O mês de dezembro no Cinema de Buteco é sinônimo de indicações de filmes. São várias listas de melhores filmes de 2023 para você procurar e assistir. Para quem acompanha o nosso trabalho e se identifica com as recomendações, é garantia de qualidade. Afinal, verdade seja dita, não adianta procurar dicas de cinema com quem você não tem identificação, não é mesmo?
Para esse ano decidimos inovar. Além das tradicionais listas de melhores filmes do ano divididas por gênero, vamos ter esse conteúdo com o top 5 detalhado da nossa redação e convidados especiais. Não é a nossa lista definitiva de melhores do ano, mas já dá para sentir o gostinho. Vem com a gente para descobrir nossos filmes favoritos de 2023!
Indicações de Melhores Filmes de 2023: O Top 5 da redação do Cinema de Buteco
Tullio Dias @tullioeosdias
Você não precisa idolatrar Steven Spielberg para reconhecer o gênio. Em Os Fabelmans, o diretor olha para si mesmo e usa sua própria vida para criar o melhor filme de 2023, daqueles que a gente senta e chora 90% do tempo – não pela história, mas pela beleza e sensibilidade de ver nas telas uma homenagem para uma lenda viva do cinema. O pouco que conheço da vida do diretor foi o suficiente para me conquistar e divertir com essa declaração de amor à sétima arte.
#2 – A Baleia
Algumas pessoas falam de depressão e suicídio com muito cuidado, como se a simples menção desses assuntos fossem o suficiente para despertar uma crise. Darren Aronofsky está cagando e andando para quem pensa assim. Em A Baleia, o diretor vai com o pé na canela de todos aqueles que já se viram sofrendo pela própria saúde mental. O resultado é uma obra bela, trágica e que talvez ninguém devesse assistir mais de uma vez na vida.
#3- Afire
Todo ano são lançados diversos filmes sobre escritores e seus bloqueios criativos. No alemão Afire acompanhamos a história de um jovem escritor passando uns dias de férias em uma casa de praia, mas fracassando miseravelmente na sua missão de encerrar seu novo romance. Me identifiquei mais do que deveria com o protagonista e seus sentimentos reprimidos, incapaz de viver o presente e sempre inquieto observando o ambiente e as pessoas ao seu redor.
Tensão define O Homem Cordial, de Iberê Carvalho. Em pouco menos de 90 minutos, ele constrói uma história sufocante sobre um roqueiro lidando com uma grande crise potencializada pelas redes sociais. Paulo Miklos, uma figura acima da média na música, no teatro e no cinema, é o protagonista de um dos filmes obrigatórios do ano.
#5 – Monstro
Monster tem uma narrativa complexa. Sua montagem é cheia de idas e vindas, o que torna essencial rever a obra de Kore-eda Hirokazu (Assuntos de Família). Inicialmente parecia só mais um bom filme daqueles que a gente assiste, gosta, mas não elege como um dos melhores do ano. Só que isso vai mudando lentamente a partir do momento em que o quebra-cabeça do roteiro começa a fazer sentido. E aí, vou te falar, você esquece até de piscar os olhos.
Karen Lopes @karenpaolafl
#1- Oppenheimer
A experiência cinematográfica em IMAX é uma experiência imersiva e envolvente. Nesse sentido, não perco a oportunidade de assistir a um filme nesse formato. Sobretudo se for uma produção visualmente incrível como Oppenheimer (2023). Dirigido pelo ambicioso e competente Christopher Nolan (Tenet, 2020), Oppenheimer foi o longa-metragem do ano que mais me impressionou pelo conjunto da obra. Além da parte técnica formidável, o projeto oferece atuações impecáveis e um roteiro interessante e bem elaborado. A narrativa, considerada complexa e de nicho, não afastou a audiência. Ao contrário, o público geral se engajou para ver o filme nas telonas (o longa já ultrapassou US$950 milhões de bilheteria mundial). Por essas razões, é natural que Oppenheimer seja meu filme favorito do ano e tenha minha torcida nas premiações, especialmente na categoria de Melhor Filme do Oscar em 2024.
#2- Air
#3- BlackBerry
#4- Babilônia
#5- Os Banshees de Inisherin
Marcelo Palermo @marcpalermo
#1- Todos Nós Desconhecidos
#2- Os Assassinos da Lua das Flores
#3- Barbie
#4- Homem Aranha: Através do Aranha-Verso
#5- Close
Marcelo Seabra, do blog O Pipoqueiro
#1- Os Assassinos da Lua das Flores
#2- Os Fabelmans
#5- Retratos Fantasmas
Marcos Tadeu @narrativacinematografica
#1- Beau tem Medo
Um filme bem dividido do Ari Aster, gosto dessa jornada meio paranóica com o Beau, a visão de uma mãe super protetora e de como os medos o travam. Destaco principalmente a questão do julgamento que ele nem sequer teve direito a defesa, uma prova de que os próprios medos podem nos matar.
#2- Maestro
Gosto da forma que ele conta a vida de Leonard Bernstein, além disso Bradley Cooper faz um trabalho mais intimista e com produtores de peso, nomes como Spielberg e Scorsese dão um peso a produção e impulsiona para o Oscar de 2024
#3- Barbie
Um clássico moderno, Greta Gerwig usa de um icônico brinquedo da Mattel para discutir relações familiares e principalmente machismo e feminismo. O filme defende e compra as brigas das mulheres mostrando que às vezes elas estão fartas de tanto lutar mas que sua luta é justa e sincera.
#4- Super Mario Bros
Ele atualiza a trama, agora é Luigi, o mocinho em perigo. Mario e Peach que são os protagonistas, apesar de mudar a premissa básica do jogo, ele ainda é cheio de fã services
#5- A Baleia
Brendan Fraser em seu melhor papel, gosto da forma que o diretor Darren Aronofsky está talvez em uma direção mais sóbria e com menos rodeio. Um filme que discute relações entre pais e filhos e principalmente saúde mental.
Rafael Ferraz @isso.nao.e.uma.critica
#1- Folhas de Outono
Aki Kaurismäki, em pleno auge, celebra quatro décadas de carreira mantendo-se fiel ao seu
estilo inconfundível, caracterizado por uma abordagem crítica, narrativa minimalista e um
humor sutil e ácido. Demonstrando uma maestria única, Kaurismäki ressalta que o cinema,
acima de tudo, é uma forma de expressão visual, elevando as capacidades da sétima arte ao
seu potencial máximo.
#2- Os Assassinos da Lua das Flores
Inspirado no livro homônimo, o mais recente projeto do mestre Scorsese revela-se uma obra
magistral que, possivelmente, consolida sua posição como o maior cineasta em atividade. Com
um olhar incisivo, o filme lança uma crítica contundente a um dos crimes mais perversos
cometidos pela instituição dos Estados Unidos, transcendendo o caso retratado para se tornar
um símbolo emblemático de um genocídio que ceifou milhares de vidas.
#3- Afire
Um melodrama exuberante, repleto de simbolismos que habilmente nos conduz por um mar
de emoções, navegando com destreza entre o trágico e o belo. Essa obra cativante empreende
uma jornada fascinante pela intricada e por vezes não tão fantástica realidade das relações
humanas.
#4- Tia Virgínia
Vera Holtz emerge como uma verdadeira força da natureza nesta trama envolvente, repleta de
tensões crescentes e uma estrutura narrativa que renderia aplausos dos mestres Antonioni e
Almodóvar.
#5- 20.000 Espécies de Abelhas
Íntimo, emotivo e provocativo, longa carrega consigo uma força catalisadora de reflexões
profundas sobre nosso modelo de sociedade, nos convidando a reavaliar questões
fundamentais, como a emancipação dos corpos e a busca pela verdadeira liberdade,
instigando-nos a repensar como possibilitar que todas as pessoas vivam plenamente com a
dignidade que lhes é inerente e merecida.
Maristela Bretas, do Cinema no Escurinho
#1- Elementos
#2- A Última Vez que Fomos Crianças (Festival Italiano)
#3- Super Mario Bros. – O Filme
#4- Oppenheimer
#5- Guardiões da Galáxia – Vol. 3
Andrey C. Final @andreycfinal
#1- Godzilla Minus One
Este reinício do famoso Godzilla talvez seja o mais furioso já testemunhado, marcando um
retorno glorioso para o kaiju após uma série de filmes de Hollywood obscuros e pouco
inspirados. Sob a direção habilidosa do mestre dos efeitos visuais Takashi Yamazaki, as cenas
de ação são impactantes, os efeitos visuais são excelentes e servem de suporte para uma
narrativa humana surpreendentemente emotiva entrelaçada na imensidão da destruição. Uma
perseguição marítima se inspira em “Tubarão” sem hesitar na comparação.
#2- Oppenheimer
Mesmo em IMAX, os temas e conceitos de larga escala transbordam no mais espetacular,
cerebral e aterrorizante blockbuster de Christopher Nolan até o momento. Cillian Murphy brilha como o físico J. Robert Oppenheimer, conduzindo sua jornada para construir a bomba atômica para os Estados Unidos em um thriller baseado em fatos científicos, com um ritmo de reação em cadeia. O momento central do filme, o primeiro teste da bomba atômica, proporciona uma experiência semelhante à que o público de “2001: Uma Odisséia no Espaço” deve ter sentido há aproximadamente 50 anos. Em um mundo dominado por CGI, Nolan opta por recriá-lo utilizando efeitos práticos (uma mistura de gasolina, pó de alumínio, magnésio e propano, não tente isso em casa). Assim como o filme em si, essa cena deixa uma marca profunda.
#3- Os Assassinos da Lua das Flores
Este épico inspirado em um crime real dos anos 1920, dirigido por Martin Scorsese, já é um
forte candidato ao Oscar em várias categorias. É meticulosamente elaborado, lindamente
interpretado e profundamente cativante, mesmo com uma duração potencialmente
entorpecente de três horas e 26 minutos. Leonardo DiCaprio e Robert De Niro entregam
performances impecáveis como dois tipos de vilões muito distintos, ambos imersos na
tragédia dos nativos americanos Osage. No entanto, é a estreante Lily Gladstone que centraliza
o filme com uma atuação delicada e comovente como uma herdeira Osage resiliente, corajosa o
suficiente para sobreviver a um cenário de ganância e violência.
#4- Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Baseando-se na combinação de estilos de animação que tornaram o filme tão vibrante em
cores e energia empolgante, esta sequência deslumbrante é um argumento convincente
para revigorar filmes de super-heróis, em um gênero que parecia exaurido. A versão de Miles
Morales do Homem-Aranha, interpretada novamente com admiração e autenticidade por
Shameik Moore, navega por múltiplos universos, encontrando inúmeras versões paralelas do
Homem-Aranha em uma jornada pessoal com implicações universais. As piadas e referências
à cultura pop, entregues com a típica irreverência de Lord e Miller, são tão densas e rápidas que
exigem várias visualizações para absorver completamente, mas isso não é um fardo para um
filme tão divertido.
#5- Eles clonaram Tyrone
Este trabalho de Juel Taylor, um cineasta estreante e promissor, foi ofuscado pelo ruído de
Barbenheimer em julho, mas esta interpretação intensa e sagaz do universo Blaxploitation está
pronto para ser descoberto na Netflix. Um trio improvável de investigadores mergulha em uma
série de eventos estranhos na década de 1970, desvendando uma impiedosa conspiração do
governo. É uma mistura quase indefinível de thriller policial, comédia satírica e ficção científica
de um futuro próximo.