10- Wall-E (Andrew Stanton, 2008)
“Ai, Pixar. Wall-E é um filme tão sensível, tão rico e tão simples, que quebrou muitas daqueles paradigmas de que “animações são para crianças”, “desenhos são bobos” e toda aquela baboseira que se ouve por aí. A história pós-apocalíptica conta a vida pacata de um robô compactador de lixo, que desenvolveu uma humanidade tão grande que passa seus dias buscando colecionáveis no lixão, e suas noites ouvindo música em sua humilde residência. Mas tudo muda quando ele conhece outro robô que vasculha a terra em busca de sinais de vida e acaba encontrando um broto de uma plantinha. Uma animação maravilhosa, praticamente sem falas, que mostra muito sobre desperdício e sobre nosso estilo de vida condenável, comodista e inconsequente.”
9- Fonte da Vida (The Fountain, Darren Aronofsky, 2006)
“Darren Aronofsky discute em Fonte da Vida as questões existencialistas relativas ao amor e a imortalidade. Além da profundidade filosófica e do deleite audiovisual que o filme traz ao espectador, Hugh Jackman surpreende com uma atuação sensível e dramática.”
8- Cidade de Deus (Fernando Meirelles e Katia Lund, 2002)
“Mais que um filme de ação, Cidade de Deus é um retrato magnífico de uma parte enorme da sociedade brasileira que muitos ainda teimam em ignorar. Com violência nua e crua, personagens carismáticos e histórias de vida em que o acaso contribui para criar o herói ou o vilão, o longa-metragem permanece até hoje como uma obra a ser “batida” no cinema nacional.”
7- A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no kamikakushi, Hayao Miyazaki, 2001)
“A obra-prima de Hayao Miyazaki é tão doce e profunda quanto assustadora. Dragões, monstros, deuses, sapos falantes e bruxas-corvo, tem de tudo nesse filme: você só tem que escolher de qual gostará mais. A riqueza de detalhes e cores, a movimentação dos personagens e a grandiosidade da produção são de babar. É um estilo diferente das consagradas animações comerciais que vemos no cinema. O Japão tem seu próprio ritmo, e Miyazaki é o maior de todos os maestros.”
6-Deixa Ela Entrar (Let the Right One In, Thomas Alfredson, 2008)
“Deixa Ela Entrar está longe de ser considerado um apenas como um filme de terror. Arriscariamos dizer que até mesmo de vampiro, mas seria uma afirmação complicada. O longa é uma verdadeira demonstração de amor, cumplicidade, amizade, amadurecimento e principalmente a solidão. Capta os dilemas daquela fase em que somos obrigados a lidar com os valentões da turma e mostrar nosso valor.”
5- O Auto da Compadecida (Guel Arraes, 2000)
“Chicó e João Grilo apareceram nas telas nacionais em 2000, dando um novo gás às comédias brasileiras. A história dos amigos que sobrevivem de pequenos golpes muda quando se envolvem com um cangaceiro casca grossa. É com a procura da solução dos problemas deles que o público cai na gargalhada.
A história de Ariano Suassuna tem Selton Mello e Matheus Nachtergaele no centro e conta com um improvável julgamento em seu ápice. As piadas são de fácil entendimento e conquistaram o público com sua extensa faixa etária, além de ilustrar o perfil da população brasileira de modo genuíno.”
4- Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, Jonathan Dayton/Valerie Faris, 2006)
“A família Hoover é cômica. O pai possui um método de autoajuda fracassado, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor suicida e o avô foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína. A família precisa colocar suas diferenças de lado para atravessar o país em uma Kombi amarela muito velha quando a filha mais nova, Olive, é convidada para participar de um concurso de beleza juvenil. Comédia e drama estão bem equilibrado na história de Michael Arndt. O filme quebra paradigmas e nos passa de uma forma leve a carga dramática presente. Nos faz querer abraçar cada um dos membros da família, principalmente a garotinha.”
3- O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King, Peter Jackson, 2003)
“O Retorno do Rei e suas trinta e nove horas de duração é um marco dos anos 2000 e não poderia ficar de fora da nossa seleção. Peter Jackson realizou o que a maioria da indústria considerava impossível e adaptou a obra de J.R.Tolkien de uma maneira que o próprio autor teria reverenciado o resultado. O encerramento da trilogia é grandioso em todos os sentidos e encerra de vez todos os arcos de histórias sobre a eterna luta do bem contra o mal. As melhores batalhas foram guardadas para o final e a versão estendida passa num piscar de olhos: quando estamos na Terra-Média o tempo parece não passar. Que filme.”
2- Quase Famosos (Almost Famous, Cameron Crowe, 2000)
“Um adolescente consegue um trabalho na revista Rolling Stone e tem a tarefa de acompanhar a banda de rock Stillwater em uma turnê pelos Estados Unidos. Kate Hudson no papel de Penny Lane (musa) encanta os personagens no filme e a nós, que a assistimos daqui. É um filme para quem ama os anos 70, adora guitarras e curte o espírito jovem em ascensão.”
1- Brilho Eterno Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Michel Gondry, 2004)
“Esquecer a pessoa amada após o rompimento é o sonho de muitos, mas no correr da história, nosso protagonista percebe que não é isso que quer de verdade. Com o roteiro engenhoso de Charlie Kaufman, elenco afinado e cores que ajudam o espectador a se encontrar na turbulenta mente de Joel, o filme é um alento aos corações despedaçados. Ficar sem quem amamos e conviver com suas memórias é difícil, mas são esses momentos que nos preparam para relacionamentos futuros.”