O que não faltou em 2012 foram bons dramas no cinema. O Cinema de Buteco tentou relembrar os principais lançamentos do gênero, mas acabou recorrendo novamente ao oráculo da sétima arte Eduardo Monteiro (do blog Cinema sem Erros) para selecionar os 10 melhores filmes de drama de 2012. De Michael Fassbender para Ryan Gosling, de Martin Scorsese até Ang Lee, a lista deverá agradar (e surpreender) muita gente. Confira:
Menções honrosas:
Polissia
Inspirado em casos reais da polícia francesa, Polissia pode parecer em seu início uma espécie estúpida de CSI feita pelos franceses, mas em pouco tempo fica bem nítido que o filme é uma obra grandiosa. Ele nos permite conhecer profundamente o cotidiano de seus personagens e seus temperamentos. Um dos grandes acertos dessa obra é se focar em seus personagens, e não apenas na situação em que eles se encontram, o que não seria possível sem as atuações magníficas do elenco. Certamente um dos melhores do ano. (João Golin) – Clique aqui para ler a crítica completa no site Mondo BHZ, por Priscila Armani
Muita gente estranhou Cosmópolis. Estranhou na verdade seria uma maneira otimista de ver a situação: muita gente odiou o último filme de David Cronenberg. Após ler o livro original tive a certeza absoluta da genialidade do cineasta ao escalar Robert Pattinson para o protagonista. Não é por acaso que o galã de Crepúsculo apresenta a sua melhor atuação no cinema até o momento. Cosmópolis é tão estranho quanto qualquer outro filme de Cronenberg, o que é apenas um detalhe para ter a presença garantida na lista de melhores do ano do Cinema de Buteco. (Tullio Dias) – Clique aqui para ler a crítica completa
A fama de mal ator que Ben Affleck conquistou na primeira metade da década passada não é exatamente injusta, mas certamente é ultrapassada. Provando-se um diretor surpreendentemente competente e consistente desde a estreia na função com o excelente Medo da Verdade, Affleck vem reconquistando a atenção do público e tem, inclusive, melhorado como ator – e é irrelevante se essa evolução decorre do amadurecimento profissional ou das melhores escolhas de projeto, por exemplo. Assim, quando o lançamento deste ótimo Argo gerou uma avalanche de reverências a Affleck e um enorme estardalhaço por parte de uma fatia do público que ainda o discriminava como artista, uma pergunta não saia da minha cabeça: por onde essas pessoas estiveram ao longo dos últimos cinco anos? (Eduardo Monteiro)
“Durante um atentado na embaixada norte-americana no Teerã, 52 pessoas são feitas com o reféns e seis conseguem escapar sem serem vistas. A CIA intervém antes dos terroristas descobrirem que foram enganados e um especialista em resgate inventa um plano mirabolante para conseguir salvar as suas vidas: com o apoio de um produtor de cinema, ele busca patrocínios para rodar um filme falso no país e fingir que os reféns são parte de sua equipe de produção. O filme gira em torno de toda a concepção do plano até o momento em que ele é colocado em ação, gerando várias sequências tensas.” – Clique aqui para ler a crítica completa
“O filme, apesar de se passar em um universo highschool norte-americano, foge do esquema patinho feio, jogador de futebol e rainha do baile. É leve, divertido, mas ao mesmo tempo trata de temas densos, e o diretor/autor do livro homônimo Stephen Chbosky soube amarrar muito bem as historias dos personagens fazendo a trama se desenvolver com muita fluidez e naturalidade, diga-se de passagem. O longa é emocionante e qualquer pessoa que já tenha sofrido com indiferença, amizades e preconceitos irá se identificar.” – Clique aqui para ler a crítica completa de Joubert Maia
8 – Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres
David Fincher é um dos grandes cineastas da última geração e tudo que ele faz merece uma atenção especial. Aqui, como se não bastasse a direção competente, ainda somos agraciados com uma trilha sonora inspirada da dupla oscarizada por A Rede Social e uma atuação arrasadora de Rooney Mara. Precisa pedir mais? (Tullio Dias)
“Antes de mais nada é preciso explicar que Fincher não fez um remake do filme sueco. Ambas produções foram inspiradas no mesmo livro e geraram produtos bem distintos. Mesmo exemplo do caso recente de Deixe Ela Entrar, de Tomas Alfredson, e Deixe-me Entrar, de Matt Reeves. Por coincidência ou não, a adaptação norte-americana também supera a sueca, embora sem o mesmo apuro artístico e poético que Alfredson utilizou para descrever a trama e seus personagens. Fincher e o roteirista Steve Zaillian (O Homem Que Mudou o Jogo e Gangues de Nova York) fizeram um trabalho incrível para selecionar o melhor do best-seller e tudo ficou ainda mais forte com a química entre a dupla Daniel Craig (A Casa dos Sonhos) e Rooney Mara.” – Clique aqui para ler a crítica completa
OK! Nós sabemos que Drive não é bem um drama, mas como é que alguém em sã consciência poderia ignorar o longa-metragem estrelado por Ryan Gosling? E digo mais: ele só não está no topo da lista porque fomos obrigados a privilegiar aqueles filmes menos agressivos e que podem ser assistidos em companhia de pessoas que não apreciem cenas absurdas de violência. (Tullio Dias)

3 – As Aventuras de Pi
Apesar de ter nome digno de sessão da tarde (aliás, vamos combinar que o personagem vive apenas UMA aventura e não se justifica de maneira alguma a alteração do título original, A Vida Pi), o belo longa-metragem de Ang Lee enche os olhos do espectador desde a primeira cena com uma fotografia linda. E não se pode ignorar o tigre Richard Parker, que merecia um Oscar. (Tullio Dias)
“O que há de mais bonito no cinema, e na arte de uma maneira geral, é que ela só se completa no outro. Um filme não tem um significado único, ele tem um significado para mim, outro para você, e um individual para cada um de seus espectadores. E a beleza de As Aventuras de Pi está em narrar (com um visual estonteante) uma fábula com metáforas suficientes para fazer seu espectador ficar pensando em todos os seus possíveis significados por semanas.” – Clique aqui para ler a crítica completa de Larissa Padron

O longa-metragem estrelado por Michael Fassbender causou muita polêmica por conta de uma muito comentada cena de nu frontal. Uma pena que uma obra tão forte seja lembrada especialmente por detalhes sórdidos relacionados ao corpo do ator. Shame conta sobre a vida de um homem viciado em sexo e como toda a sua rotina se transforma depois que a irmã se muda para morar com ele. Brandon (Fassbender) começa a ter consciência da sua condição e passa por situações complicadas por conta do vício e de sua incapacidade de se relacionar profundamente com outra pessoa. Steve McQueen é o diretor de um dos melhores filmes do ano, sem dúvidas. Ou exageros. (Tullio Dias)
Pode ser difícil para algumas pessoas conseguir mergulhar em um filme que não só é falado numa língua estrangeira desconhecida, como nos mostra uma cultura tão diferente à nossa. E esse é o grande mérito do diretor Asghar Farhadi com A Separação, não é difícil sentir a dor dos personagens, mesmo estando tão distante dos costumes religiosos iranianos. Contando a história de um casal à beira da separação aliada ao drama de uma empregada doméstica grávida que se sente agredida por seu patrão, o vencedor do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira ainda faz com que o público não julgue seus personagens, mesmo em seus momentos mais drásticos. (Larissa Padron)
“A primeira vez que vemos Nader (Peyman Moadi) e Simin (Leila Hatami) em A Separação, se estabelece um contato com o espectador que irá se estender durante toda a trama: eles estão sentados, em frente à câmera como que conversando com um juiz que reluta em lhes oferecer o divórcio por falta de motivos que justifiquem o ato. Cada um está carregado com suas verdades, inabaláveis, mas que encontram dificuldade em se legitimar no discurso. O assunto deste filme no fim das contas é esse: como determinar o que é a verdade dos fatos, quando existem inúmeros pontos de vista e motivações envolvidos? Quando se colocam frente ao espectador, os personagens estão se colocando sob o seu julgamento. Algo que não será tarefa fácil.” – Clique aqui para ler a crítica completa de João Andrade
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