Causadora de discórdia e debates fervorosos entre os votantes, a Lista de Melhores Séries de 2015 do Cinema de Buteco, já nasceu polêmica. Pensamos então em, porque não, fazermos um #Top13? O grupo deixa bem claro que nenhum dos votantes foi morto ou maltratado na confecção da mesma, mas se você prestar bem atenção, encontrará o #Loki escondido na lista, trapaceando o seu caminho até o topo. Sem mais delongas, o Cinema de Buteco apresenta a lista de séries que você não deveria ter perdido em 2015.
13 – Scandal (ABC)
Depois de uma quarta temporada cheia de críticas ao roteiro da série (B613, comandante e companhia), mas sempre mantendo o bom nível da produção, Scandal tenta se redimir voltando a focar no romance entre Olivia e Fitz Grant. A história ganhou fôlego novamente e a cada episódio nos apresenta uma trama bem concisa, envolvente e com várias reviravoltas, como, por exemplo, a revelação do caso entre o presidente e Olivia. Não sabemos quais serão os próximos passos da trama de Shonda Rhimes, porém podemos esperar fortes emoções ou novos “escândalos” vindos da Casa branca. (Peterson Moreira)
12 – The Leftovers (HBO)
Os mistérios tradicionais da obra de Damon Lindelof estão presentes em cada parte da série The Leftovers, da HBO. Assim como aconteceu em Lost, a trama se preocupa mais com seus personagens do que oferecer respostas para os telespectadores. Afinal, se na vida nós não podemos ter amplo domínio do conhecimento para explicar ou não se existe vida após a morte ou a presença divina, porque uma obra de ficção precisa se preocupar com isso? A segunda temporada foi ainda melhor que a incrível estreia no ano passado e ao mudarmos de cidade para conhecermos novos personagens, nos deparamos com velhos “enigmas”, que bastam para nos seduzir e nos obrigar a refletir sobre o que move cada um daqueles “heróis”. (Túllio Dias)
11 – Mr. Robot (USA)
Uma trama envolvendo hackers, distúrbios sociais, depressão, drogas e ativismo cyber punk tinha tudo para dar errado, mas aconteceu exatamente o contrário. Com uma pegada diferente de outras séries sobre o tema, Mr. Robot explora novas vertentes dentro do universo tecnológico e a ação se apoia nos conflitos de cada personagem. Durante toda a temporada, é explorada a personalidade complexa de Elliot e como ele se relaciona com a questão de ser um “harkear”. O elenco é um das grandes surpresas da produção, principalmente atuação de Rami Malek, que faz o protagonista da série. O roteiro dúbio, cheio de segredos e meias verdades, juntamente com uma direção segura e inovadora, como por exemplo, o jogo de câmeras utilizado em várias cenas ao longo dos episódios, ajuda a compreender melhor a história e a personalidade dos personagens. (Peterson Moreira)
10 – The Walking Dead (AMC)
O encerramento do quinto ano de The Walking Dead nos deixou ansiosos para ver o desenrolar das ações de Rick e seu pessoal em Alexandria. A série é famosa por sua irregularidade, mas possui um magnetismo irresistível. Mesmo os episódios ruins acabam funcionando com os fãs. O começo do sexto ano foi surpreendente pelo ritmo alucinante da primeira metade da temporada, mas acabou entrando em recesso de uma maneira frustrante. Assim é The Walking Dead. Entre erros e (cada vez mais) acertos, os telespectadores vão se envolvendo mais e os zumbis se tornam apenas detalhe para o drama sobre sobrevivência e convívio social em tempos de desordem e caos. (Tullio Dias)
09 – Vikings (History)
Vikings conta a história de um dos mais conhecidos heróis nórdicos, o viking “Ragnar Lothbrok”. A série tem como foco a narrativa acerca das incursões saqueadoras, comerciais e exploratórias dos nórdicos da Escandinávia da Alta Idade Média, realizadas por Ragnar com ajuda de sua família e tripulação. A série teve seu lançamento em 07 de março de 2013 e hoje caminha para seu quarto ano, após um grande final da terceira temporada que, na minha opinião foi a melhor season. Desde sua estreia, ficou claro o grande crescimento do seriado, tanto em aspectos visuais, por utilizarem de melhores recursos gráficos, quanto na evolução de todos os personagens. O elenco que compõe a série atendeu as expectativas, onde o expectador consegue sentir toda emoção que ali está envolvida. O protagonista Travis Fimmel, parece que nasceu para esse papel. Além das características físicas e trejeitos de um verdadeiro viking, ele possui uma maneira curiosa de liderança, que me fez apaixonar ainda mais por essa série. (Mylena Soares)
08 – Fargo (FX)
Ano passado tivemos duas séries novas que deram muito o que falar e deixaram os cinéfilos malucos e ansiosos pela segunda temporada. O detalhe é que as duas retornaram com elencos 100% renovados e histórias totalmente distintas. Enquanto True Detective naufragou, Fargo se firma como a combinação perfeita de entretenimento inteligente e engraçado (ainda que seja um humor negro cruel e frio). Jesse Plemons (Breaking Bad), Kirsten Dunst e Patrick Wilson (Invocação do Mal) são os principais nomes do elenco, mas mesmo fazendo um de seus melhores trabalhos na carreira, o trio é ofuscado por um roteiro que privilegia os coadjuvantes. Se você gosta de suspenses cheios de reviravoltas, intrigas e tensão, Fargo definitivamente é a melhor recomendação da vida se tratando da televisão em 2015. (Tullio Dias)
07 – Les Revenants (Canal+)
Após três anos de espera, o grande destaque da televisão internacional de 2012 regressou para mais um capitulo. Depois de um primeiro episódio meio titubeante, a série engatou rapidamente e desenvolveu uma trama eletrizante com os seus personagens coadjuvantes. Criando tensões e entregando as tão esperadas respostas na hora certa, Les Reventants conseguiu montar um thriller de suspense ainda mais intrigante que o da primeira temporada, fazendo valer o seu retorno e os anos de espera pela mesma. Com uma direção de elenco incrível e um roteiro cativante, a produção francesa provou que merece sim estar mais uma vez na lista de favoritos do ano. (Jairo Borges)
06 – Narcos (Netflix)
José Padilha e Wagner Moura conquistaram o Brasil com os dois Tropa de Elite e em 2015 retomam a parceria para mais uma produção voltada para o submundo do crime organizado. Em Narcos, série produzida pelo Netflix, Moura encarna o megatraficante Pablo Escobar, numa época em que o tráfico de drogas ainda era um negócio obscuro e ninguém tinha ideia do quanto poderia ser lucrativo. Além do trabalho eficiente da produção e elenco, ainda podemos destacar os vários idiomas falados ao longo dos episódios. O Netflix acertou em cheio ao respeitar os idiomas em que a história se passa, ao invés de ignorar que o inglês não é falado em todos os países do mundo. (Tullio Dias)
05 – Empire (Fox)
O maior fenômeno da televisão americana aberta em 2015 já nasceu sendo um império na indústria do entretenimento. Com nomes de peso no elenco como Taraji P. Henson e Terrence Howard, Lee Daniels trouxe à TV uma fórmula que estava fadada a ser oito ou oitenta. Para a felicidade da FOX, o novelão caiu nas graças do povo, que buscava uma representatividade negra de peso na televisão, e se consolidou como hit pop de 2015. E apesar de trazer uma segunda temporada bem aquém nesse segundo semestre, a série ainda foi salva pela sua incrível produção musical, e personagens extremamente carismáticos. (Jairo Borges)
04 – Demolidor (Netflix)
Co-produzida entre Netflix e Marvel Studios, foi uma grata surpresa no primeiro semestre desse ano e todos os elogios feitos à produção foram merecidíssimos. A série se passa numa Nova York realista, conturbada e sombria, onde o advogado Matt Murdock tenta combater o submundo do crime na cidade. Um grande acerto está na escalação de todo elenco, principalmente no personagem-título, interpretado pelo carismático britânico Charlie Cox. Ele conseguiu atrair a simpatia do espectador ao longo de toda degradação física e psicológica do personagem. Demolidor também conta com uma violência bem chocante para os padrões da Marvel, com lutas cruas e pesadas, sem deixar transparecer todo aquele sincronismo perfeito da maioria das produções. (Peterson Moreira)
03 – Game of Thrones (HBO)
Em sua primeira temporada com maior liberdade criativa, os roteiristas de Game of Thrones não fizeram feio e nos entregaram uma trama cheia de drama, mistério e triunfo como uma saga deve ser. Marcada por imagens muito fortes graficamente, o quinto ano do show causou várias polêmicas entre os espectadores, abordando temas como penitência, estupro, vida após a morte. Enquanto isso, Jon Snow e Daenerys Targaryen continuaram triunfando nas pontas do tabuleiro, e no final, enquanto um teve um desfecho super inesperado, o outro se confirmou como o grande nome das Crônicas de Gelo e Fogo. (Jairo Borges)
02 – How Get Away With Murder (ABC)
Quem ocupa o segundo lugar é essa série que surgiu como uma alternativa ao género de thriller e policial, com um episodio mais eletrizante que o outro e um ritmo alucinante. E se na primeira temporada tivemos que descobrir a enigmática morte de dois personagens secundários, dessa vez quem aparece toda ensanguentada no chão é a protagonista Annalise. Com uma trama cercada de mistérios, segredos e novos personagens, #HTGAWM tem tudo para fechar um segundo ano ainda melhor, tornando-se uma das séries mais interessantes que já surgiu nos últimos anos. E isso tudo se deve-se a uma excelente união entre roteiro, direção e elenco. (Peterson Moreira)
01 – Sense8 (Netflix)
Sense8 me despertou curiosidade desde o primeiro episódio. Por ter um roteiro bem característico e envolvente, vi a série em apenas dois dias e depois me fiz a pergunta clichê “Porque eu fiz isso? E agora? Só ano que vem (carinha de choro)”.O enredo se baseia na história de oito pessoas, todas elas de culturas diferentes, que descobrem estarem interligados mentalmente e emocionalmente uns aos outros. São capazes de se comunicar, sentir, usar o conhecimento, linguagem e habilidades alheias. A cada capitulo nos era contado um pouco sobre a trajetória de vida de cada sensate, sendo inevitável não se identificar com as características marcantes de cada personagem. Drama, romance, ficção e suspense, todos os elementos envolvidos em uma série que, com certeza foi a minha estreia favorita do ano. (Mylena Soares)
Bônus – Melhor Série Documentário
The Jinx (HBO)
Durante o ano inteiro fiquei me questionando se The Jinx merecia um lugar na lista de melhores séries ou documentários do ano. Na dúvida, e para garantir que essa recomendação atinja o máximo de pessoas, a mini-série dirigida por Andrew Jarecki apresenta uma série de entrevistas sobre a vida de Robert Durst, um cara que ficou conhecido após ser o principal suspeito do desaparecimento de sua esposa na década de 1980. Inclusive, essa história inspirou Jarecki a produzir Entre Segredos e Mentiras (com o Ryan Gosling). A partir do filme, o próprio Durst entrou em contato com o cineasta interessado em ter um documentário sobre a sua vida e os crimes que foi acusado de cometer.
O que mais assusta em The Jinx é saber que se trata de um documentário sobre um assassino frio (e desprovido de qualquer senso de culpa ou realidade) que nos deixa arrepiados com suas declarações bombásticas, que inclusive ajudaram a polícia a finalmente prende-lo por seus crimes. The Jinx é bizarro e imperdível. (Tullio Dias)
Bônus – Melhor Série Nacional
Magnífica 70 (HBO Brasil)
Que série. Sério. Que série! Magnífica 70 é uma produção nacional da HBO e fala sobre uma produtora de cinema na época da ditadura militar no Brasil. Fica melhor: o protagonista da série é um censor de cinema que se envolve com os produtores de um filme depois de se apaixonar perdidamente pela atriz principal. Calma que consegue se superar ainda: o problema é que, além de ser casado e ser um censor de cinema na época da ditadura, ele é cunhado de um general muito ameaçador, machista e agressivo. Essa combinação de fatores somados com outros milhares de problemas que os outros personagens carregam, tornaram Magnífica 70 um show apaixonante que nos conquista justamente por trabalhar o amor pelo cinema a partir da perspectiva de quem faz cinema. Lindo. (Túllio Dias)
Bônus – Melhor Série de Comédia
Transparent (Amazon Studios)
Para fechar, uma série que certamente não poderia faltar nesta lista. Apesar de arrastar o peso de ser muito mais puxado para o drama, Transparent foi sem dúvidas a melhor série de 20 min. roteirizada em 2015. Ao contrário da primeira temporada esteve na superfície de vários assuntos e não se aprofundou em nenhum deles, a segunda vai direto ao alvo e permeia com muita sutileza no tópico da genética envolvendo os transgêneros e na questão do patriarcalismo social. As duas questões dominam a temporada, amparadas pelos flashbacks, que sempre ajudam a humanizar as questões abordadas pela série. Outro saldo positivo também foi a equiparação de tempo em tela dos personagens, colocando todo mundo no mesmo nível de atuação. Apesar de ter chegado com certo atraso neste 2015, a segunda temporada do show de Jill Soloway e dos Duplass precisa ser devorada por você antes que as luzes do mesmo se apaguem. (Jairo Borges)