LONGOS QUINZE ANOS SE PASSARAM DESDE QUE M. NIGHT SHYAMALAN surgiu na vida de cinéfilos do mundo inteiro em 6 de agosto de 1999 com um dos filmes mais importantes lançados no final dos anos 1990. Em O Sexto Sentido, o cineasta despontou como um dos grandes nomes da indústria e foi considerado como um dos potenciais talentos daquela geração, que também incluiu Paul Thomas Anderson (Magnólia). Já sabemos que ambos seguiram caminhos distintos: enquanto Anderson acumula prêmios e elogios da crítica, Shyamalan se esforça para tentar recuperar o prestígio abalado por uma verdadeira sucessão de fracassos. Afinal, ele não era nenhum Alfred Hitchcock moderno. Mas será que O Sexto Sentido foi um golpe de sorte?
Sem querer aprofundar mais em discussões sobre o seu realizador, o Cinema de Buteco aproveita essa data especial para homenagear O Sexto Sentido compartilhando como foi a primeira experiência de membros da equipe e convidados com esse verdadeiro clássico moderno do suspense que chegou às telas norte-americanas no dia 6 de agosto de 1999. Confira:
Vi só no ano passado (2013) e não sabia de como era o final. Meus amigos fizeram uma sessão de cinema especial pra eu assistir e me falaram que tinha um “spoiler cabuloso”. Então fiquei pensando naquilo e já que eu conhecia a frase do filme “eu vejo gente morta” “com que frequência?” “todo o tempo “. Aí desde o início do filme já fiquei pensando que se ele vê gente morta todo o tempo, o Bruce Willis poderia estar morto… Mas tem uma cena, que a esposa dele está jantando em um restaurante e ela “fala” com ele, que me deu uma grande dúvida se ele estava vivo. Mas depois disso tem muitas indicações de que ele está morto mesmo. Fica bem óbvio. Fico feliz por ter assistido mais velho, se tivesse assistido em 99 não teria aproveitado tanto o que o filme proporciona.
Matheus Abade, do Veio Tarado
Sinceramente eu não me recordo onde assisti O Sexto Sentido pela primeira vez, mas dificilmente esqueço-me dos arrepios que sentia, toda vez que o filme passava nas sessões noturnas do SBT. Na primeira vez, terminei o longa em estado de choque, tamanha era minha surpresa em relação à pegadinha do malandro imposta pelo roteiro e que dificilmente acertaria. Com uma direção fantástica aliada a sua surpreendente e hipnótica narrativa, O Sexto Sentido está listado em meu repertório fílmico como um dos melhores já realizados pela indústria cinematográfica.
Angelo Costa, do Fala Cinéfilo
Não sabia muito sobre o filme. O assisti por seu trailer ter parecido bem interessante e principalmente pela presença de Bruce Willis, então um de meus atores favoritos. Na época, a Internet já se popularizava, mas não era nem de longe tão presente em nossas vidas quanto hoje em dia, então felizmente não obtive nenhum spoiler através dela. Assisti O Sexto Sentido na quarta-feira da semana de sua estreia, sozinho, em uma sessão não muito cheia, como costumavam ser as primeiras sessões de quartas, circunstância que casou muito bem com o clima funesto da obra. Embora tenha um ritmo um tanto quanto constante, sua reviravolta final mudou tudo. Foi, de fato, algo extremamente surpreendente e que colocou O Sexto Sentido em outro nível, uma experiência cinematográfica tão única que, ainda hoje, pouquíssimos outros filmes foram capazes de se aproximar.
Kravis, do Cinema do Meu Jeito
Assisti a O Sexto Sentido na época da estreia, em meio a todo o barulho que o filme vinha causando. Gostei de tudo: da atuação propositalmente apática de Bruce Willis, do clima de suspense e tensão, da história bem amarrada, da vontade que fica ao final de ver tudo de novo. Mas o que mais me marcou foi a angústia que dividi com o garoto, que com tão pouca idade, já via coisas horrorosas e inexplicáveis. Mais do que qualquer outro drama, foi um filme que me fez chorar de soluçar!
Marcelo Seabra, do Pipoqueiro
Assim como foi com O Iluminado, de Stanley Kubrick, tive um trauma hereditário com O Sexto Sentido. Quando o filme foi lançado em VHS, eu tinha meus 6 anos e lembro de passar pela sala de televisão e encontrar meu pai perplexo. A obra era uma união das duas coisas que ele mais odiava: espíritos e crianças bizarras. Gravei o rosto do Haley Joel Osment e decidi nunca ver o filme. Se meu PAI não conseguiu dormir com aquilo, eu definitivamente não ia me arriscar.
Anos depois, me encontrei em uma encruzilhada: continuar sem vê-lo ou cumprir com minha obrigação de cinéfila? Escolhi a segunda opção e tive uma agradável surpresa. Um filme que, sim, tira um pouco o sono, mas te faz perceber a beleza do suspense bem executado, com direção e elenco impecáveis. Hoje, a única coisa que me dá medo é lembrar dos outros filmes que o Shyamalan viria a fazer depois daquela obra prima.
Luísa Gomes
Uma vez eu estava lendo um livro em um balcão de um restaurante de um hotel enquanto passava O Sexto Sentido na televisão. Eu devia ter uns 9 anos e estava esperando o sanduíche que eu havia pedido. Sem que eu percebesse, uma mulher se aproximou e começou a falar do filme (que estava passando na televisão, mas não no restaurante) e contou o final SEM NENHUM MOTIVO. Pelo menos O Sexto Sentido se sustenta surpreendentemente bem mesmo com spoilers.
João Golin
Demorei algum tempo para assistir, na verdade o assisti depois de ter visto Os Outros, e sinceramente isso foi até bom, pois alguns amigos que viram o filme estrelado pela bela Nicole Kidman disseram: esse é igual a O Sexto Sentido. E como não sabia do que se tratava tive a surpresa com Os Outros, e ao longo de O Sexto Sentido fiquei tão impressionado com o bando de espíritos que quase me esqueci do que eu já sabia.
Joubert Maia
Fui assistir O Sexto Sentido no cinema, com um tio e minha prima, e lembro até hoje da sensação da cabaninha do Haley Joel Osment abrindo, pregador por pregador, e ele encontrando a versão mirim da anoréxica do The OC… Saí do cinema com a sensação que tinha assistido ao filme mais assustador da minha vida. 15 anos depois ainda tenho a mesma sensação.
Larissa Padron
Em 1999, minha paixão por cinema já estava explícita. Ia ao cinema religiosamente às quartas, e contava as horas para sair da aula, encontrar com a minha avó cinéfila e partir para assistir aos lançamentos mais recentes. O Sexto Sentido gerou um buzz incrível e foi capa de diversas revistas de cinema (numa época em que parecia lucrativo trabalhar com isso). A presença do Bruce Willis era a garantia que a gente precisava para valer a pena comprar o ingresso, e não fomos decepcionados. Felizmente, não tive o azar de me deparar com coleguinhas mal-intencionados e dispostos a estragar a surpresa final – que me deixou boquiaberto. A grande graça de O Sexto Sentido é que mesmo depois de 15 anos, todas as revisões oferecem novos detalhes e sutilezas que somente aumentam a qualidade da obra.
Tullio Dias