#5- Entre Facas e Segredos
(Knives Out, Rian Johnson, 2019) Responsável por um dos melhores episódios da saga Star Wars, o diretor e roteirista Rian Johnson constrói um mistério divertido em torno de uma família.
Recomendado para quem gosta de: jogar detetive
#4- Vidro
(Glass, M. Night Shyamalan, 2018) Vidro começa com David Dunn (Bruce Willis) trabalhando ao lado do filho (vivido pelo mesmo moleque de Corpo Fechado – o que acabou permitindo ao diretor aproveitar uma cena inteira da produção de 2000) e tentando investigar o paradeiro do pirado vivido por James McAvoy com suas 24 personalidades (isso gera outra coisa legal quando os créditos finais começam a passar e temos todas as personalidades diferentes creditadas a McAvoy).
Shyamalan encerra uma trilogia de filmes de heróis pouco convencionais. No mundo em que a narrativa acontece não existe Homem-Aranha, Batman ou Vingadores. É uma recriação do mundo real em que algumas pessoas são amaldiçoadas por algum grande poder especial. Nesta realidade, esses seres representam grande ameaça e não são tolerados, de forma que Shyamalan apresenta essa empresa especializada em lidar com situações extremas e nos deixa a esperança que esse universo seguirá sendo explorado no futuro. Filmaço.
Disponível no Prime.
Recomendado para quem gosta de: M. Night Shyamalan, Corpo Fechado, Fragmentado, Filmes de heróis feito por quem entende de cinema
#3- Bacurau
(Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, 2019) Um poderoso faroeste moderno e distópico, um grito de revolta, que mostra a força do povo nordestino, uma análise sobre os estágios do racismo. A cena em que os americanos explicam para os brasileiros do Sudeste que eles não são caucasianos como pensam ser, e por isso não são iguais a eles, é brilhante.
A trilha é fantástica, começa com a intrigante ‘Não Identificado’ da Gal Costa e flutua naturalmente para ‘Night’ de John Carpenter.
Bacurau é o Brasil de hoje. (Marcelo Palermo)
Recomendado para quem gosta de: Filme bom pra caralho!
#2- Coringa
(Joker, Todd Phillips, 2019) Todo mundo estava curioso imaginando o que o diretor de Se Beber Não Case poderia fazer como diretor de um filme baseado no vilão Coringa. Existia muita expectativa, afinal já tivemos Jack Nicholson, Heath Ledger e Jared Leto vivendo o personagem em momentos distintos. Será que Joaquin Phoenix seria capaz de nos fazer esquecer todos os outros?
Coringa, de Todd Phillips, tem um resultado inesperado e que supera até a mais otimista das expectativas. Não só mostra um talento raro de Phillips para recriar a atmosfera das obras clássicas de Martin Scorsese quanto para dirigir seu elenco para conseguir o impacto perfeito para suas cenas, mas responde nossas perguntas: Phoenix não apenas é a melhor encarnação do personagem, como também estrela aquele que poderá ser eleito como um dos MELHORES filmes baseados em HQ’s de todos os tempos.
Trata-se de uma obra visceral, que fala diretamente para todos aqueles que se sentem sozinhos e oprimidos, que seguram a vontade de se fazer ser ouvidos. Por isso mesmo, um filme bem perigoso para quem não passa por um bom momento, pois a violência do vilão é enaltecida e temos diversos perfis de empreendedores (vejam só) destacando as lições que o filme ensina, como se fosse possível ver algo positivo nas atitudes de Arthur Fleck, uma bomba relógio prestes a explodir. Coringa é inesquecível e certamente merece um lugar no ranking de melhores filmes de 2019.
Recomendado para quem gosta de: cinema e não de parques de diversão
#1- O Irlandês
(The Irishman, Martin Scorsese, 2019) Um assassino da máfia relembra toda a sua história, incluindo a parte em que admite ter matado Jimmy Hoffa.
Se você precisa de um bom motivo para assistir a O Irlandês, aqui vão cinco: Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci, Harvey Keitel e Martin Scorsese. No mínimo. Com um elenco fabuloso, Scorsese conta a história de um homem que pode ser descrito como uma espécie de Forrest Gump da máfia. Ele parece estar envolvido em todos os eventos criminosos importantes das décadas de 60 a 80. É importante ressaltar que nada do que vemos é comprovadamente verdade, é a palavra de um criminoso. Apesar da estranheza dos olhos claros e dos efeitos digitais rejuvenescedores, De Niro está em um grande momento. Pacino abusa de seus estouros e berros pausados para compor um quadro rico. Pesci dá sempre a impressão de uma falsa calma, com um vulcão interior pronto a irromper.
Tudo no filme funciona muito bem, da fotografia à montagem, passando pela trilha e a reconstituição das épocas. Além dos tiros, assassinatos e intrigas, O Irlandês fala também de lealdade, de família, de temas caros a mafiosos. Apesar de serem brutamontes violentos, Scorsese vai fundo na mente deles, abordando até a incapacidade de comunicação e de demonstrar afeto, o que mantém uma filha afastada de seu pai. O diretor tem uma carreira variada, com dramas históricos, comédias, documentários. Mas ninguém é melhor ao contar uma história como essa. (Marcelo Seabra, do blog O Pipoqueiro)
Recomendado para quem gosta de: Filmes de Máfia; Martin Scorsese; Al Pacino; Robert de Niro; Joe Pesci