Encerrando a programação do Cinema de Buteco com nosso material especial, chega o momento de conhecer os melhores filmes de 2015:
O CINEMA DE BUTECO SE DESPEDE DE 2015 COM A SUA TRADICIONAL LISTA ANUAL DE MELHORES LANÇAMENTOS. Será que Mad Max: Estrada da Fúria permaneceu no topo da preferência da equipe do site? Aliás, para essa edição convidamos os leitores que quisessem participar para eleger o seu próprio ranking e em breve vamos publicar as melhores listas que chegaram até nós.
Obrigado pela companhia e pelas visitas acompanhando todo o nosso trabalho, evolução e análises sobre esse grande amor que é o cinema. Nos vemos em 2016 agora! o/
Apreciem muito, apreciem tudo, apreciem sem moderação!
30- A Pele de Vênus
“Em sua rica filmografia, Roman Polanski flertou ao menos em três ocasiões com o teatro. Extraordinário, “A Morte e a Donzela”, inspirado na peça de Ariel Dorfman, trouxe Sigourney Weaver, Ben Kingsley e Stuart Wilson confinados em uma casa enquanto reavalivam traumas de um passado perturbador. Há três anos, o cineasta escalou Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz e John C. Reilly para levar aos cinemas “Deus da Carnificina“, originalmente escrito para os palcos por Yasmina Reza. Durante 80 minutos, é promovida uma lavação de roupa suja que resulta em um dos feitos menos impressionantes do cineasta. A terceira e última ocasião vem com “A Pele de Vênus”, este um Polanski em sua melhor forma.” (Alex Gonçalves)
29- O Jogo da Imitação
“Para todos aqueles que admiram o trabalho de Cumberbatch e estão sempre em busca de cinebiografias eficientes sobre personalidades históricas, o longa-metragem é uma bela opção e cumpre bem a sua função sem precisar apelar para recursos técnicos que forçam o espectador a se emocionar e derramar lágrimas de crocodilo pelas dificuldades da vida de Alan Turing.” (Tullio Dias)
https://youtu.be/NM4GZ3NQvxQ
28- Enquanto Somos Jovens
Noah Baumbach é um ótimo cronista da crise de meia idade e do amadurecimento doloroso porque passamos em diferentes momentos da vida. Boa parte de seus filmes trata de uma catarse de redescoberta existencial, situações que abalam as estruturas de personagens que, do contrário, teriam pouco do que reclamar. Em sua maioria brancos, de classe média alta e heterossexuais, eles são o retrato de uma América que caberia em uma novela de Manoel Carlos, mas que no caso de Enquanto Somos Jovens está na efervescência de Manhattan. Passando pelas ruas do Brooklyn, com seus hipsters estilosos que andam de bicicletas retrô e fazem seu próprio sorvete, o filme acompanha dois casais. Um deles, jovem e empolgante; o outro, passando pelo desafio da rotina trazida por muitos anos juntos. As diferenças entre os quatro vão aos poucos se dissolvendo e o que se vê é uma relação em que as intenções e até mesmo as identidades se confundem. Enquanto Ben Stiller, Naomi Watts, Adam Driver e Amanda Seyfried se transformam em versões caricatas daquilo que aspiram, o espectador se identifica com muitos aspectos do que faz de nós quem somos e do que gostaríamos de ser. (Nathália Pandeló)
27 – Casa Grande
Casa Grande é outro filme brasileiro que ganha muitos pontos por discutir temas essenciais em nossas vidas. Dei a medalha de ouro e cinco caipirinhas em minha crítica porque ele consegue englobar em suas histórias tópicos de relevância e sempre de maneira profunda e impactante. Cotas raciais, dinheiro, amizade, sexo, tudo isso por meio de personagens como eu e você, o que ajuda ainda mais a nos identificarmos com o roteiro. Pessoas boas e, ao mesmo tempo, cheias de falhas, mas com características de certa forma carismáticas aos olhos do espectador. Eles não são os protagonistas, mas roubam a cena no drama: Marcello Novaes e Suzana Pires. (Dani Pacheco)
https://www.youtube.com/watch?v=lVxMtz0p0-k
26- Calvário
Fantasiar a respeito dos últimos dias de sua vida proporciona um deliciosamente assustador misto de sentimentos; se deparar melancolicamente diante da efemeridade e da insignificância de tudo aquilo que foi sua existência, paralelamente às últimas oportunidades de atribuir a esta alguma espécie de grandiosidade. Experimentar isto sob a ótica do Padre James (Brendan Gleeson, espetacular) nos oferece uma notável virtuosidade nos diálogos que, arrebatadores, extraem da sutileza da trama comentários profundos a respeito de uma série de âmbitos importantes, ao mesmo tempo em que transmitem um profundo sentimento de melancolia e honestidade, de fato absolutamente verossímeis com relação ao cenário construído para aquele protagonista.(Leonardo Lopes)
25- What Happened to Miss Simone?
Nina Simone é a principal voz do mundo da música. Cantoras como Adele e Amy Winehouse devem muito de suas carreiras ao fato de Nina ter cantado para o mundo e encantado a todos com a sua personalidade forte e o seu envolvimento na luta pelos direitos civis. Com uma vida atribulada e cheia de conflitos na vida pessoal e profissional, Nina Simone é um prato cheio para o mundo do cinema com a sua história. Demorou muito até que alguém fizesse um documentário de qualidade sobre toda a sua trajetória, mas podemos dizer que What Happened, Miss Simone? é um retrato emocionante sobre a maior cantora de todos os tempos. (Tullio Dias)
https://youtu.be/iuN3SGzLGmw
24- Missão: Impossível- Nação Secreta
Bastaria a fatídica sequência da ópera para garantir o quinto episódio da franquia Missão: Impossível entre os melhores títulos de ação do ano; no entanto, o trabalho de Christopher McQuarrie possui outras virtudes para o assegurarem nesta lista: o senso de urgência constante, a atmosfera que remete à série clássica, a dinâmica bem estabelecida entre as personagens e as rimas narrativas construídas formam uma produção que, definitivamente, não perde o fôlego. (Leonardo Lopes)
23-A Travessia
Ganhando contextos de grande tensão e mesmo de um drama existencial, A Travessia é, no final das contas, mais uma contribuição de Robert Zemeckis com o Cinema de aventura – embora sem a mesma qualidade e intensidade das anteriores. Phillippe Petit (Joseph Gordon-Levitt), o responsável pelo grandioso ato do título, está vivendo a jornada de sua vida, conforme acentuam os enquadramentos do diretor – sempre destacando a admiração e a contemplação do protagonista quanto aos seus feitos, acima mesmo da grandiosidade destes em si. (Leonardo Lopes)
22- A Entrega
Tom Hardy chama a atenção, fugindo da maioria de seus trabalhos anteriores. Ao final, a única conclusão a que se pode chegar é que o texto de Dennis Lehane é um presente para qualquer ator, e que Hardy soube aproveitar a oportunidade como poucos poderiam. E o diretor Michaël R. Roskam, professor de Cinema em Bruxelas, faz muito bem a transição da teoria para a prática, evitando atrair o público com recursos artificiais. A história segue de forma bem natural, é enxuta e permite ao espectador pensar a respeito, indo além de um simples entretenimento escapista. (Marcelo Seabra, do blog O Pipoqueiro)
21- O Ano Mais Violento
Contextualizado num período histórico rochoso e violento, econômica e socialmente – inverno novaiorquino, 1981 -, refletido na frieza, desconfiança e desesperança de seus indivíduos, O Ano Mais Violento é um retrato intenso – embora corretamente cadenciado – e cru do cenário capitalista em seu modo inescrupuloso de alterar as relações e morais humanas; mesmo um imigrante honesto e civilizado como Abel (Oscar Isaac), vivenciando seu próprio american dream, não consegue se manter alheio à tal atmosfera corruptiva.(Leonardo Lopes)