A LISTA DE MELHORES FILMES DE TERROR DO ANO É UMA DAS MAIS ANTIGAS DO BUTECO. Fiz questão de trabalhar nela sozinho nos últimos três anos, mas desta vez, para falar dos melhores filmes de terror de 2014, convidei o crítico Andrey Lehnemann para ajudar a escolher os grandes destaques do gênero. Tenho orgulho em dizer que esta talvez seja a melhor seleção de obras de terror que já publicamos no site. Uma prova de que a safra atual está recheada de produções interessantes para agradar em cheio um público tão carente como os fãs de terror/horror.
A curiosidade desta lista fica por conta da presença de diversos “found footages” (aqueles filmes em que tem um personagem filmando e assistimos a tudo através dessa câmera). É irônico até, afinal sou um dos críticos que costuma torcer o nariz para obras que utilizam esse recurso, mas no final das contas o que vale é a qualidade do produto no cinema.
Acompanhe agora nosso ranking com os melhores filmes de terror de 2014! Deixe seus comentários no final do post!
PS: Annabelle ficou de fora da lista porque é inferior em relação aos títulos aqui mencionados. Para saber mais sobre a obra, sugiro ler a crítica publicada no site.
Menções Honrosas: The Possession of Michael King
Usando o estilo (chato) de câmeras encontradas, também conhecido como found footage, The Possession of Michael King merece créditos por uma sequência maquiavélica de exorcismo que é puta surreal. Você começa a roer as suas unhas, arrepia os pelos do braço, vive um conflito incrível entre a vontade de desviar o olhar e a de não piscar os olhos, e sente medo pela situação em que o personagem se envolveu (e te arrastou junto, como espectador). Em pelo menos duas sequências, a obra acerta em cheio na dose de medo, angústia e tensão. O que, como disse logo acima, realmente pode causar gritos naqueles que se deixam impressionar mais.
Mockingbird
Difícil ficar indiferente para a maldita infestação found footage no gênero, mas a verdade é que algumas obras que utilizam esse recurso narrativo realmente surpreendem positivamente. Esse é o caso de Mockingbird, de Bryan Bertino (Os Estranhos). O cineasta até consegue recriar bastante do clima de tensão visto no longa estrelado por Liv Tyler, mas peca por uma montagem ineficiente que não dá conta de potencializar o roteiro. Nas mãos de um cineasta mais competente, Mockingbird certamente estaria no topo do lista com suas três histórias paralelas que poderiam causar muito mais tensão do que apresentado no longa-metragem. Ainda assim, é uma boa dica para os fãs do gênero.
Assim na Terra Como no Inferno
O terceiro filme da nossa lista também é um found footage: Assim na Terra Como no Inferno conta a história de um grupo de jovens pesquisadores que decidem investigar as catacumbas de Paris. Descendo cada vez mais fundo, eles acabam se encontrando num mundo paralelo em que as coisas ficam literalmente de cabeça para baixo e os velhos traumas voltam para tirar satisfação de uma maneira fatal.
All Cheerleader Die
Ainda que não seja brilhante, é o clássico exemplar que possui uma atmosfera tomada por diversão despretensiosa e nonsense – como Pânico na Escola, por exemplo. Além disso, é muito mais hábil e hilário em lidar com a sua trama do que outros filmes do gênero (Tamara, Garota Infernal), chegando ao ápice na forma como lida com sua sensualidade.
Andrey Lehnemann
Quando eu Era Vivo
No seu primeiro longa-metragem solo, Marco Dutra repete a fórmula que usava com a parceira Juliana Rojas, ao focar nos acontecimentos familiares do roteiro ao invés do sobrenatural definido pelo gênero. Os temores do público, assim, provêm da dose dramática depositada na realidade do protagonista – o terror se torna subjetivo; como deve ser.
Andrey Lehnemann
Agora sim: Conheça os 10 melhores filmes de terror de 2014
10 – Mar Negro
Todas as vezes que escuto alguém dizendo que não existe terror sendo produzido no Brasil, a primeira coisa que pergunto para a pessoa é se ela já ouviu falar do capixaba Rodrigo Aragão e da Fábulas Negras Produções. Depois de Mangue Negro e A Noite do Chupacabras, a criativa equipe de Aragão retorna com mais uma homenagem aos clássicos do terror no cinema. Investindo em muito sangue, gore e trash, Mar Negro é uma daquelas coisas imperdíveis para os amantes do gênero e a confirmação de um talento do cinema nacional.
Tullio Dias
9 – Livrai-nos do Mal
Habituado aos truques do gênero, Scott Derrickson (de O Exorcismo de Emily Rose e A Entidade) não economizou-os para seu novo projeto. Não que o diretor tenha a habilidade de um James Wan (de Sobrenatural e Invocação do Mal) para empregá-los, mas ainda assim, o resultado alcançado possui certos atrativos. Apropriando-se de uma trama que envolve o tradicional suspense místico-religioso, com assombrações e exorcismo, o roteiro de Paul Harris Boardman (Sem Evidências) e do próprio Derrickson – baseado no livro de Ralph Sarchie e Lisa Collier Cool – acompanha a jornada do policial Sarchie (Eric Bana, de O Grande Herói), um oficial corajoso, competente e cético, que inesperadamente passa a acompanhar um estranhíssimo caso envolvendo uma mulher claramente perturbada que atirou seu filho numa jaula do zoológico, um agressor domiciliar, um pintor suicida, um estranho homem que passa mensagens perturbadoras e uma série de ocorrências provocadoras de ainda maior perturbação, que conectam todas essas pessoas.
Leonardo Lopes
8 – Housebound
Uma das coisas mais divertidas em todo o trabalho de organizar essas listas de final de ano no Cinema de Buteco é descobrir verdadeiras pérolas alternativas. Assim como aconteceu com Borgman, na lista de melhores filmes de suspense de 2014, agora é a vez de recomendar a comédia de humor negro Housebound para diferenciar o nosso material. Curiosamente, são duas recomendações do crítico Andrey Lehenemann, do ClickFilmes. Em Housebound acompanhamos a história de uma garota delinquente que fica em prisão domiciliar e começa a acreditar que existe uma entidade paranormal assombrando a sua casa. Com um estilo bem seco e direto, além de diversas homenagens ao gênero horror, a produção acerta em cheio na dose de sustos e gargalhadas. Imperdível!
Tullio Dias
7 – Tusk
Kevin Smith se aventurou no terror há alguns anos com o horroroso Red State (aliás, O Último Sacramento – que você vai ver logo mais nessa lista – é exatamente tudo que Red State tentou ser e fracassou) e ninguém poderia acreditar que houvesse um retorno ao gênero. Na verdade, muitos sequer conseguiam acreditar que Smith seria insistente ao ponto de dirigir novamente, mas é uma questão de gosto. Em Tusk, o cineasta responsável por Procura-se Amy e Dogma conta a história de dois apresentadores de um podcast especializado em trollagens e humilhações. Justin Long e Haley Joel Osment (sim, o moleque de O Sexto Sentido) interpretam os dois malucos que vão parar na casa de um sujeito extremamente extravagante e com uma atração fora do comum por leões marinhos. Recheado de piadinhas nerds e um humor negro de primeira, Tusk pode ser o despertar de Kevin Smith depois de tantos desastres seguidos. Ou não.
Tullio Dias
6 – The Taking of Deborah Logan
Para variar: mais um found footage na nossa lista. Seguindo aquela linha de estudantes fazendo documentário, The Taking of Deborah Logan dá uma primeira impressão bem negativa. No entanto, a sensação de lugar comum vai sendo substituída pela curiosidade e tensão enquanto vamos nos aprofundando mais na trama dessa senhora que sofre com uma doença degenerativa ao mesmo tempo em que começa a ser possuída por uma entidade demoníaca. Com vários sustos, a produção é indicada para todos que apreciam temas de exorcismo.
Tullio Dias
The Taking of Deborah Logan (2014) – Red Band… by terrorama
5 – Starry Eyes
Na trama idealizada pelos diretores Kevin Kolsch e Dennis Widmyer, parceiros habituais, o exagero da exploração artística, da vaidade e da ambição são levados literalmente ao mundo de uma atriz amadora, espelhando na narrativa um medo claustrofóbico e individual proeminente.
Andrey Lehnemann
4 – The Guest
Produzido pela mesma equipe responsável pelo incrível Você é o Próximo, um dos destaques do gênero no ano passado, The Guest conta a história de um jovem misterioso que surge na casa de uma família e passa a viver com eles, como se fosse o amigo do filho falecido na guerra. O problema é que o bonitão é um capeta e começa a bater/matar todo mundo que cruza o seu caminho. Com uma trilha sonora que remete diretamente aos trabalhos de John Carpenter, The Guest é diversão garantida do começo ao fim.
Tullio Dias
3 – Exists
Em 2012 inclui The Lost Coast Tapes na lista de melhores filmes de horror do ano. Comentei que o filme era surpreendente, que soube usar o suspense e a expectativa ao seu favor, além de nunca mostrar o que estava acontecendo realmente. Exists é uma obra de Eduardo Sanchez (mais conhecido por A Bruxa de Blair) e narra a história de um grupo de adolescentes que decide acampar numa cabana abandonada de propriedade da família. No meio do caminho, porém, um acidente acontece e eles acertam um animal ou uma pessoa com o carro. O corpo desaparece misteriosamente, mas então começam a ouvir estranhos barulhos durante a noite e descobrem que não estão sozinhos.
Adoro filmes em que o cineasta aposta na sugestão para envolver o espectador, mas também não posso negar que se fizerem do jeito certo, um enquadramento da ameaça é sempre eficaz. Sanchez mescla as duas possibilidades. Durante boa parte de Exists, só assistimos aos vultos correndo. Até que existe a sequência em que um personagem está numa estradinha e se vê cara a cara com o próprio Pé Grande. Arrepiante. Ah, claro: mais um found footage para a lista.
Tullio Dias
2 – The Babadook
Bebendo da fonte de Roman Polanski, a diretora Jennifer Kent orienta-se pelo terror familiar, onde a falecida figura do pai é uma constante na rotina de mãe e filho – ambos assombrados por sua ausência. Deste modo, um conto de fadas assustador ganhar forma pode ser apenas uma consequência em um lugar que já respira o terror e a angústia.
Andrey Lehnemann
1 – O Último Sacramento
Em O Último Sacramento acompanhamos a trajetória de uma equipe de jornalistas da revista Vice em um vilarejo alternativo comandado por um poderoso líder religioso. A produção rodada com o recurso found footage começa lentamente com as tradicionais apresentações de seus personagens e a ideia de que tudo é perfeito naquele lugar, que pode ser considerada como uma versão religiosa de A Praia, de Danny Boyle. Com o passar do tempo descobrimos junto dos nossos heróis que as coisas são bem diferentes da imagem passada e que o inimigo é um fanático religioso manipulador. E louco. Muito louco. Quer algo mais assustador que isso para um filme de terror?
Tullio Dias
Veja também: nossas outras listas com dicas de melhores filmes de terror:
2022
2019
2018
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011