#5
Demolição (Demolition,Jean-Marc Vallée, 2015) Tenho um fraco por produções dramáticas que explorem a busca do amor e questões de autoconhecimento. Davis (Gyllenhaal) passa por diversas etapas emocionais até conseguir de fato encarar e superar a trágica perda da esposa. Durante esse período, acompanhamos o personagem passando por situações intensas em que a sua indiferença beira a irresponsabilidade e pela relação cheia de cumplicidade com a a personagem de Naomi Watts. Tudo perfeitamente orquestrado pelo eficiente cineasta Jean-Marc Vallée (Clube de Compras Dallas).
Demolition é um belo filme sobre luto e perdas. É comum preferirmos obras que falam do amor idealizado ou com finais felizes, mas às vezes é necessário buscar recomendações de obras que nos ajudem a lidar e encarar nossas próprias perdas. Demolition cumpre bem esse papel.
Recomendado para quem gosta de: Drama, Livre, Cake, filmes sobre luto, Jake Gyllenhaal, superação
#4
Aconteceu em Hong Kong (Already Tomorrow in Hong Kong, Emily Ting, 2015) Com uma influência óbvia de Antes do Amanhecer, o filme apresenta o romance de um casal de desconhecidos. Uma garota está perdida numa rua em Hong Kong e um garoto se oferece para ajudá-la. A dupla vai conversando e criando toda uma intimidade ao longo da deliciosa noite.
Excelente trabalho da diretora Emily Ting, que também assina o roteiro. Acompanhamos o desenvolvimento de um relacionamento perfeito que aparece na hora errada. Uma bela história de romance, sem dúvidas.
Recomendado para quem gosta de: romances que acontecem por acaso, obra do destino, sorte, Antes do Amanhecer
#3
Carol (Todd Haynes, 2015) Baseado num romance publicado em 1952, Carol apresenta Therese (Rooney Mara) como uma jovem indecisa e inexperiente prestes a iniciar um daqueles tais “relacionamentos para a vida toda” com um cara que ela não ama. Até que ela conhece Carol (Cate Blanchett) e sua vida muda.
Carol é um belo longa-metragem sobre as dificuldades de fazer o amor ser mais do que palavras carinhosas e de boas transas. A obra nos ensina que é preciso superar as dificuldades, mesmo que muitas delas venham com imposições da sociedade julgando nossas escolhas e liberdade, e buscar fazer isso respeitando nossa própria individualidade sem pisar ou machucar aqueles que tanto nos dedicam atenção e respeito.
Recomendado para quem gosta de: amores avassaladores, gente que transforma a nossa vida, temática gay
#2
Tumbledown (Sean Mewshaw, 2015) Nossa lista de dicas de filmes de romance anual está com dois títulos que possuem o mesmo tema em abordagens bem diferentes. Assim como Demolition, de Jean-Marc Vallée, Tumbledown fala muito sobre a superação de uma perda, como seguir em frente e reaprender a viver.
Estrelado por Rebecca Hall e Jason Sudeikis, o longa dirigido por Sean Mewshaw apresenta a história de uma jovem viúva tentando superar a morte do seu marido, um aclamado cantor de folk. Ela recebe a visita de um escritor de Nova York interessado em escrever uma biografia sobre o falecido e é obrigada a confrontar sua perda.
Impossível não comparar Tumbledown com o livro Juliet, Nua e Crua, de Nick Hornby. A diferença principal é que no romance do autor de Alta Fidelidade ninguém morreu, mas o restante dos acontecimentos, do amor pela música, admiração pelo artista e até perfil dos protagonistas, é bem parecido. Uma pena que existem poucos momentos em que o filme permite ao seu público ouvir a obra do cantor, mas tudo isso é contornado pela qualidade da narrativa e carisma dos personagens.
Recomendo para quem: comédia, filmes sobre luto, cantores, Juliet, Nua e Crua (Nick Hornby), O Final da Turnê
#1
Sing Street (John Carney, 2016) Tudo bem que a temporada não foi fácil para os fãs de boas histórias românticas no cinema, mas Sing Street ficaria com a nossa caipirinha de ouro mesmo se tivesse “adversários” de qualidade.
Dirigido por John Carney, um cineasta que vem se revelando um verdadeiro mestre na arte de contar histórias de amor através da música, o longa-metragem conquista o espectador facilmente com uma deliciosa mistura de comédia, aventura e romance. Sing Street conta a história de um garoto crescendo em Dublin, nos anos 1980. Ele encontra uma forma de fugir da sua família disfuncional ao montar uma banda e, de quebra, ainda tenta impressionar a garota por quem ele é apaixonado.
Acho que não precisa nem ter nascido na década de 80 para se apaixonar pela narrativa. Claro que a identificação maior é do público trintão, especialmente por Carney ter conseguido recriar tão bem o velho clichê de um garotinho apaixonado pela menina errada. Em alguns momentos lembramos diretamente em John Hughes e suas inestimáveis contribuições para o mundo do cinema. Lindo demais!
Recomendado para quem gosta de: comédia, década de 1980, Once, U2, Filmes sobre música