer produções pesadas. Com uma predileção por temas políticos (vide Platoon, JFK, Nascido em 4 de Julho, Nixon, W., Snowden), em 1991, Stone decidiu embarcar em uma viagem muito psicodélica para contar a vida de Jim Morrison. Para conseguir triunfar, ele escolheu a pessoa certa para interpretar o vocalista: Val Kilmer. O ator praticamente deixou seu corpo para o espírito de Morrison tomar o controle e entrar em cena. The Doors pode dividir opiniões até hoje, mas permanece como uma das cinebiografias musicais mais arrepiantes já produzidas.
Indisponível no Streaming (por isso que é importante ter a mídia física)
Rocketman
No começo dos anos 2000, eu dedicava praticamente todas as horas da minha vida para tocar meu baixo. Eram horas tocando todo o instrumento até ficar com calos ou dedos esfolados. Por praticamente 15 anos, vivi meu sonho de fazer shows ao vivo e ver as pessoas cantando. Tô compartilhando isso porque o cinema NUNCA retratou tão bem a sensação de estar em cima de um palco quanto na cinebiografia épica de Elton John. A cena em que o cantor flutua durante um show é a forma mais perfeita de tentar explicar o sentimento de quem está tocando. Se fosse apenas por essa parte, eu ainda colocaria Rocketman entre os melhores filmes de artistas de todos os tempos. Mas ele vai muito além.
Disponível no Telecine e Netflix.
Control: A Vida de Ian Curtis
“Ian Curtis morreu em 18 de maio de 1980. Ele tinha 23 anos.” Essa é a frase que fecha Control, filme biográfico de Ian Curtis, vocalista do Joy Division. Dirigido por Anton Corbijn, a produção acompanha um momento bem curto da breve vida de Curtis (Sam Riley). O resultado é uma narrativa direta, que não perde tempo investindo no que não interessa e evita usar as canções icônicas da banda como muletas (diga-se de passagem, Bohemian Rhapsody nunca entraria nessa lista porque além de ser muito ruim, ainda usa as músicas do Queen para tentar ganhar nossa simpatia). Control é um drama pesado sobre saúde mental que tem uma bela trilha sonora como brinde.
Indisponível no Streaming (por isso que é importante ter a mídia física)
Menções honrosas com outras sugestões de filmes sobre cantores:
Quase incluí na lista a cinebiografia dos Beach Boys no belo Love and Mercy; Elvis Presley poderia ter entrado com o filme para TV de John Carpenter e, claro, a maravilhosa visão de Baz Luhrmann; Jamie Foxx merece toda a sua atenção por Ray; assim como Reese Witherspoon e Joaquin Phoenix em Johnny e June; Straight Outta Compton é uma porrada de mais de duas horas narrando a origem do N.W.A.; por fim, os fãs de Claudinho e Buchecha foram premiados com Nosso Sonho, um dos melhores filmes de 2023; Daniel de Oliveira vivendo Cazuza ainda funciona muito bem para mim; e sou apaixonado pela obra de Tim Maia, que também ganhou a telona; Queria ter audácia de indicar Greetings from Tim Buckley, mas é uma produção um pouco duvidosa e só tem seu valor para os alucinados apaixonados por Jeff Buckley. E mesmo assim, a gente ainda torce o nariz.
Exclui todos os documentários da lista, mas fica a indicação de Amy (não tô levando fé na cinebiografia), Cassia, Montage of Heck, e Searching for Sugar man (o melhor documentário musical já feito). Existem outros que poderia indicar, como o recente Meet me in the Bathroom, sobre a cena musical de Nova York nos anos 2000, mas fica para a próxima.