Os melhores filmes de 2018 estão entre nós. Escolher os nossos 17 favoritos em pleno mês de junho é um daqueles desafios que o Cinema de Buteco adora. Mesmo correndo riscos de cometer injustiças ao deixar de lado determinadas produções que ainda não tiveram seus respectivos lançamentos oficiais em streaming ou salas de cinema, organizar essa lista é sempre um belo aperitivo para nossos preparativos para a lista principal em dezembro.
Para dar conta do desafio, reuni a equipe do Cinema de Buteco e um grupo de críticos convidados selecionados a dedo para fazer um ranking com os melhores filmes de 2018 até o momento. Ano de Copa do Mundo com as atenções voltadas para os campos da Rússia pode ter prejudicado um pouco a repescagem para definir a lista final, mas o importante é que as principais produções da temporada foram lembradas e destacadas no nosso ranking.
Aproveite bem esse guia para ficar em dia com o mundo do cinema em 2018, mas lembre-se que isso aqui é apenas um aperitivo para a nossa lista oficial que será publicada em dezembro e contará com uma participação ainda maior da nossa equipe, colaboradores e críticos convidados – afinal, algumas pessoas só conseguem se atualizar em cima da hora e no mundo dos críticos de cinema não é diferente.
Pegue a sua agenda e anote todas as nossas dicas para garantir finais de semana recheados de bons filmes! Especialmente se você for fã de terror. Deixe os seus comentários com o seu top 5 do primeiro semestre porque a gente quer saber quais foram os seus filmes favoritos!
PS: Consideramos apenas produções que tiveram lançamentos oficiais em streaming e cinema no período de 1 de janeiro até 25 de junho.
Os melhores filmes de 2018: O guia definitivo do cinema no 1º semestre
Listas Individuais com os Melhores Filmes de 2018
Críticos convidados
Alex Gonçalves, do Cine Resenhas
1- Três Anúncios Para um Crime
2- Sem Amor
3- 78/52
4- Projeto Flórida
5- Réquiem para Sra. J
Marcelo Seabra, do blog O Pipoqueiro
1- Três Anúncios Para um Crime
2- The Post
3- Me Chame Pelo Seu Nome
4- Mudbound
5- A Forma da Água
Maristela Bretas, do blog Cinema no Escurinho
1- Vingadores: Guerra Infinita
2- Viva: A Vida é Uma Festa
3- Um Lugar Silencioso
4- Pantera Negra
5- Deadpool 2
Tiago Paes Lira, do blog Um Tigre no Cinema
1- Trama Fantasma
2- Forma da Água
3- Três Anúncios Para um Crime
4- Pantera Negra
5- Hereditário
Equipe Cinema de Buteco
Daniela Pacheco
1- Um Lugar Silencioso
2- Desobediência
3- Três Anúncios Para um Crime
4- Me Chame Pelo Seu Nome
5- Projeto Flórida
Graciela Paciência
1- O Insulto
2- O Motorista de Táxi
3- Em Pedaços
4- Vingadores: Guerra Infinita
5- Um Lugar Silencioso
Marcelo Palermo
1- Projeto Flórida
2- Me Chame Pelo Seu Nome
3- Pantera Negra
4- Aniquilação
5- Trama Fantasma
Tullio Dias
1- Hereditário
2- Três Anúncios Para um Crime
3- Um Lugar Silencioso
4- Verônica
5- Jogador Nº 1
Hereditário
(Hereditary, Ari Aster, 2018) Após a morte da avó, uma família começa a ser assombrada por uma série de trágicos e perturbadores eventos. É o suficiente para descobrirem segredos sombrios sobre a falecida e deixarem os espectadores com o cu na mão.
Talvez já tenha ficado um pouco claro para você que terror é o meu gênero favorito e que quando tive a oportunidade de incluir o máximo de obras assustadoras na lista de melhores filmes de 2018, não pensei duas vezes. No entanto, mesmo que isso aqui tenha virado uma prévia do que será a minha lista de melhores filmes de terror de 2018, Hereditário repete os passos de A Bruxa e se torna a obra obrigatória desse primeiro semestre.
Conduzido de forma paciente e brilhante por Ari Aster (nunca tinha ouvido falar do sujeito – o que é ótimo, pois é sempre uma delícia descobrir novos talentos para acompanhar), o trunfo de Hereditário é criar uma atmosfera cada vez mais densa para sufocar seus personagens e nos arrastar para dentro desse pesadelo lentamente. Seus minutos finais deixarão até os leitores ou leitoras do Cinema de Buteco dormindo de luzes ligadas por semanas. Ou anos. Ou pro resto da vida. (Tullio Dias)
https://www.youtube.com/watch?v=nwSHdou6YnQ
Três Anúncios Para um Crime
(Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, Martin McDonagh, 2017) Uma mãe em luto tenta fazer justiça com as próprias mãos em um drama que explora a dor, sofrimento, raiva e vingança de uma mulher que teve a filha estuprada e assassinada.
É um filme que nos faz refletir sobre nossas atitudes e sobre como lidarmos com nossos próprios demônios.
Talvez o diretor talvez nos faça perceber isso de uma forma, digamos, pesada demais, mas é esse toque cru, sincero e realista que faz do longa um dos destaques do último ano e vencedor de dois Oscars merecidíssimos. (Daniela Pacheco)
Um Lugar Silencioso
(A Quiet Place, John Krasinski, 2018) Partindo do princípio que terror é um gênero difícil de se acompanhar (a cada 10 filmes lançados, 2 merecem, de fato, a nossa atenção), Um Lugar Silencioso é uma dessas exceções que aquecem os corações dos fãs do gênero.
Com atuações impactantes e direção competente de John Krasinski, o filme conta a história de uma família (um casal e três filhos) que vive em um mundo devastado por monstros cegos. Estes se movem e perseguem suas vítimas pelo som, o que faz com que as pessoas vivem em uma rotina estabelecida que não permite o menor ruído. (Graciela Paciência)
Jogador Nº1
(Ready Player One, Steven Spielberg, 2018) Steven Spielberg apareceu DUAS vezes nessa lista de melhores filmes de 2018 e não foi por acaso. Por mais que ele seja um dos gênios do cinema, a verdade é que nunca fui lá tão baba-ovo do trabalho dele quanto outros críticos que existem por aí. Mas em Jogador Nº1 não tem como um cinéfilo continuar torcendo o nariz.
Em uma das suas primeiras sequências de ação, essa adaptação já dá uma verdadeira aula de cinema, com trabalhos arrepiantes de fotografia, efeitos especiais e como criar uma sequência de ação sem deixar seu espectador sem entender porra nenhuma do que está acontecendo. Isso já seria o suficiente para colocar Jogador Nº 1 nessa lista, mas Spielberg vai muito além e nos presenteia com o seu melhor trabalho em anos – e isso significa muito. (Tullio Dias)
Pantera Negra
(Black Panther, Ryan Coogler, 2018) O que faz desse filme tão especial?
O que permitiu ao longa ser, junto de Homem de Ferro 3, o único solo da Marvel (Guerra Civil é praticamente outro Vingadores, sorry) a arrecadar mais de $ 1 bilhão nas bilheterias?
Eu falo: é um filme que empodera os negros e as mulheres. Um filme que mostra que cor e gênero são divisões sem sentido nenhum. (Daniela Pacheco)
A Forma da Água
(Shape of the Water, Guillermo del Toro, 2017) A trama acompanha o romance proibido de uma mocinha com um monstro marinho.
Basicamente é assim que você pode “apresentar” A Forma da Água para os amigos – talvez não para ver ao lado da família da namorada, se eles forem um pouco conservadores e não levarem bem a cena em que rola uma transa inter-espécies.
Brincadeiras a parte, essa é obra prima de um cineasta que vem celebrando a arte de contar histórias com inúmeras produções marcantes ao longo de sua carreira. Em A Forma da Água os elementos de fantasia, comédia, suspense e romance se combinam para tornar esse filme tão maravilhoso. (Tullio Dias)
Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi
O filme de Dee Rees (que dirigiu também Bessie, a cinebiografia da cantora Bessie Smith) mostra duas famílias distintas que possuem em comum os traumas da guerra.
Ambientado nos anos 1940, Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi expõe a ignorância humana e a intolerância inseridos em uma sociedade repleta de pessoas que acreditam em sua superioridade de acordo com a cor da pele e a classe social.
Enquanto o casal formado por Laura (Carey Mulligan) e Henry McAllan (Jason Clarke) tenta levar a vida de acordo com os costumes da época, e vivem em uma fazenda comprada com muito esforço, o pai de Henry, Pappy (Jonathan Banks), desde o início mostra a sua arrogância e o racismo que carrega com orgulho.
O que ele não esperava, porém, é que que o filho mais velho dos Jackson, família negra responsável pelo trabalho braçal da fazenda, estivesse lutando na guerra, assim como seu filho mais novo, muito menos que os horrores da guerra pudessem unir os dois jovens em uma amizade sincera. (Graciela Paciência)
https://www.youtube.com/watch?v=BGzKpEgMaiQ
O Sacrifício do Cervo Sagrado
(The Killing of a Sacred Deer, Yorgos Lanthimos, 2017) Quem conhece o grego Yorgos Lanthimos sabe que seus filmes têm algumas características em comum, como o fato de todos serem perturbadores. Em O Sacrifício do Cervo Sagrado, o diretor confirma o brilhantismo através do terror. E ainda conta com uma atmosfera que remete Kubrick e ótimas atuações de Colin Farrell e Nicole Kidman. (Marcelo Palermo)
Aniquilação
(Annihilation, Alex Garland, 2018) Alex Garland traz um novo olhar sob o Sci-Fi, sendo bem-sucedido ao misturar conceitos físicos e biológicos, Aniquilação consegue ser cinema e fazer pensar ao mesmo tempo. Apesar do fracasso nas bilheterias, o filme tem tudo para se tornar um cult entre os fãs do gênero. (Marcelo Palermo)
https://www.youtube.com/watch?v=gSMCCHYGpf8
Projeto Flórida
(The Florida Project, Sean Baker, 2017) Um olhar afetuoso sobre um grupo de pessoas nem sempre retratado com delicadeza no cinema, impossível não se encantar com a menina Moonee (Brooklynn Prince).
Um filme alegre e melancólico, Projeto Flórida é como uma criança, não precisa de muito para fazer rir e chorar. (Marcelo Palermo)
O Insulto
(L’insulte, Ziad Doueiri, 2017) Representante libanês no Oscar 2018, O Insulto mostra como uma ocorrência simples, algo que deve acontecer todos os dias, pode tomar proporções inimagináveis.
O cristão libanês Toni entra em conflito com o refugiado palestino Yasser por causa de uma calha.
Tudo poderia ter sido pacificamente resolvido, mas um insulto leva os dois ao tribunal, o que acarreta uma verdadeira bagunça em dolorosas lembranças há muito tempo guardadas.
O maior mérito do filme de Ziad Douieri é abordar a questão sem tomar partido, mostrando os dois lados da moeda. (Graciela Paciência)
Me Chame Pelo Seu Nome
(Call Me by Your Name , Luca Guadagnino, 2017) Um filme sobre o amor, a arte e os prazeres da vida, com uma direção impecável do italiano Luca Guadagnino e uma atuação acachapante de Timothée Chalamet.
Devo dizer que considero a última cena um dos melhores finais dos últimos anos. (Marcelo Palermo)
Verônica
(Verónica, Paco Plaza, 2017) Madrid, 1991. Uma adolescente se vê amaldiçoada e possuída por uma força sobrenatural do capiroto depois de brincar numa tábua de Ouija com as amiguinhas.
O diretor de REC retorna para uma produção super aterrorizante sobre possessão. No mesmo estilo de O Exorcista, Verônica é um filme que começa bem manso e explode de um jeito que torna praticamente impossível não se encolher temendo pelo pior. Filmaço!
https://www.youtube.com/watch?v=GlalMcEiwZQ
Cargo
(Cargo, Ben Howling, Yolanda Ramke, 2017) Depois que uma epidemia se espalha em toda Austrália, um pai infectado precisa encontrar uma pessoa disposta a tomar conta de sua filha.
Baseado num curta-metragem, Cargo é um drama de terror com zumbis que mais parecem aquelas criaturas esquisitas e nojentas do game The Last of Us. Não espere por um tipo de Guerra Mundial Z, mas sim por algo mais profundo e cheio de significados nessa jornada de um pai para proteger a filha.
Você deve estar ficando com uma curiosidade imensa para entender o que se passa com o Cinema de Buteco nessa seleção de melhores filmes de 2018, não é mesmo?
Quando você chegar no 1º colocado, vai entender o motivo de tantas produções de terror receberem atenção esse ano. (Tullio Dias)
https://www.youtube.com/watch?v=uS-eKRAqQkE
Eu, Tonya
(I, Tonya, Craig Gillespie, 2017) Na década de 1990, Tonya Harding era uma famosa e muito talentosa patinadora artística, porém seu nome ficou ainda mais conhecido, em 1994, após um incidente envolvendo sua principal rival durante as Olimpíadas de Inverno, Nancy Kerrigan.
Mas Tonya tem uma história de vida que não pode ser resumida a “a atleta que conspirou contra a sua rival”, ela é muito mais do que isso e, principalmente, passou por uma infinidade de coisas antes de chegar o dia em que seu nome tomou as manchetes de jornal por motivos que nada tinham a ver com suas sensacionais performances.
Com uma trilha sonora sensacional, interpretação magnífica de Margot Robbie e sob a direção de Craig Gillespie (de A Garota Ideal), Eu, Tonya mostra o caminho percorrido pela atleta, passando pelos obstáculos pessoais e também aqueles enfrentados nas pistas de gelo. (Graciela Paciência)
https://www.youtube.com/watch?v=_YSP-ADogMA
The Post – A Guerra Secreta
(The Post, Steven Spielberg, 2017) A sinopse do Google diz o seguinte: “Em 1971, os editores Katharine Graham e Ben Bradlee do Washington Post arriscam suas carreiras e liberdade para expor segredos governamentais que abrangem três décadas e quatro presidentes dos Estados Unidos.”
O que ela não diz é que The Post é um daqueles exemplares de cinema que prendem o público do começo ao fim ao combinar personagens carismáticos, boas doses de suspense e tensão, uma luta por uma boa causa e aquela sensação de querer que tudo dê certo com nossos protagonistas.
Se você amou Todos os Homens do Presidente, The Post é obrigatório.
Se você é jornalista, The Post é obrigatório – e conhecer a nossa lista de melhores filmes sobre jornalismo também.
É bom demais poder fazer essa lista de melhores filmes de 2018 e poder incluir duas obras do Steven Spielberg. (Tullio Dias)
Os Estranhos: Caçada Noturna
(The Strangers: Prey at Night, Johannes Roberts, 2018) Estrelado por Christina Hendricks (Drive), a trama acompanha uma família passando uma noite num parque de trailers e descobrindo da pior maneira possível que terão uma noite infernal.
Seria uma mentira gigantesca da minha parte se eu não afirmasse que quebrei a cara com essa inesperada continuação. Quando fiquei sabendo, em plena gravação de uma edição do canal Fora do Padron sobre os lançamentos de 2018, apostei que seria uma merda.
A continuação de Os Estranhos não só está longe de ser uma merda, quanto é um dos grandes destaques do gênero terror na temporada. Imagino que deva ser um choque começar essa lista de melhores filmes de 2018 falando logo dessa produção, mas isso é o Cinema de Buteco. Prepare-se para levar bons sustos e ver um belo exemplar de cinema slasher em que ninguém é poupado e você conhece o melhor uso de “Total Eclipse of Heart” no cinema. (Tullio Dias)
https://www.youtube.com/watch?v=d_andWsWMIE