40- Marcas da Violência (A History of Violence, David Cronenberg, 2005)
“Cronenberg deixou de lado as produções esquisitas nos anos 2000 e investiu em filmes mais humanos (ou plausíveis, pelo menos), como Marcas da Violência e Senhores do Crime. Sem perder a sua identidade como um cineasta autoral, ele conduz Viggo Mortensen ao seu ponto mais alto como ator nesse frio e perturbador Marcas da Violência.”
39- Onde Vivem os Monstros (Where the Wild Things Are, Spike Jonze, 2009)
Para um espectador desavisado, o roteiro mostra apenas a imaginação do personagem Max indo parar numa ilha habitada por monstros gigantes. Mas é claro que Spike Jonze não iria fazer algo simples e sem nenhuma mensagem subliminar. Onde Vivem os Monstros é um desses filmes psicológicos que só mesmo psiquiatras ou aficionados em Freud podem/conseguem analisar e tentar transmitir a mensagem da trama.
38- O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, Guillermo Del Toro, 2006)
“Uma Alice no País das Maravilhas muito mais dark e aterrorizante do que qualquer remake de Tim Burton, O Labirinto do Fauno é uma fantasia onde o mundo real se mostra habitado por monstros muito piores.”
37- O Tigre e o Dragão (Wo hu cang long, Ang Lee, 2000)
“O filme possui várias camadas, mas a temática principal é a vingança. Só que uma escalada de vingança nunca acaba a menos que alguém tenha a sabedoria suficiente de romper o ciclo de ódio e sede de justiça. Durante a narrativa podemos observar o padrão bem descrito por Michael Corleone em O Poderoso Chefão III: “Por mais que eu tente sair eles me puxam de volta!”
36- Kill Bill – Volume 1 e Volume 2 (2003/2004, Quentin Tarantino)
“Mesmo com uma quantidade de votos considerável para cada parte individualmente, escolhemos encarar Kill Bill como apenas uma obra – que é a maneira como o próprio Tarantino faz. Estrelado por Uma Thurman, a trama é um verdadeiro tratado sobre vingança e uma das produções obrigatórias para quem quer conhecer o cinema de Quentin Tarantino.”
35- Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes, 2003)
Lisbela, uma romântica inveterada encantada pelo mundo do cinema, se apaixona por Leléu, um malandro viajante. Se trata de um romance clichê, mas que de tanto o ser consegue também ser divertido e emocionante. Tem algo no filme que remete a cordel, criando mais raízes ao nosso folclore. Tudo isso valorizado por uma trilha sonora popular e encantadora.
34- O Chamado (The Ring, Gore Verbisnki, 2002)
“Esse remake entrou para o imaginário do público e Samara se tornou uma das personagens mais temidas do cinema – para a tristeza de todos que não entendem o que dá medo em O Chamado.“
33- Zodíaco (Zodiac, David Fincher, 2007)
“Um jornalista passa a investigar estranhos crimes cometidos por um serial killer autointitulado Zodíaco. Para isso conta com a ajuda de poucas pessoas interessadas na verdade, mesmo quando o assassino começa a apreciar toda a atenção que recebeu da mídia.
A obra celebra os méritos artísticos de David Fincher, que renunciou humildemente a qualquer artifício estilístico – decisão só de um diretor seguro e confiante na força da história – para estabelecer uma investigação extensa, minuciosa e não-resolvida assim como as consequências deixadas naqueles que dela participaram.”
32- Procurando Nemo (Finding Nemo, Andrew Stanton & Lee Unkrich, 2003)
“Após evento extremamente traumático, pai superproteror precisa resgatar filho portador de necessidades especiais com a ajuda de uma mulher que sofre de perda de memória recente. Tudo isso na imensidão do fundo do mar. Se o conflito exterior do protagonista assusta, o conflito interior ameniza o clima do filme como um perfeito alívio cômico: um peixe palhaço que não sabe contar piadas. Procurando Nemo aborda tantos assuntos relevantes e de forma tão sensível e delicada em meio à grande jornada que tem seu lugar garantido entre as melhores aventuras da década.”
31- Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men, Joel e Ethan Coen, 2007)
“Neste faroeste urbano, temos um cidadão interiorano em busca apenas de dignidade (Josh Brolin) envolvido num incidente que o leva a ser caçado pelo assustador psicopata Anton Chigurh (Javier Bardem, espetacular). Através de uma perspectiva pessimista – e, infelizmente, realista – acerca de seu cenário e da realidade, o longa constrói personagens marcantes de seu gênero, de poucas palavras e atitudes sempre objetivas, duras – e aquele que não se encaixar nestes requisitos, não importando quão grandes foram seus esforços, não sobreviverá.
Obra povoada por ótimas sequências de ação, uma ambientação seca e desesperançosa, personagens instigantes e alguns momentos absolutamente marcantes, Onde os Fracos Nâo Têm Vez é o sinal em formato de filme de que os tempos adaptam-se e os indivíduos devem adaptar-se junto com ele. A Arte também.“