Bohemian Rhapsody (2018)
Bohemian Rhapsody é um exemplo claro de como o amor é cego. Todos nós amamos Queen (se esse não é o seu caso, QUAL É O SEU PROBLEMA???), mas daí a achar uma narrativa mequetrefe dessas digna do que foi o legado de Freddie Mercury é demais. Apoiado nas músicas como muletas, ao invés de terem serviço narrativo, sem aprofundar nos dramas e excessos do genioso Mercury, o longa é apenas um retrato embaçado (e limpinho) do que poderia ter sido (Tullio Dias).
Bilheteria: $ 903 milhões.
Oscar: melhor ator, melhor montagem, melhor edição de som e melhor mixagem de som. Indicado a melhor filme.
RT: 60%.
O Jogo da Imitação (2014)
Alan Turing foi um dos grandes heróis da Segunda Guerra Mundial. Para receber essa honraria, sequer precisou entrar em campo de batalha: a sua contribuição envolveu a quebrar a indecifrável máquina de criptografia alemã chamada de Enigma. O seu trabalho adiantou o fim da guerra em praticamente dois anos e resultou na origem dos computadores. Porém, O Jogo da Imitação acaba dependendo demais do seu protagonista e isso acaba sendo um problema. Tanto para o próprio filme quanto para o ator, que apesar de ter feito a melhor atuação entre seus concorrentes ao Oscar, está numa obra inferior às demais (Tullio Dias).
Outro ponto polêmico é a própria adaptação. Aliás, o longa é bastante conhecido por causa das controvérsias em relação às diversas modificações feitar no roteiro. E não são coisas pequenas; são alterações em pontos extremamente importantes da história, como se a vida de Turing já não fosse dramática demais, e o que ele fez não tivesse sido grandioso o suficiente para ser relatado de forma verídica (Dani Pacheco)
Bilheteria: $ 233 milhões
Oscar: melhor roteiro adaptado (HAHAHA), além de sete indicações, incluindo melhor filme, melhor direção, melhor ator e melhor atriz coadjuvante.
RT: 90%.
Vice (2018)
Após o excelente A Grande Aposta (2015), Adam McKay voltou com um filme promissor em 2018. Em Vice, o cineasta foi de economia para a política, ao contar a história do polêmico Dick Cheney. Como qualquer produção sobre política, havia a chance da recepção ser controversa, mas o filme dividiu totalmente a imprensa e o público. Tanto, que faturou a metade do seu antecessor nas bilheterias. No entanto, isso não o impediu de ser devorado na temporada de premiações, provavelmente por questões de campanha e elenco (Amy Adams, Christian Bale, Sam Rockwell, Steve Carell).
Por que não mereceu esse reconhecimento todo? A proposta é interessante, a crítica ao jogo político e os demais poderes, e os dois protagonistas estão muito bem, mas o roteiro é extremamente parcial, com muito conteúdo fabricado. Os republicanos são excessivamente demonizados, como se só eles cometessem atos reprováveis e tudo de bom viesse dos democratas; Cheney era uma personalidade complexa e polêmica, mas é tratada de forma caricata demais; e tenho certeza de que George G. Bush não é o banana que McKay representou na tela.
Bilheteria: $ 76 milhões.
Oscar: melhor maquiagem. Total de sete indicações, incluindo melhor filme, roteiro original, melhor ator e atriz, melhor ator coadjuvante.
RT: 66%.
Os Miseráveis (2012)
Os Miseráveis é um belo filme, que traz de volta aquela empolgação dos antigos musicais: grandes elencos, cenários, histórias grandiosas, músicas que emocionam e movimentos muito bem coreografados. No entanto, os méritos são distribuídos por vários membros da equipe, destacando-se elenco e direção de arte, sobrando assim muito mais erros do que acertos para Tom Hooper, o diretor. Para cada acerto, ele faz algo incompetente, como tremer a câmera desnecessariamente ou manter a sua mania irritante (de O Discurso do Rei) de filmar os protagonistas em algum canto inferior e lateral da tela. Em um número musical particular, no qual Jackman anda de um lado para outro em uma capela, o diretor demonstra não ter a menor ideia do que fazer com a câmera (Larissa Padron).
Bilheteria: $ 441,8 milhões.
Oscar: melhor atriz coadjuvante, melhor maquiagem e melhor mixagem de som. Total de oito indicações.
RT: 69%.
Trapaça (2013)
Os dois primeiros filmes de Guy Ritchie são muito bem sucedidos quando se fala de golpes, contando com personagens interessantes, bom humor e uma trama bem montada. David O. Russell e seu colega roteirista, Eric Warren Singer (de Trama Internacional, 2009), não têm um resultado tão bom, com uma história que parece requentada de várias outras produções e cuja conclusão está longe de ser satisfatória. O que compensa essas falhas é o trio de atores principais, todos muito inspirados. Lawrence também está bem, e é importante para a trama, apenas tem poucas cenas para justificar tanto confete jogado nela. Cantar uma música e dar alguns escândalos não é o suficiente para ser a melhor atriz do ano, mesmo que coadjuvante (Marcelo Seabra).
Bilheteria: $ 251 milhões.
Oscar: dez indicações, incluindo melhor filme, melhor direção e todas categorias de atuação.
RT: 92%.