#5
Born to be Blue (Robert Budreau, 2015) Chet Baker permanece como um dos principais jazzistas de todos os tempos. Honrar essa memória não deve ter sido fácil para o diretor Robert Budreau e, principalmente, Ethan Hawke. A pressão deve ter sido um incentivo para buscar a superação, já que a obra é dotada de uma beleza única. Born to be Blue é breve, mas suficiente para apresentar essa lenda para quem ainda não o conhecia.
O filme apresenta a época em que Baker precisou se afastar dos palcos para se recuperar de um acidente causado por seus vícios. Budreau mostra como o amor de uma mulher deu forças para que Baker se fortalecesse e recomeçasse a sua carreira. No entanto, sabemos que ele era um completo babaca genial, e logo coloca tudo a perder.
Recomendado para quem gosta de: Jazz, cinebiografia, gente porra louca, Ethan Hawke, Chet Baker
#4
Cinco Graças (Mustang, Deniz Gamze Ergüven, 2015) Este é um filme maduro e feminista que se passa durante o verão em um vilarejo turco. Cinco Graças conta a história de cinco irmãs que vivem com o tio e a avó sob grande pressão, fazendo com que as garotas deixem de frequentar a escola e passam a viver em uma espécie de prisão domiciliar, aprendendo a limpar, cozinhar e costurar para que fique ainda mais fácil de conseguir um casamento arranjado. As interpretações são excelentes e sinceras, fazendo valer a indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2016.
Recomendado para quem gosta de: filmes sobre sexismo, empoderamento, irmãs
#3
O Quarto de Jack (Room, Lenny Abrahamson, 2015) Uma história de amor entre mãe e filho. Uma história sobre uma jovem que é sequestrada, estuprada e que é forçada a criar um garoto enquanto trancada em um quarto por vários anos. É um filme difícil de assistir em função da sua história dura e triste, mas as atuações e química entre Brie Larson e Jacob Tremblay são suficientes para nos comoverem e prenderam na tela por cerca de duas horas.
O Quarto de Jack conquista principalmente em função das atuações do elenco e da dinâmica entre os protagonistas. A história de amor entre mãe e filho não deixa de ser um tema universal que vai comover muitos.
Recomendado para quem gosta de: adaptações, crianças encantadoras, mãe e filho, filmes sobre sequestro
#2
Manchester à Beira Mar (Manchester by the Sea, Kenneth Lonergan, 2016) Trata-se de um arco dramático clássico – um homem solitário, à altura de seus trinta e tantos, acompanhado por arrependimentos que o impedem de seguir em frente – aliado a um conflito igualmente tradicional – a chegada de uma responsabilidade inesperada (o sobrinho Patrick, papel do carismático Lucas Hedges) que o obriga a, enfim, mover-se adiante -, e o resultado é que isto surpreendentemente não empalidece a obra. Mérito da decisão do diretor e roteirista, Kenneth Lonergan, em voltar suas atenções não à composição de uma sequência de dramas e desencontros, mas a um estudo autêntico de seu protagonista.
Recomendado para quem gosta de: responsabilidades, solidão, família, Casey Affleck
#1
Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016) O pernambucano Kleber Mendonça Filho causou em Cannes e chegou ao Brasil envolvido em uma polêmica por conta do protesto a respeito do processo de impeachment, que comoveu de Reinaldo Azevedo a Alexandre Frota. Tretas políticas a parte, o longa é centrado num problema que vem atingindo Recife nos últimos anos: especulação imobiliária.
Moradora do último apartamento de um prédio que já teve todas as outras residências vendidas, Clara (Sônia Braga) resiste à pressão de uma construtora e se mantém firme em seu lar. Essa trama central, porém, não é único enfoque do roteiro que aborda temas como empoderamento feminino, sexualidade na terceira idade e a relação das pessoas com suas memórias afetivas. O filme talvez se alongue em algumas questões menores e acelere em alguns momentos, atrapalhando assim a trama principal, mas a presença de Sônia Braga na tela compensa esses pequenos defeitos.
Aquarius é um filme que define o atual momento do Recife, mas ainda assim poderia ser feito em qualquer cidade do Brasil. (Geraldo de Fraga, do blog Toca o Terror)
Recomendado para quem gosta de: cinema nacional, empoderamento, política, nordeste, conflito entre o novo x velho