O CINEMA DE BUTECO CONVIDOU VÁRIOS AMIGOS DA CRÍTICA CINEMATOGRÁFICA NA INTERNET para selecionar os 20 melhores filmes de 2014. Cada convidado indicou entre 15 a 20 títulos, e depois reunimos os votos para contar quem foi o mais votado. Aliás, o resultado do primeiro lugar não é surpresa para nossos leitores que acompanharam a lista de melhores do primeiro semestre. Bem merecido. Quer saber de qual filme estamos falando? Confira o resultado logo abaixo!
Para saber também os votos individuais, clique aqui.
20 – Inside Llewyn Davis
A fotografia impecável soube retratar o inverno carregado de neve de maneira perfeita. A trilha sonora é um caso de amor á parte, repleta de músicas lindas que tocam o coração de forma divina. Se você for chorão (ou chorona) igual a mim, prepare os lenços. Não consigo achar a palavra certa para descrever o roteiro. Perfeito seria pouco. O filme conta com um elenco mais que incrível: John Goodman, Carey Mulligan, Garret Hedlund e o queridinho Justin Timberlake. Por ser claramente uma homenagem ao Folk dos anos 1960, nada mais justo que todos os personagens cantores tenham talento para interpretar pessoas e músicas.
Thais Vieira
Em 2014 os irmãos Coen decidiram contar a jornada de encontros e desencontros de um músico tentando sobreviver em sua profissão. Os destaques ficam para o cenário real do auge da música Folk nos Estados Unidos e pela correlação entre as letras das músicas e o estado de espírito de seus compositores.
Leonardo Lopes Carnelos
19 – Alabama Monroe
Esse romance belga está mais para tragédia. Temos um homem e uma mulher que se apaixonam e o fruto do amor deles é a música e uma linda menina. Como na vida nem tudo é perfeito, a criança deles fica com câncer e tudo começa a desabar a partir daí. O efeito que essa terrível doença causa em Didier e Elisa é retratado de maneira realista e muitas vezes dura, o que pode desagradar aqueles que preferem um clássico romance. No entanto, essa triste história de amor não deixa de ser cativante sob nossos olhos e ouvidos.
Daniela Pacheco
Sem entrar em questões religiosas, o filme mistura amor, realismo e a preferência em acreditar que existe algo depois da morte ou não.
Graciela Paciência
18 – Planeta dos Macacos: O Confronto
Acima de tudo, esta reinvenção da franquia Planeta dos Macacos – ou no caso, sua continuação – é uma alegoria, uma releitura histórica. Mas sua realização torna-a, também, um longa de ação de primeira qualidade. As sequências de ação do longa trabalham ferozmente através das empolgantes decisões do diretor Matt Reeves e de Michael Seresin, responsável pela fotografia da película. A filmagem das sequências de ação substitui a iluminação high key do original pelo low key, reforçando o sombrio cenário pós-apocalíptico aqui explorado. Mesmo com o recurso do sombrio, Planeta dos Macacos: O Confronto jamais subestima suas próprias capacidades, retratando a ação quase sempre em planos abertos e eficientes na localização geográfica do espectador no contexto das cenas – além de tornarem-as ainda mais grandiosas -, contrariando alguns blockbusters que preferem realizar enquadramentos fechados e ultra-escuros.
Leonardo Lopes
Planeta dos Macacos: O Confronto é um bom filme, sem dúvida. Ele levanta discussões pertinentes sobre a condição humana, os nossos preconceitos e dificuldades sociais.
Tullio Dias
A franquia Planeta dos Macacos sempre foi marcada pelas diversas possibilidades de discussão social através da distopia, mas com dificuldades de execução cinematográficas. Nesta nova sequência, temos um ótimo balanço entre os conceitos de ficção científica apresentados com a ação e ritmo do filme. A implementação digital de Cesar e seus companheiros estão cada vez mais convincentes na tela grande.
Leonardo Lopes Carnelos
17 – Sob a Pele
Scarlett Johansson protagoniza em Sob a Pele uma alienígena que atrai suas vítimas através de um ritual de sensualidade, capturando homens como verdadeiras presas indefesas que por descuido se agarram a uma espécie de teia de aranha. Apesar do roteiro simples, o filme surpreende pela implementação audiovisual e por mostrar que medo e remorso não são sentimentos exclusivos da raça humana.
Leonardo Lopes Carnelos
16 – Ninfomaníaca
Dividido em dois volumes, Ninfomaníaca pode ser pensado como a sinfonia evocada em um dos capítulos narrados por Joe (Stacey Martin e Charlotte Gainsbourg): o primeiro volume era uma sinfonia inacabada, interrompida, a história da formação e validação de um corpo enquanto território de desejo incontido, em busca de constantes realizações. Quando a história é retomada no Volume II, os desdobramentos de uma prática sexual nunca normatizada, a não ser pelos objetivos pragmáticos da protagonista, chegam a um debate ético e político em torno do direito ao poder sobre si – e de como a vida em sociedade exige que os desejos que mobilizamos como sujeitos se escondam sob um manto de hipocrisia e culpa que não nos são naturais.
João Andrade
Poderia se tratar simplesmente de uma mulher sempre em busca de sexo, mas não nas mãos de Lars Von Trier. Sua protagonista, Joe, é muito mais complexa do que isso e passa por diversas situações complicadas em busca do prazer, mas também do amor, enquanto o mundo continua a girar.
Graciela Paciência
15 – X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido
O mais recente filme da franquia X-Men recorreu a viagem no tempo como recurso sci-fi para corrigir alguns desvios de percurso que a série havia seguindo. O resultado é uma produção eletrizante combinando os já conhecidos poderes mutantes com o senso de urgência dos paradoxos temporais.
Leonardo Lopes Carnelos
A obra mistura ação, aventura e sci-fi com temas tradicionais dos exemplares anteriores. O grande trunfo é o clima épico que domina toda a narrativa, mas não podia ser diferente ao mostrar o encontro do elenco original com a nova turma que interpreta os personagens em começo de “carreira mutante”.
Tullio Dias
14 – Clube de Compras Dallas
Clube de Compras Dallas debate não apenas o drama de seus protagonistas, como faz questão de apontar o dedo na ferida e questiona os interesses das pessoas que deveriam se preocupar exclusivamente com a saúde de seus pacientes. A indústria farmacêutica é uma grande máfia e fabrica milhões de dólares com as vendas de determinados medicamentos. Mas a verdade é que o lado da denúncia fica ofuscado diante atuações tão envolventes quanto essas que McConaughey e Leto entregam para o público.
Tullio Dias
A dupla Matthew McConaughey e Jared Leto levaram para casa o Oscar de melhor ator e ator codjuvante, respectivamente, da temporada, mas este não é o único trunfo de Clube de Compras Dallas. O filme mostra de forma nua e crua a época da descoberta de uma doença cruel, tanto física quanto psicologicamente por estar erradamente associada ao homossexualismo, a AIDS. Nesta época o medo e o preconceito literalmente matavam socialmente os HIV positivo muito antes que o efeito do vírus propriamente dito.
Leonardo Lopes Carnelos
13 – O Abutre
Ano passado, Jake Gyllenhaal foi coadjuvante no melhor suspense do ano (clique para ver a lista completa), Os Suspeitos; em 2014, o ótimo ator teve a oportunidade de ser protagonista num dos melhores lançamentos do gênero no ano – e assim sendo, esperamos que ele continue investindo no suspense. O longa de Dan Gilroy é um conto urbano soturno sobre os perigos – e a canalhice – que vive um repórter de rua em sua busca intensa pela notícia. Partindo deste ponto, somos levados a uma jornada tensa, onde o protagonista jamais revela sua verdadeira face, afundando-se cada vez mais nesta obsessão e levando outros consigo. Uma narrativa que, como poucas, leva-nos de forma honesta e crua a uma visão nada romantizada do jornalismo.
Leonardo Lopes
2014 foi definitivamente um ano em que o cinema criticou duramente o jornalismo. Garota Exemplar e o Mercado de Notícias são alguns exemplos. Mas nenhum expôs a ferida tão duramente quanto O Abutre, o Rede de Intrigas pós-moderno. A belíssima atuação de Gyllenhaal nos mostra em sua expressão facial que o ápice de sua satisfação profissional significa também a brusca queda do respeito ao ser humano e ética. E se parece ficção, apenas ligue a tv aberta em qualquer tarde por aí.
Larissa Padron
12 – Relatos Selvagens
São sete os pecados capitais, mas apenas um interessa a Damián Szifrón: a ira. O diretor e roteirista argentino escreveu seis histórias que retratam situações em que os personagens são levados a atos extremos conduzidos pela raiva, motivada por várias razões. A costura dessas histórias é o longa Relatos Selvagens, pré-candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro indicado pela Argentina que chega aos cinemas nacionais essa semana. O resultado não poderia ser mais atual, escancarando a estupidez que às vezes pode brotar de um cotidiano estressante ou de uma realidade massacrante.
Marcelo Seabra
As gargalhadas mais perversas de 2014 ficaram por conta do excelente representante argentino para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2015. A vingança nunca foi tão divertida.
Tullio Dias
Basta passar alguns momentos preso no trânsito, fazer hora extra em um trabalho que não nos representa ou perceber que alguém furou a fila em nossa longa espera no serviço público para notarmos que a nossa diferença para os símios realmente não é tão grande. Em uma genial e coerente compilação de 6 curtas, da situação mais cotidiana a mais absurda, Damián Szifrón expõe essa nossa fraqueza: a brutalidade que nos é inerente. Adicionando aí uma crítica ao atual e frenético ritmo urbano, que potencializa essa fraqueza ao máximo. É difícil pensar em um filme que fez rir e preocupar tanto ao mesmo tempo neste ano.
Larissa Padron
11 – Homem-Duplicado
Depois do indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro Incêndios, o canadense Denis Villeneuve caiu nas graças do público e também da crítica. Dirigiu Os Suspeitos e repetiu o trabalho com Jake Gyllenhaal na adaptação de O Homem Duplicado, de José Saramago. O filme conta a história de um professor de história que descobre um sósia e consegue envolver sua namorada e a esposa do segundo em uma sequência de acontecimentos inesperados. A escrita de Saramago pode aparentar uma dificuldade na transposição da história, mas, exceto a alternância da importância de alguns personagens, a adaptação representa bem a essência da história do escritor. Além disso, O Homem Duplicado é um daqueles filmes que podem parecer não ser uma grande história, mas surpreende com as consequências do que parecia ser inofensivo.
Graciela Paciência
Ainda que ofereça uma obra inferior a Os Suspeitos, Dennis Villeneuve acerta no tom sombrio para adaptar a obra de José Saramago para as telonas.
Tullio Dias
10 – 12 Anos de Escravidão
Fincando o dedo em uma ferida ainda aberta da humanidade, Steve McQueen (Shame) não poupa o público de um reencontro visceral com alguns dos grandes horrores do regime escravocrata – e os maiores destaques nesse sentido são, sem dúvida, os dois longos planos em que o diretor testa os nervos do espectador, levando-os ao limite: aquele em que o protagonista precisa se equilibrar na ponta dos pés sob uma poça de lama para evitar o enforcamento e o outro em que a sofrida Patsey (Lupita Nyong’o) é praticamente mutilada, nas várias conotações que o termo pode assumir.
Eduardo Monteiro
Steve McQueen tortura o espectador da mesma maneira como seus personagens sofrem. Com um trabalho impecável de Hans Zimmer na trilha sonora, 12 Anos de Escravidão se torna obrigatório para qualquer um que se interesse pelo tema da escravidão.
Tullio Dias
12 Anos de Escravidão é um soco no estômago. Steve McQueen nos dá uma cena brutal de açoitamento, mas muitos dos abusos são estampados de forma simbólicas. Ele não era meu favorito ao Oscar como cinema, como narrativa, mas é o meu favorito em muitos anos como importância histórica e social. Atual e é urgente.
Larissa Padron
9 – Interestelar
Mais do que criar uma das principais obras cinematográficas de 2014, Christopher Nolan criou um daqueles filmes básicos para se conhecer um gênero. Sem querer entrar na inevitável zona de comparações e cometer equívocos imperdoáveis classificando em ordem de importância, Interestelar garantiu o seu lugar num hall de obras como 2001, Solaris, Contato, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, dentre outros clássicos indispensáveis da história da ficção-científica. Ao invés de perdermos tempo erguendo bandeiras e/ou revelando nossos fetiches por determinado diretor, é preferível somar todas essas referências e observar cada uma delas com outro olhar para compreender melhor as homenagens prestadas em Interestelar. Recomendo que todos vejam o filme com os olhos de quem está apenas prestes a embarcar numa jornada espacial, e que ao chegar em casa depois dessa viagem, você certamente terá muito o que refletir sobre sua própria vida, suas escolhas e sua família.
Tullio Dias
8 – O Lobo Atrás da Porta
Enquanto aguardava pelo próximo trem, Rosa viu aproximar-se de si, como um vagão descarrilhado, Bernardo, que explorou sua vulnerabilidade e carência em sua tórrida aventura extraconjugal. Mas, da mesma forma com que se submeteu em ser amante e se entregou a todos os caprichos de Bernardo, Rosa despertou seu lado possessivo, dissimulado, instável e sombrio, alimentado por promessas de amor falsas e abusos frequentes e, com o passar do tempo, violentos. Este é o canvas sobre o qual o diretor e roteirista Fernando Coimbra pincela as cores de um thriller tenso, sexy e impiedoso, cujas camadas serão reveladas pacientemente através da estrutura narrativa instigante e da câmera inquieta e madura, e, sobretudo, pela atuação magistral de Leandra Leal.
Marcio Sallem, do Em Cartaz
Não é nem pela nudez de Leandra Leal que considero O Lobo Atrás da Porta como um dos must-see de 2014: sem dúvida tivemos um ano que falou bem do lado mais sinistro do amor, e esse é um representante perfeito.
Tullio Dias
Uma das características mais fascinantes no cinema é o quanto a nossa capacidade de identificação com personagens pode nos fazer questionar nossos próprios valores e ética. Em seu longa de estreia, o diretor Fernando Coimbra faz isso, testa nossa moralidade e capacidade de relativizar o horror, em um clima constantemente tenso, recheado das melhores atuações do ano.
Larissa Padron
7 – Guardiões da Galáxia
Retomando o analisado no parágrafo inicial, é interessante notar que talvez este seja o único título da lista que realmente possui um senso aventureiro de matinê. Sob o comando de James Gunn, Guardiões da Galáxia não fugiu às fórmulas habituais de seu estúdio, mas aproveitou-as para construir uma jornada sci-fi com espírito de Sessão da Tarde, ou seja, reunindo um grupo de personagens carismáticos, boas sequências de ação, altas doses de bom humor e – o mais importante, neste caso – uma trilha sonora extremamente empolgante.
Leonardo Lopes
Groot!
Tullio Dias
Nesta nova franquia da Marvel somos presenteados com um épico espacial de aventura. Estamos diante de uma história que tem o potencial para ser o Indiana Jones/ Star Wars desta geração, basta saber se os Guardiões terão fôlego para manter o ritmo, ação e alívios cômicos deste primeiro filme.
Leonardo Lopes Carnelos
6 – O Grande Hotel Budapeste
F. Abraham Murray volta a contar suas memórias, como fez em Amadeus, de Milos Forman, mas desta vez ele não interpreta o icônico Antonio Salieri e sim o dono de um hotel que já viveu seus dias de glória num passado recente. Como num enorme flashback, o filme possui um humor leve e divertido, beirando o surreal fruto da imaginação de ambos, interlocutor e receptor da história. Isso sem falar no desbunde visual criado por Wes Anderson, como de costume.
Leonardo Lopes Carnelos
Wes Anderson encanta até mesmo quando não parece tão inspirado assim. Uma bela diversão bem no estilo que os fãs do diretor estão acostumados.
Tullio Dias
5 – Nebraska
Nebraska é uma aposta na simplicidade: trata-se de história comum sobre um homem já pela bola sete que acha que ganhou uma bela grana num golpe publicitário dessas revistas sem propósito. Quase tudo na narrativa é construído em redor desse contexto meio blasé, meio enfadonho, enquanto as expectativas dos personagens que surgem em torrente afluem a um ponto comum: um milhão de dólares – tão importantes quanto qualquer rosebud ou falcão maltês para o filme.
Raphael Katyara
Alexander Payne mais uma vez aborda um homem em crise de meia idade numa jornada. Desta vez acompanhamos um filho dedicando seu tempo a estreitar as relações com seu pai, por mais que este pareça estar caducando. Nebraska mostra as difíceis relações familiares em Preto e Branco e através de cenas com ótimas composições fotográficas tanto ao ar livre quanto em cenários mais fechados.
Leonardo Lopes Carnelos
4 – O Lobo de Wall Street
O Lobo de Wall Street é um dos melhores filmes do ano, sem dúvida. Apesar de não ser bem uma comédia (ele é mais cheio de coisas sem noção que fazem as pessoas rirem – de nervoso ou não), o longa-metragem dirigido por Martin Scorsese arranca gargalhadas dos espectadores em diversos momentos, especialmente no passeio de Leonardo DiCaprio pelo clube chique para atender a uma importante ligação para seus negócios. Para quem não sabe do que se trata, eis um breve resumo: DiCaprio interpreta um empresário que enriqueceu de formas ilícitas e abusou muito da combinação sexo e drogas ao longo dos anos. O Lobo de Wall Street aborda exatamente a criação, o auge e o declínio de um império que realmente existiu num passado não muito distante.
Tullio Dias
A atuação de McConaughey é realmente espetacular. Mas o Oscar deste ano deveria ter ido para DiCaprio, que se especializou no papel “garoto mimado que consegue tudo o que quer”. Scorsese claramente se diverte (e nos diverte muito) ao retratar uma sociedade que se passa na Wall Street da década de 80, mas que poderia muito ser a Hollywood de sempre. Crítico, divertido, tenso e dramático ao mesmo tempo.
Larissa Padron
3 – Boyhood: Da Infância a Juventude
Ver Mason crescer é passar um tempo com a juventude, com a liberdade, com diversas descobertas de significados. Me incomoda o comentário de que ele não vai além do ambicioso plano de 12 anos de filmagem. Acho admirável a disciplina de planejar algo tão grande sem nunca perder a sensibilidade de captar o real. O que pode ser mais mágico que o cinema, senão a vida?
Mason sentindo a euforia de comprar um Harry Potter na pré-estreia. Descobrindo o medo de crescer pela primeira vez e transformando os pais de inimigos a cumplices. Ele mesmo responde, o sentido está no agora. Foi bom ver você crescer Mason, e eu não queria que o tempo passasse.
Me deixa morar na sua cabeça Linklater.
Larissa Padron
Boyhood: Da Infância à Juventude é um filme ambiguamente delicado. Primeiro, porque se trata de sensível trabalho de Richard Linklater – embora isso até possa soar redundante, já que o diretor esbanja doçura e fluidez em quase todos os seus longas anteriores.
Raphael Katyara
Linklater reafirma seu talento para construir personagens inesquecíveis, daqueles que nós queremos acompanhar pela vida inteira e criar uma amizade. De quebra, Boyhood possui a melhor seleção musical do ano. Inesquecível.
Tullio Dias
2 – Garota Exemplar
David Fincher é eficiente na adaptação do best-seller de Gillian Flynn. Sem afobação e revelando aos poucos os detalhes sobre os seus personagens, Garota Exemplar vai envolvendo o espectador lentamente. Cria-se toda uma atmosfera de tensão em que tudo parece extremamente óbvio, mas a partir da segunda metade o longa-metragem tudo sai do seu devido lugar e cabe a nós somente inclinar o corpo para frente, roer as unhas e se impressionar com a conclusão brilhante, tóxica e apaixonada que o filme propõe. Não tenha dúvidas: apesar de ser um dos melhores suspenses do ano, Garota Exemplar também entra facilmente na lista de melhores romances da temporada.
Tullio Dias
Adaptando um livro muito eficiente sobre as relações atuais sendo influenciada pela mídia e pela crise do capital, Gillian Flynn foi eficiente na versão cinematográfica, mais focada no suspense. Mas o mérito do longa é mesmo de Fincher, que ao unir montagem e trilha fantásticas consegue nos passar a tensão na medida certa, junto à crítica ao jornalismo e o comentários ácido das atuais relações
Larissa Padron
É o tipo de filme que quanto menos souber sobre ele antes de ver, melhor. Deixe que a história conduza-o e terá uma surpresa muito feliz. David Fincher e a autora Gillian Flynn conseguiram transformar o que parecia um “simples suspense” (uma mulher desaparecida e seu marido como o principal suspeito) em uma narração cheia de reviravoltas. E o trunfo do diretor é ainda maior, pois Garota Exemplar é um dos raros casos em que o filme é melhor do que o livro.
Graciela Paciência
1 – Ela
A vida inteira procuramos alguém que nos complete de verdade. Vivemos experiências boas, muitas outras ruins, mas sempre acordando no dia seguinte dispostos a nos arriscar novamente até encontrar a tal da felicidade, que dizem por aí só ser real quando compartilhada. Vítimas dessa lei cruel, somos obrigados a insistir na busca eterna pelo amor, mesmo sabendo das dificuldades, e que alguns de nós simplesmente faltaram em todas as aulas sobre se relacionar com alguém. O cineasta Spike Jonze certamente sabe muito bem como é se sentir deslocado, afinal de contas seus dois primeiros trabalhos tratavam justamente da falta de amor próprio que nos sujeitamos diante uma paixão avassaladora e com prazo de validade, e especialmente de retratar pessoas solitárias que aprenderam a lidar apenas consigo mesmas. Em Ela (Her), Jonze acerta mais uma vez e, digamos, consegue até provar um pouco do otimismo cego que atinge os corações dos infelizes apaixonados.
Tullio Dias
O que há de real no virtual e o que há de virtual no real? A faculdade de Comunicação nos suscita essa questão com frequência. E as nossas atuais relações, boa parte delas envolvendo algoritmos, também. Spike Jonze desenvolveu um dos melhores filmes do ano com um retrato fiel simultâneo sobre a nossa geração e o amor. Sem julgar seus personagens, mas sem também esconder suas fraquezas e vulnerabilidades. A catarse está em cada plano.
Larissa Padron
Ela venceu de forma merecida o Oscar de melhor roteiro original e a eleição de melhor filme do Cinema de Buteco. O filme retrata de forma precisa um futuro cada vez mais atual discutindo ao mesmo tempo a evolução da tecnologia e as relações humanas. Como obra cinematográfica combina ótimas atuações, um visual rico em cores e significados, uma trilha sonora sensível; e tudo isso sob a competente direção de Spike Jonze.
Leonardo Lopes Carnelos
Confira também o restante do ranking:
21. O Passado
22. Era Uma Vez em Nova York
23. Como Treinar o Seu Dragão 2
24. Mommy
25. Mesmo Se Nada Der Certo
26. Cortinas Fechadas
27. O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos
28. No Limite do Amanhã
29. Miss Violence
30. Vidas ao Vento
Conheça os melhores filmes dos últimos anos:
# Top 3 – 2017 (clique para ver a lista completa)
– La La Land
– Corra!
– Blade Runner 2049
# Top 3 – 2016 (clique para ver a lista completa)
– A Chegada
– Aquarius
– Rua Cloverfield, 10
# Top 3 – 2015 (clique para ver a lista completa)
– Mad Max: Estrada da Fúria
– Whiplash
– Birdman
# Top 3 – 2013 (clique para ver a lista completa)
– Gravidade
– Antes da Meia-Noite
– Amor