O Cinema de Buteco orgulhosamente apresenta os 30 melhores filmes de romance dos anos 2000.
O ROMANCE COSTUMA RECEBER UMA ATENÇÃO ESPECIAL DA REDAÇÃO DO CINEMA DE BUTECO. Por isso, Tullio Dias passou a missão de selecionar os 30 melhores filmes de romance dos anos 2000 para a jornalista Larissa Padron, que logo tratou de convidar pessoas especializadas no tema para escolher apenas os principais longas do gênero produzidos entre 2000 a 2009. Não foi tarefa fácil, mas o resultado você pode apreciar (sem moderação) nessa lista:
Curiosidades:
– Foram citados mais de 60 filmes pelos 17 participantes.
– Não precisa ter final feliz para entrar aqui no nosso ranking. Inclusive, nós gostamos mesmos é de obras parecidas com a fria realidade.
– Algumas obras citadas também foram lembradas em outras listas de melhores dos anos 2000.
– Cameron Crowe, Jason Reitman e Joe Wright foram os cineastas mais presentes no ranking final: cada um com duas obras na lista de 30.
(Textos por Cassio Gabus, Dani Pacheco, Débora Anício, Graciela Paciência, João Paulo Andrade, Juliana Vannucchi, Larissa Padron, Natalia Ranhel, Nathália Pandeló, Raissa Lazarek e Tullio Dias – clique nos links para seguir no Twitter)
Conheça os 30 melhores filmes de romance dos anos 2000
30- Vanilla Sky (Cameron Crowe, 2001)
“Cameron Crowe se aventurou numa refilmagem de um belo longa-metragem espanhol e a única coisa que fez de diferente foi incluir Jeff Buckley e Radiohead na trilha sonora, além de contratar Tom Cruise, Cameron Diaz e Penélope Cruz para interpretarem os personagens principais. Cruz, inclusive está no elenco do filme original, cujo maior defeito é justamente não ser dirigido por Cameron Crowe.”
29- O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button, David Fincher, 2008)
“Ao invés de arrancar lágrimas dos seus espectadores, David Fincher escolheu fazer apenas um filme lindo e triste, mas frio demais para nos emocionar. Ainda assim conta uma bela (e inusitada) história de amor que sobrevive ao tempo e às diferenças.”
28- Across the Universe (Julie Taymor, 2007)
“Independente de você ser fã ou não de Beatles (Ajuda muito se você pelo menos conhecer as faixas), esse musical possui uma narrativa tão envolvente que é inevitável cair de amores pela produção. Across the Universe é brilhante e ainda te faz cantar todas as músicas. Lindo, lindo.”
27- UP – Altas Aventuras (Up, Pete Docter, 2009)
A jornada do herói prega que antes de fazer o retorno para casa com os louros da vitória, o protagonista precisa arder nas sete camadas do inferno. E é pra lá que o expectador vai, junto com o Sr. Frederiksson logo nos primeiros minutos do filme. Nesta que é uma das mais ousadas e bem executadas sequências de abertura de uma animação.
26- Como Perder um Homem em 10 Dias (How to Lose a Guy in 10 Days, Donald Petrie, 2003)
Com várias piadas sobre os “erros” cometidos pelas mulheres no começo de um relacionamento, o longa acaba sendo um bom divertimento para o fim de semana e uma das comédias românticas mais deliciosas lançadas nos anos 2000.
25- Quiet City (Aaron Katz, 2007)
Assim como acontece em Antes do Amanhecer, Quiet City se baseia no acaso de duas pessoas se encontrarem para dividirem poucas horas de um dia. Enquanto conversam e passeiam por Nova York, esses dois desconhecidos descobrem uma curiosa conexão.
24- Amor à Flor da Pele (Faa yeung nin wa, Wong Kar-wai, 2000)
Wong Kar Wai, tem uma certa originalidade em relação aos diretores orientais que surgiram nos últimos anos. Conserva o cuidado com a parte visual de seus filmes, mas tem uma sensibilidade muito particular para tratar de um tema sempre recorrente neles, tornando-se já sua marca registrada: o amor. No caso de Amor a Flor da Pele, é sobre o amor latente, aquele que nunca chega a se concretizar, e nem por isso menos valoroso.
23- Amor Sem Escalas (Up in the Air, Jason Reitman, 2009)
Amor Sem Escalas é gostoso, engraçado, comovente, portanto, sem dúvidas um dos filmes mais marcantes da carreira de George Clooney. O desfecho é uma facada nas costas, daquelas em que você sente o que o personagem está sentindo e quer morrer junto com ele, mas uma escolha sincera e, o mais importante, real de Reitman e Sheldon Turner. O filme se passa em grande parte nos ares, mas a história não podia ser mais pé no chão.
22- Antes que Termine o Dia (If Only, Gil Junger, 2004)
Antes Que Termine o Dia pode não ser aquele filme indispensável sobre romances e essas coisas todas, mas consegue agradar bem mais que o esperado. A obra tenta, e consegue, mostrar a evolução e amadurecimento de uma pessoa diante a ameaça da perda.
21- Desejo e Reparação (Atonement, Joe Wright, 2007)
Os sentimentos adolescentes talvez sejam os mais difíceis de serem compreendidos porque nem mesmo quem sente sabe definir o que acontece em seu coração. Pior: não sabe como agir perante suas vontades. A jovem Briony “sabe” que é apaixonada por Robbie, o filho do caseiro e amante de sua irmã, Cecilia. O que Briony não sabe é lidar com a rejeição e com a sua imaginação, o que provoca uma injusta acusação de um crime e a alteração na vida de vários familiares.
A competente direção de Joe Wright nesta adaptação do livro de Ian McEwan é admirável, assim como o elenco. Destaque para Saoirse Ronan em sua primeira indicação ao Oscar.
20- Um Amor pra Recordar (A Walk to Remember, Adam Shankman, 2002)
Um dos romances mais aclamados da última década. É extremamente água com açúcar e possui uma sequência de fatos bem clichês. Ainda assim, é um melodrama bem cativante que faz os espectadores suspiraram e se emocionarem com a história.
19- Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes, 2003)
Lisbela, uma romântica inveterada encantada pelo mundo do cinema, se apaixona por Leléu, um malandro viajante. Se trata de um romance clichê, mas que de tanto o ser consegue também ser divertido e emocionante. Tem algo no filme que remete a cordel, criando mais raízes ao nosso folclore. Tudo isso valorizado por uma trilha sonora popular e encantadora.
18- Embriagado de Amor (Punch-Drunk Love, Paul Thomas Anderson, 2002)
“Embriagado de Amor é extremamente estressante. E não digo num mau sentido; isso é ótimo. Barry, protagonista interpretado por Adam Sandler, é uma bola de ansiedade e o ritmo do longa – edição rápida, câmera na mão, trilha sonora irritante – evidencia o clima de angústia do filme e do personagem.”
17- Vicky Cristina Barcelona (Woody Allen, 2008)
“Vicky Cristina Barcelona é mais que um filme fetiche para qualquer homem ou mulher bem resolvidos com sua própria sexualidade, mas uma obra que trata de maneira única a dificuldade que temos de nos relacionar e conhecer a nós mesmos através de algo tão básico e ao mesmo tempo tão complexo quanto o amor.”
16- Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice, Joe Wright, 2005)
A adaptação do clássico de Jane Austen funciona para quem leu e para quem não leu a obra. Diferente das mocinhas que se apaixonam à primeira vista, Elizabeth leva tempo para se conectar e se envolver com Mr. Darcy. Com uma fotografia belíssima, que nos apresenta de forma visual o poder da obra literária, o filme retrata o nascimento do amor sem seus habituais clichês cinematográficos.
15- Sideways – Entre Umas e Outras (Sideways, Alexander Payne, 2004)
Com sutileza, Sideways é um road movie sobre alcoolismo e personagens medíocres – sem que isso signifique algo ruim, já que os protagonistas são vividos por dois atores geniais que conferem todas as nuances necessárias para nos convencerem de que vivem pessoas que nunca serão além daquilo que mostram.
14- 500 Dias Com Ela (500 Days of Summer, Marc Webb, 2009)
Todo mundo já experimentou as dores de um relacionamento. Quando isso acontece em nossas vidas, é natural buscar conforto em livros, filmes e, especialmente, músicas depressivas que nos dão aquela sensação de que o mundo é mesmo um lugar cruel e que o amor não existe na vida real. Em (500) Dias Com Ela os espectadores encontrarão uma descrição quase perfeita do que sentem aqueles que são deixados de lado pelo “grande amor”.
13- Juno (Jason Reitman, 2007)
Juno é uma adolescente que encara uma gravidez precoce com extrema maturidade. Sua delicada trilha sonora e diálogos envolventes fazem o filme ir muito mais além da comédia pastelão adolescente de cunho sexual, tratando questões existencialistas de uma forma atual e singela.
12- Quase Famosos (Almost Famous, Cameron Crowe, 2000)
Um adolescente consegue um trabalho na revista Rolling Stone e tem a tarefa de acompanhar a banda de rock Stillwater em uma turnê pelos Estados Unidos. Kate Hudson no papel de Penny Lane (musa) encanta os personagens no filme e a nós, que a assistimos daqui. É um filme para quem ama os anos 70, adora guitarras e curte o espírito jovem em ascensão.
11- Diário de Uma Paixão (The Notebook, Nick Cassavetes, 2004)
Um filme romântico que todo mundo deveria assistir sem ter o menor medo de chorar e fazer papel de ridículo na frente do (a) companheiro (a). E também, o único momento em que uma adaptação dos livros de Sparks, mereceu o devido respeito e consideração.
10- Once – Apenas uma Vez (Once, John Carney, 2007)
Esta produção independente irlandesa chamou a atenção justamente por sua simplicidade. Narrando a história de dois músicos de rua, o filme acompanha desde o momento que estes se conhecem até desenvolverem uma forte amizade, fugindo do romance convencional dos musicais, tudo isso intercalado por lindas canções folks originais.
9- Encontros e Desencontros (Lost in Translation, Sofia Coppola, 2003)
Mais difícil que voltar pra casa depois daquela viagem de verão perfeita, só explicar o que se passa no final de Encontros e Desencontros. Romântico de um jeito inusitado, te dá aquele nó na garganta e você nem sabe exatamente o porquê. Uma ótima trilha sonora e uma fluidez singulares. E se a primeira cena já não chamar a sua atenção, as locações, de alguma forma, irão. Sutil e marcante ao mesmo tempo.
8- Alta Fidelidade (High Fidelity, Stephen Frears, 2000)
O personagem de John Cusack é um dono de uma loja de discos que encontra-se a beira da falência e é um azarado inveterado no amor. Ele faz o uso de muitos, muitos, mas muitos discos, para tentar traçar alguma ligação deles com o amor. Filme bacana pelos discos e milhares de referências à músicas que conhecemos, participação de Jack Black e bom humor.
7- Moulin Rouge: Amor em Vermelho (Moulin Rouge, Baz Luhrmann, 2001)
Uma superprodução que ousou em seus detalhes e criou uma das obras mais belas do cinema. O visual do filme é fantástico e possui uma fotografia rebuscada que dá a tonalidade ao clima do roteiro. As canções e músicas são um espetáculo a parte que asseguram o brilho da obra. Uma história de romance maravilhosa que se perde na fantasia e nas tragédias humanas. Certamente uma das produções mais complexas do cinema que visou caprichar nos mínimos detalhes.
6- Simplesmente Amor (Love Actually, Richard Curtis, 2003)
Talvez o único filme que interliga histórias de amor que realmente funciona. Funciona porque tem um elenco cativante, um roteiro bem desenvolvido e com pitadas perfeitas de humor e drama, e um desfecho com “God Only Knows”, do Beach Boys. Fim que, a meu ver, é um dos melhores da história do cinema. E ah, Bill Nighy foi capaz de tornar cômica uma das baladas mais melosas da música: “Love Is All Around”
5- O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, Ang Lee, 2005)
“O Segredo de Brokeback Mountain tem ao seu favor um elenco inspirado. Sob a direção sempre eficiente de Ang Lee (que venceu o Oscar pelo seu trabalho), Jake Gyllenhaal e Heath Ledger nos convencem desde a primeira cena juntos. É um desempenho cheio de intensidade, paixão, sensibilidade e sutilezas.”
4- Brilho Eterno Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Michel Gondry, 2004)
Esquecer a pessoa amada após o rompimento é o sonho de muitos, mas no correr da história, nosso protagonista percebe que não é isso que quer de verdade. Com o roteiro engenhoso de Charlie Kaufman, elenco afinado e cores que ajudam o espectador a se encontrar na turbulenta mente de Joel, o filme é um alento aos corações despedaçados. Ficar sem quem amamos e conviver com suas memórias é difícil, mas são esses momentos que nos preparam para relacionamentos futuros.
3- Closer – Perto Demais (Closer, Mike Nichols, 2004)
Olhar para nossos relacionamentos sem os costumeiros joguinhos amorosos ou pequenas máscaras sociais pode ser excruciante, mas em alguns momentos necessário. Em Closer, vemos relacionamentos serem tratados de forma bastante peculiar, ainda mais se levarmos em conta como eles geralmente são romanceados no cinema. A dimensão do quanto um relacionamento pode ser complexo é expandida pelo bom roteiro, elenco afiado e pela câmera do experiente diretor.
2- O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain, Jean-Pierre Jeunet, 2001)
Os franceses podem não gostar tanto de Amélie Poulain em função do quão famoso o filme se tornou no mundo todo e como ele tornou-se referência do cinema francês, mas nós adoramos. Através dele conhecemos Audrey Tautou, uma trilha sonora inesquecível de Yann Tiersen e uma personagem que ficará para sempre no coração de qualquer amante do cinema. Como esquecer de Amélie? Como? Uma pessoa tão alegre, determinada e carismática, com um sorriso inigualável? Não dá, je suis desolée.
1- Antes do Pôr do Sol (Before Sunset, Richard Linklater, 2004)
Um filme de amor em tempo real, em Paris, com um americano em crise no casamento e uma francesa desiludida em relação ao amor. Se passaram dez anos desde o primeiro encontro deles em Viena e o recheio do sanduíche (caso Richard Linklater não faça Antes da Madrugada em 2022) é considerado por muitos como a melhor parte da trilogia. Os diálogos inteligentes e sinceros continuam, a chama entre Jesse e Celine permanece acesa e acompanhá-los durante um passeio de 1h20 pela Cidade da Luz é talvez um dos maiores prazeres que o cinema pode proporcionar para os românticos incuráveis.