Piores filmes do ano geralmente é uma lista complicada de fazer e eu acredito que a maioria dos sites não se empenha. Se em site de cinema já é difícil ter uma lista capaz de dar azia em Sonrisal, imagine nesses portais oportunistas de tecnologia, como Canal Tech ou Tech Mundo. Esses que não assistem filmes ruins mesmo. Aliás, eu fico é impressionado como o público dá ibope para esses sites e deixa de lado material feito por quem é especialista. Só que isso é outro papo.
Existe uma confusão quando falamos em piores filmes. O que eu chamo de piores são aqueles com problemas narrativos, técnicos etc. Não é necessariamente a mesma coisa de pegar um filme que não gostei. Afinal, gostar ou deixar de gostar, são coisas subjetivas e pessoais. Muita gente cometeria a heresia de colocar Ângela aqui nessa lista, por exemplo.
A parada é que só coloca um filme como Ângela em lista de piores filmes de 2023 quem não viu todos essas dez aberrações que listamos abaixo. Uso o mesmo pensamento para um passado não tão distante, quando Crepúsculo e 50 Tons de Cinza costumavam receber essa “honraria”. Mesmo essas produções infames estão um pouco acima do nível do que faz um filme ruim de verdade.
Duvida? Vem comigo então.
Conheça os 10 piores filmes de 2023
Ursinho Pooh: Sangue e Mel
Ursinho Pooh: Sangue e Mel mostra como a turma de Pooh fica após a partida de Christopher Robin (Nikolai Leon) para a faculdade. Pooh e Leitão (!!!) devoram o Bisonho e se tornam do terror do Bosque dos Cem Acres. Sem saber dos amigos desde a despedida, Christopher volta, anos depois, com a noiva e tem a intenção de apresentar os animais à moça, mas o casal só encontra hostilidade, crueldade e sede de sangue. É tão absurdo que fica difícil para o espectador comprar a ideia e se permitir entrar na dança absurda que é essa história.
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As interpretações são deprimentes, as ações dos personagens não fazem sentido, todo o longa é mal-iluminado e a impressão que o filme passa é de que foi feito de qualquer jeito. Chega a ser uma ofensa até mesmo para quem gosta de filmes ruins. (Graciela Paciência)
Mercenários 4
Jason Statham e Sylvester Stallone conseguiram uma façanha: ser tão ruim (ou pior) que O Som da Liberdade. Mas eles precisaram se esforçar MUITO para conseguir isso. Muito mesmo. Os Mercenários 4 é um dos piores filmes do ano sem a menor dúvida.
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É decepcionante quando uma série começa a mostrar uma completa falta de pudor moral. Claramente é uma obra medíocre, com um roteiro estúpido, uma narrativa sem graça, direção preguiçosa e atores no piloto automático. Na quarta entrada de Os Mercenários, a equipe enfrenta um traficante de armas e seu exército.
Desejo Proibido
Saca essa premissa:
Uma juíza madura e recatada se apaixona por um jovem conquistador. Mas ela não sabe que a própria filha é apaixonada por ele. Ou seja: a mãe e a filha pegam o mesmo homem. É tipo um triângulo amoroso, mas com um twist.
Desejo Proibido é cheio de drama e suspense, mas também tem um toque de humor. Afinal, é difícil não rir da situação absurda em que as personagens se encontram.
Fruto da mesma escola de 50 Tons de Cinza, 365 Dias e O Lado Bom de Ser Traída, Desejo Proibido Proibido abusa dos excessos e absurdos para desenrolar uma história nada inspirada. Pior ainda é se comprometer a ser um filme excitante e não conseguir acertar nem nisso.
Nefarious
Um médico é chamado para conversar com um criminoso no corredor da morte. Quando chega lá, descobre que o homem é o próprio capeta. Não sei você, mas acho um ponto de partida excelente para criar um bom filme de terror. Mas o resultado é FRUSTRANTE.
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Aparentemente, a obra é um terror cristão (alô, meta terror! Você ganhou um irmão!) e transforma eutanásia, aborto, ateísmo, dentre outros, em ações do mestre do Toninho do Diabo. Nefarious é uma produção que fracassa na sua execução, mesmo com uma excelente premissa. Triste constatar que quem teve a ideia, infelizmente, está com a cabeça atolada no próprio rabo de Lúcifer.
Megatubarão 2
Se tem coisa inadmissível no mundo é pegar um filme original e produzir uma continuação que fuja da proposta. Ou seja, parece até que estou falando de toda a indústria de Hollywood. Estou mesmo, mas principalmente de Megatubarão 2, que está aqui representando toda a classe do sofrido subgênero “filmes de tubarão”.
Tudo que o original tinha de divertido e zoado foi perdido. Aumentaram as ameaças com vários tubarões gigantescos e adicionaram elementos de ação totalmente inapropriados – para quem tem bom senso. Adoro o Jason Statham e estou oficialmente chateado dele aparecer DUAS VEZES na lista de piores filmes de 2023, mas poxa… mereceu!
65 – Ameaça Pré-Histórica
Adam Driver é um astronauta que cai na Terra pré-histórica com uma pré-adolescente que não fala seu idioma. Juntos, eles precisam sobreviver a dinossauros, mas tudo é extremamente previsível e clichê.
65 – Ameaça Pré-Histórica é tão ruim que até os dinossauros estão com vergonha. Eles ficam o tempo todo se escondendo atrás dos arbustos, com medo de serem vistos. O roteiro é tão previsível que dá para adivinhar o que vai acontecer a cada minuto. Os personagens são tão esquecíveis que você nem vai lembrar dos nomes deles depois de assistir ao filme. E a ação é tão chata que você vai preferir dormir do que assistir.
Cavaleiros do Zodíaco
Quando anunciaram um live action de Cavaleiros do Zodíaco lembrei da tragédia que foi a adaptação de Dragon Ball. Quis me iludir dizendo que não seria possível errarem mais do que na saga de Goku, mas vejam só… Adivinha?
Apesar dos seus problemas técnicos (defeitos visuais hilários) e atuações que servem como gatilho para quem quer ter amnésia, o que mais me incomoda na produção é a liberdade tomada pelo roteiro. Nada contra mudar gênero, raça etc, mas respeitem a essência. Os produtores encomendaram um roteiro que é qualquer coisa, menos Cavaleiros do Zodíaco. Seria o suficiente para ser um filme ruim, mas como se aproveitam de uma marca famosa é ainda pior. Tomem vergonha na cara, pelo amor de Deus.
Teen Wolf: O Filme
Teen Wolf: O Filme é o que podemos chamar de cilada cinematográfica. Amaldiçoei todas as encarnações do arrombado gringo que indicou esse projeto de longa-metragem. Quer dizer, foi uma longa aventura completar as suas duas horas e meia de duração recheadas de uma surreal falta de noção, lógica e atuações. Arrisco dizer que quem viu essa bosta nunca mais vai reclamar das novelas da Record e seus efeitos visuais.
Eu até poderia ter me dado ao trabalho de conversar com um fã da série. Mas aí eu seria contraditório. O que me importa a opinião de um fã da série que sabe do que se trata tudo? Um filme precisa ter começo, meio e fim. Precisa ter lógica. Precisa permitir que qualquer pessoa compreenda o que está acontecendo. Teen Wolf não tem nada disso. É um subproduto de péssima qualidade feito apenas para fãs da série. Ou nem isso.
Power Rangers: Agora e Sempre
Power Rangers fez parte da história de vida de toda uma geração. Era tosco, mas era parte da infância. Quando fiquei sabendo de um especial da Netflix trazendo de volta o elenco original, fiquei entusiasmado com a ideia de revisitar o passado – e consciente que seria ruim.
O problema é que Power Rangers: Agora e Sempre supera o limiar do tosco/ruim. Ele é horrível e desrespeitoso. Uma ofensa à série original e principalmente ao legado dos atores. Vários deles não participaram por problemas com a produção, além dos dois Rangers falecidos. A gente até aceitaria um filme bobo, mas tudo tem seu limite.
O Som da Liberdade
O Som da Liberdade fala sobre um tema muito sério (e real — pelo menos alguma coisa aqui tinha que ser verdadeira). A trama acompanha o herói da ficção (assediador da vida real) Tim Ballard (Jim Caviezel), um agente que dedica a sua vida para combater a ação de pedófilos. Uma de suas investigações o conecta com uma verdadeira rede de escravidão de crianças. Mas é ruim de dar com pau.
LEIA A CRÍTICA COMPLETA DE O SOM DA LIBERDADE
Uma das obras mais comentadas do mês de setembro de 2023 no Brasil, o longa chegou conquistando o seu espaço com a distribuição gratuita de ingressos nas salas de cinema do país, ações de divulgação pesadas, e, claro, um elogio de YouTuber elegendo a produção como “melhor filme de 2023”. Acredito que o influencer em questão (e vamos registrar que Crítico é um influenciador, mas nem todo influenciador é Crítico) viu apenas um lançamento no ano, o que justifica suas falas.
O Som da Liberdade é uma tentativa de fazer cinema e encontrou seu espaço no Brasil com o apoio dos seus semelhantes. Nada funciona, nada é bem feito, nada força a nossa reflexão e o tema fica ali, tratado de qualquer forma, como uma muleta para mais um herói branco do cinema estadounidense.
É o pior filme de 2023 sem sombras de dúvidas.