Quais são as melhores atuações de Leonardo DiCaprio? O norte-americano é um dos nomes mais populares e queridos de Hollywood. A sua carreira, porém, poderia ter seguido rumos bem diferentes se não fosse a sua experiência com Martin Scorsese em Gangues de Nova York. Na ocasião, DiCaprio ainda era visto como o ator bonito de Titanic e não havia recebido tantas oportunidades de grandes filmes. Tudo mudou a partir da primeira colaboração com Scorsese, que transformou DiCaprio em um dos maiores nomes do mercado.
A redação do Cinema de Buteco fez uma longa discussão para definir quais seriam as melhores atuações de Leonardo DiCaprio ao longo da carreira. Concluímos que 5 seria muito pouco, então mudamos as regras para falar do máximo de trabalhos possíveis. Não é bem uma lista dos melhores filmes com Leonardo DiCaprio, veja bem. Estamos focando apenas em suas atuações. Confira abaixo o resultado:
8 Melhores Atuações de Leonardo DiCaprio
Frank em Foi Apenas um Sonho
Onze anos após o casal Rose e Jack, de Titanic, ter conquistado o público, DiCaprio e Kate Winslet voltam a contracenar juntos em 2008, dessa vez, sob a direção de Sam Mendes. Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road) é uma crônica amarga do sentimento que fica quando a paixão de um casal vai embora.
Frank e April se apaixonam perdidamente, mas com o passar do tempo, a realidade dura marcada pela rotina e pelo que se era esperado de um casal, nos anos 50, pesa demais. O filme mostra o amadurecimento de DiCaprio e Winslet como atores e deixa evidente a química que possuem. É uma obra triste e que deixa um gosto amargo no final, porém nada tira a sua beleza e singularidade. (Graciela Paciência)
Romeu em Romeu + Julieta
O Romeu vida louca foi uma das melhores atuações de Leonardo DiCaprio nos cinemas. Na época, o ator era a personificação da beleza, rebeldia e juventude dos anos 1990. O cineasta Baz Luhrmann adaptou a peça escrita por William Shakespeare, em 1591, para um cenário urbano. Verona se transformou em Verona Beach. O diretor teve a ousadia de de modernizar a obra e manter o texto original.
A música “Young Hearts Run Free” faz parte da trilha sonora e resume o espírito da obra: corações jovens correm livres… (Marcelo Palermo)
Teddy em Ilha do Medo
O longa-metragem marca o quarto encontro entre DiCaprio e o diretor Martin Scorsese, e foi o único que não foi lembrado no Oscar. Uma pena, pois é um dos melhores momentos da carreira de ambos. Baseado no romance Paciente 67, de Dennis Lehanne, Ilha do Medo fala sobre o desaparecimento de uma mulher e a investigação de dois detetives nessa prisão com prisioneiros mentalmente desequilibrados.
Pode parecer uma surpresa incluir Ilha do Medo no hall de melhores atuações de Leonardo DiCaprio, mas boa parte do sucesso da narrativa depende do trabalho do ator. É ele quem envolve a audiência para um jogo de tensão em que nada é exatamente o que parece.
Jim Carroll em Diário de um Adolescente
Diário de um Adolescente (The Basketball Diaries) é interessante por diversos motivos, mas algo que se destaca é como o longa mostra o que a juventude tem a perder. Ao longo do filme, Jim Carroll, jovem de família pobre, acaba perdendo partes importantes de sua vida. Integridade, amizades, o esporte e a autonomia, coisas que formavam a sua identidade e o definiam como indivíduo. Fica fácil para o público perceber o quanto essas particularidades são valiosas e, portanto, como as drogas podem destruir vidas, sem cair na armadilha do discurso em tom de sermão. O público sente que tem acesso ao diário do título
Aos vinte anos, Leonardo DiCaprio já mostrava a presença que tem na tela e como carregar com responsabilidade o peso de um protagonista como Jim. Sua interpretação é marcada pelo tom certo em cada fase da história. (Graciela Paciência)
Hugh Glass em O Regresso
DiCaprio se destaca por uma atuação menos intensa do que estamos habituados a assistir. Geralmente, o ator gosta de ir de um extremo ao outro em suas performances, mas desta vez aparece mais contido e nos presenteando com um belo trabalho baseado mais em reações ao ambiente do que em diálogos (ou os tradicionais gritos). Não é que ele não grita, afinal de contas estamos falando do Leonardo DiCaprio, mas a narrativa obriga o ator a nos dar muito com o mínimo disponível. Se os melhores momentos de DiCaprio em O Lobo de Wall Street envolviam cenas de humor físico, agora é a vez do ator mostrar que é capaz de nos convencer durante quase três horas em que quase não conversa com outros personagens.
Calvin Candie em Django Livre
Seu personagem demora para entrar em cena, mas não leva mais de dois minutos para começar a cativar o espectador. O ator, que inclusive esteve cotado para viver Hans Landa, tem a sua primeira oportunidade de trabalhar com Tarantino e de viver o primeiro vilão de sua carreira em uma produção de respeito (sério, O Homem da Máscara de Ferro não, né?).
O vilão Calvin Candie demonstra frieza com seus escravos, ou mercadorias, mas ao mesmo tempo, mantém uma relação quase paternal com Stephen (Jackson), que é um grande conselheiro e uma figura de respeito na vida de Calvin. Você já deve ter visto um vídeo no Instagram mostrando a cena em que ele corta a mão e continua a cena, passando, inclusive, a mão sangrando no rosto da atriz com que contracena. Improvisação é o forte do DiCaprio.
Jordan Belfort em O Lobo de Wall Street
Em sua quinta colaboração com o nosso monocelha favorito, Leonardo DiCaprio mostra todo o seu talento e nos surpreende com um inesperado senso de humor físico, como fica explícito na hilária sequência em que ele fica dopado dentro de um hotel e precisa voltar para casa. No entanto, fora essa surpresa, ele não faz nada que já não houvesse feito anteriormente – e até com mais qualidade.
Improvável pensar em falar das melhores atuações de Leonardo DiCaprio e ignorar tudo que ele consegue em O Lobo de Wall Street. Não sei você, mas até hoje me surpreendo com o quanto o ator consegue ser engraçado em cena. E isso é um mérito e tanto para a gente valorizar.
Rick Dalton em Era Uma Vez em…Hollywood
Imaginem o contexto: DiCaprio é o protagonista do filme de Quentin Tarantino. Ele interpreta um ator em crise existencial, que interpreta vários personagens ao longo da história. Dá para entender a complexidade desse trabalho? A melhor parte é que Ricky é um bundão de marca maior, mas competente no seu ofício. Isso apenas força DiCaprio a dar o seu melhor de múltiplas formas.
Era Uma Vez em…Hollywood é também um dos principais trabalhos da filmografia de Quentin Tarantino. Ainda que existam movimentos de redes sociais para tentar apontar problemas na sua obra, o cineasta continua acertando a mão e presenteando os cinéfilos com histórias maravilhosas. E hilárias, como é o caso aqui.
Ernest em Os Assassinos da Lua das Flores
DiCaprio vive o protagonista Ernest e mostra uma faceta diferente no seu trabalho. Em praticamente todos os seus trabalhos anteriores, DiCaprio sempre aparecia com expressões intensas, gritando muito ou com muito ódio no coração. Ainda que existam esses momentos, é diferente. É um DiCaprio mais contido, maduro e consciente. A maquiagem feita para transformar o ator em um monstrinho também faz toda a diferença.
A expectativa é que Os Assassinos da Lua das Flores não apenas renda a sétima indicação ao Oscar, mas também uma possível segunda estatueta da Academia. Pela qualidade (e importância histórica) do filme de Scorsese, é certo que ele será muito lembrado no Oscar 2024. Resta saber se DiCaprio terá o seu trabalho reconhecido mais uma vez. Se depender do Cinema de Buteco, ele já pode sair para o abraço e comemorar.