Os 12 Melhores Filmes Dirigidos por Atores. Já parou pra pensar que muitos filmes que você gosta podem ter sido dirigidos por atores ou atrizes? Ou que muitos diretores que você conhece e admira são também atores? O Cinema de Buteco preparou uma lista especial com os 12 melhores filmes dirigidos por atores. Confira e deixe o seu comentário!
O Filme da Minha Vida (2017), de Selton Mello
Tony (Johnny Massaro) é um jovem de 20 anos que ainda mostra certa ingenuidade e tem o amigo da família, Paco (Selton Mello), como referência paterna na ausência do pai (Vincent Cassel). Leva um tempo para o rapaz perceber que o grande amor que lhe falta está bem ao seu lado e que a pessoa na qual mais confia não é quem parece ser. O roteiro, co-escrito por Mello, é baseado no livro “Um Pai de Cinema”, de Antonio Skármeta.
O diretor brasileiro explora com detalhe as expressões de cada um dos personagens da trama. A princípio, tal estratégia incomoda um pouco, mas, à medida em que o enredo se desenrola, torna-se crucial vermos os olhares deles para compreendermos melhor quem são e as transformações pelas quais passam. O Filme da Minhas Vida conquista pela narrativa romântica que a guia e pelas pitadas cômicas em algumas cenas específicas. São quase duas horas de filme, mas que parecem durar metade. Envolver-se na trama não é nem um pouco difícil! (Dani Pacheco)
Um Novo Despertar (2011), de Jodie Foster
Um Novo Despertar conta a história de Walter Black (Mel Gibson), típico americano atingido pela selvageria do mundo capitalista que vivemos hoje. A primeira obra de Kyle Killené conduzida com muita sensibilidade por Jodie Foster. A abordagem da depressão de meia idade, problema extremamente comum hoje em dia; o olhar sério e sensível para a alma do personagem, seus distúrbios e emoções; a profundidade dos outros personagens…Enfim, a diretora dá um show de continuidade e fluxo em uma história que poderia muito bem ficar com cara de travada.
No fim das contas, Um Novo Despertar cumpre sua tarefa de levar um grande problemas as telas e esclarecê-lo. Também conta com um elenco afiadíssimo e uma continuidade de dar inveja à muitos dramas lentos que vemos por aí (Jairo Borges).
Cidadão Kane (1941), de Orson Welles
Em 1941, Orson Welles, um jovem diretor de teatro, se aventurou pelo mundo do cinema, produzindo uma das obras mais controversas de sua geração. Quando estreou, o New York Times afirmou que seria um crime se o filme fosse suprimido. O que pode parecer exagerado hoje, não era à época. Não só se tratava de um roteiro excelente, com ótimos diálogos e que – vejam só – começava do fim (!), Cidadão Kane trouxe toda uma gama de inovações visuais que fizeram deste um filme pouco ou nada ortodoxo – e é aí que jaz a sua beleza.
A trama, de fato, começa pelo fim, com o falecimento do personagem principal. Em seu leito de morte, o protagonista sussurra sua última palavra: rosebud. Toda a história se desenrola através de entrevistas feitas por um repórter que quer descobrir o significado daquela enigmática declaração final de um dos homens mais importantes da época. No fim, fica o questionamento: dinheiro, fama e poder significam felicidade? (Nathália Pandeló).
Gran Torino (2008), de Clint Eastwood
A verdade é que Gran Torino surpreende. Demais. E pensar que não fazia questão alguma de assistir… seria um incrível arrependimento que ficaria desconhecido para todo o sempre até o momento que assistisse, ou não. Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um velho veterano de guerra que acaba de perder a esposa. Rabugento, se recusa a deixar o bairro onde viveu desde sempre. Mesmo com várias gangues de imigrantes coreanos, o protagonista finca o pé e irrita seus filhos, com quem nunca conseguiu conversar direito. Ele então começa a se aproximar de seu vizinho, o jovem Thao e acaba ensinando sobre o que é a vida. E aprendendo mais sobre a mesma.
A atuação Eastwood como velho chato e conservador, é impressionante. Os trejeitos, expressões, tudo é muito natural. Essa atuação também consegue arrancar boas gargalhadas! Surgem muitas situações engraçadas e acaba que o filme consegue passar uma mensagem muito boa sobre como podemos nos identificar com quem tem uma cultura tão distinta da nossa e ficarmos tão distantes dos nossos próprios familiares (Tullio Dias).
Fora de Série (2018), de Olivia Wilde
Há pessoas que digam que o filme é superestimado. Ou que não merece estar nesta lista. Olha, Fora de Série não foi premiado no Independent Spirits e indicado ao Globo de Ouro e BAFTA por causa de campanhas bem feitas. O filme tem seus méritos. E como tem!
Olivia Wilde estreia na direção com uma dramédia divertida e contagiante. Ela nos insere nas vidas das protagonistas Amy (Kaitlyn Dever) e Molly (Beanie Feldstein), proporcionando uma experiência bastante real sobre amizade, sexualidade e identidade. O enredo se mostra competente ao abordar todos esses tópicos, por meio de diálogos simultaneamente hilários e fortes. Pode parecer mais um filme água com açúcar sobre adolescentes, mas não se deixe enganar por tal preconceito. É possível fazer algo marcante com esse tipo de cenário e Wilde nos prova isso (Dani Pacheco).
Corra! (2017), de Jordan Peele
A partir de uma situação extrema, somos convidados a refletir sobre a nossa própria hipocrisia e de nossos amigos, familiares e conhecidos. Corra! (Get Out), primeiro longa-metragem dirigido pelo roteirista e ator, Jordan Peele, caminha por essa linha tênue para falar de racismo, um tema sempre muito atual. Mesmo sem a qualidade técnica e força moral de O Nascimento de Uma Nação, o longa compensa as suas deficiências com um roteiro irônico e ácido, que joga na cara de todos o problema de uma sociedade racista. Sem a menor cerimônia, Peele aponta a dificuldade dos brancos em aceitar o que é diferente e os seus desejos mais íntimos quando se trata de lidar com negros.
Altamente recomendado para quem quer encontrar formas inusitadas do cinema combater o racismo, além de ser uma diversão certa para fãs de “comédias” involuntárias com boas doses de suspense e terror (Tullio Dias).