DEPOIS DE ESTREAR EM JUNHO NA NOSSA COLUNA MENSAL DE RECOMENDAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS, Graciela Paciência compartilha agora o que ela assistiu no mês de julho:
1) O Caseiro
Para quem diz que cinema nacional se resume a comédias desnecessárias, O Caseiro é um tapa na cara. O filme consegue manter o suspense até o final e dá sustos o suficiente para considerarmos um trabalho muito bem-sucedido. Tem os clichês do gênero, não posso negar, mas não tiraram a minha satisfação de ver o filme.
2) O Juiz
Os novinhos que estão acostumados a ver Robert Downey Jr. somente como Tony Stark podem não botar fé no ator, mas ele é muito competente e nesse filme interpreta um advogado rico com problemas familiares. Porém, o mais empolgante do filme é o corajoso trabalho de Robert Duvall, que dá vida a um juiz de cidade pequena e agora depende do filho ao ser julgado por um atropelamento. O drama familiar engrossa a relação dos personagens, cada um com suas pendências emocionais, e o resultado é gratificante.
3) Aconteceu Naquela Noite
Delicioso road movie com dois personagens que não se gostam durante a maior parte da viagem, mas um precisa do outro. A mimada Ellie (Claudette Colbert, de O Lírio Dourado) tem suas justificativas para fugir do pai, mas o jornalista Peter (Clark Gable, de …E o Vento Levou) aparece no caminho e eles percebem que são melhores quando estão juntos. Alerta: alguns diálogos ou situações podem parecer (e são) machistas, mas é necessário levar em consideração a época em que o filme foi realizado, 1934.
4) A Conexão Francesa
O filme se passa na década de 1970 e Jean Dujardin (O Artista) brilha no papel do juiz dedicado que quer destruir o esquema de tráfico de heroína na região em que atua. A tarefa não é fácil e a obra honra o gênero policial. Estreia dia 11 de agosto.
5) Marguerite
A atriz Catherine Frot mostra como é formidável, sensível e competente neste drama que conta a história de uma cantora desafinada. Sem saber da qualidade de suas habilidades, ela vive para a música dia e noite e não se imagina sem o significado de sua vida. É triste por testemunharmos o cenário em que ela vive. Toda a sua vida está ligada a algo que ela não nasceu para fazer, apesar de extremamente esforçada.
6) Duro de Matar
Antes de ser Severus Snape na saga Harry Potter, Alan Rickman foi o terrorista Hans Gruber e destruiu o Natal do detetive John McClane (Bruce Willis), que se vê sozinho tentando impedir que os planos de Gruber deem certo. Os filmes policiais do final dos anos 1980 e 1990 são inesquecíveis e possuem sequências que não vemos atualmente.
7) Homem-Formiga
Os haters podem se manifestar à vontade, mas a Marvel sabe mesmo como fazer bons e divertidos filmes. Homem-Formiga está longe de ser um filme memorável, mas é competente na função de entreter e dá gancho para Guerra Civil. Paul Rudd não parecia ser a escolha mais óbvia, porém dá conta do recado.
8) O Patriota
Não é “apenas mais um grande filme de Roland Emmerich”, mas apresenta Benjamin Martin (Mel Gibson), um americano pacato, pai de sete filhos que quer paz e tranquilidade em sua vida. Mas tudo muda quando seu filho mais velho, Gabriel (vivido pelo saudoso Heath Ledger), entra para o exército e nada mais sai como o esperado. Gibson dá a dose certa de emoção e bravura ao seu personagem e, com a cuidadosa produção e direção, o resultado é um dos grandes filmes de patriotismo americano dos anos 2000.
9) Stranger Things (primeira temporada)
Que a série tem como propósito toda a nostalgia que os anos 1980 podem trazer a quem nasceu nessa época eu já sabia. O que eu não esperava é que tudo fosse tão bem aplicado e divertido. Imaginava o grupo de amigos tão unidos como os personagens de Conta Comigo (1986), mas os pôsteres de O Enigma de Outro Mundo (1981) e A Morte do Demônio (1982) me surpreenderam.
10) Desajustados
Um retrato da solidão no século XXI através do tímido e inocente Fúsi, que vive uma rotina sem graça e humilhante. Ao conhecer a nova vizinha de apenas 8 anos e uma mulher independente e sorridente, Fúsi começa a ter novas ideias sobre sua vida. Melancólico e esperançoso.
11) Rebellion (minissérie)
Com um elenco que conta com Michelle Fairley (a Catelyn Stark de Game of Thrones) e Sarah Greene, de Penny Dreadful, a minissérie narra a Revolta da Páscoa (uma tentativa do país de se libertar da Inglaterra), que ocorreu na Irlanda, em 1916. Três mulheres ficam no centro da história, que usa personagens ficcionais para contar o que aconteceu na época. A produção é impecável, mas faltou um pouquinho de emoção.