A redação do Cinema de Buteco se reuniu num bar para relembrar 10 obras que completam 20 anos em 2015. Qual a sua favorita?
1995 É O ANO EM QUE MEL GIBSON LANÇOU CORAÇÃO VALENTE e o primeiro Toy Story chegou aos cinemas como uma verdadeira revolução tecnológica como o primeiro longa-metragem 100% realizado através da computação gráfica. Além de ser também o cartão de visitas da Pixar, que iniciava seus trabalhos na época. Brad Pitt e Morgan Freeman interpretaram uma dupla de detetives no sensacional Seven, de David Fincher, e tivemos Jim Carrey e Tommy Lee Jones encarnando os vilões em Batman Eternamente, de Joel Schumacher. Entre pontos altos e outros nem tão memoráveis assim, o cinema de 1995 recebe uma homenagem especial do Cinema de Buteco com uma seleção das obras que lembramos com mais carinho:
Coração Valente, de Mel Gibson
Lançado em 24 de maio
Caramba! Coração Valente já tem 20 anos de idade. Pensar que foi ontem que vi o Mel Gibson pintando a cara de azul e lutando pelo amor de sua esposa. Difícil ter um filme que tenha uma palavra que consiga resumi-lo tão rápido e bem quanto Coração Valente. Ou você consegue pensar em “liberdade” sem lembrar imediatamente dos momentos finais da produção?
Estrelado e dirigido por Mel Gibson, Coração Valente recebeu cinco prêmios da Academia, incluindo Melhor Filme e Diretor.
Tullio Dias
Batman Eternamente, de Joel Schumacher
Lançado em 16 de junho.
Impulsionado pelo sucesso dos dois filmes que o antecederam, Batman Eternamente foi lançado em 1995 com o objetivo de modernizar a imagem do herói. Substituindo Keaton, Val Kilmer encarnou um herói soturno, porém galã, da mesma forma que Nicole Kidman assumiu o lugar de Kim Bassinger como a namorada do Homem Morcego. O tiro, no entanto, saiu pela culatra e o filme quase foi o responsável por enterrar a franquia. As atuações de todo o elenco são bastante fracas, especialmente o trio de protagonistas.
De marcante tem apenas alguns efeitos especiais (pelos quais foi indicado ao Oscar, acredite) e a trilha sonora, com músicas de Seal e U2, que até hoje são associadas à trajetória do herói no cinema (e aos anos 1990). Foi o primeiro filme do personagem dirigido por Joel Schumacher e também o primeiro a introduzir os polêmicos mamilos aos trajes dos super-heróis. O filme também marca a introdução do personagem Robin, sempre presente nos quadrinhos e nas séries de TV, ao universo cinematográfico. Batman Eternamente envelheceu mal e assistido hoje parece de extremo mal gosto e muito brega, especialmente se comparado à trilogia mais recente, desenvolvida por Nolan.
Priscila Armani
Power Rangers, de Bryan Spicer
Lançado em 30 de junho
Lembro de ter visto esse filme no cinema, com meus 6 anos de idade. Amor à primeira vista. Eu já amava a série de TV, ia fantasiada de Power Ranger vermelho no Carnaval da escola, tinha aqueles bonecos que viravam a cabeça na hora de morfar, megazord, enfim, grande fã (ainda tenho tudo isso guardado!). O filme de 1995 é um presente para qualquer fã dos heróis da Alameda dos Anjos, Alpha e Zordon. A primeira sequência inesquecível de para-quedas e patins, as batalhas (mesmo sendo tosco ver esses efeitos atualmente), os uniformes ninja, os robôs de animais e Ooze…que vilão mais divertido! E, para nossa alegria, o Apocalypse de X-Men é bem parecido, teremos momentos nostálgicos em maio de 2016.
Power Rangers foi lindo, continua lindo e sempre será lindo. Posso vê-lo até meus 80 anos e me divertir até falar chega.
Dani Pacheco
As Patricinhas de Beverly Hills, de Amy Heckerling
Lançado em 21 de julho.
As Patricinhas de Beverly Hills é importante porque a) me mostrou quem era a loirinha do clipe de “Crazy”, do Aerosmith. “Agora só falta descobrir quem é a morena”, era o que eu pensava; b) foi ao lado da campanha de conscientização da Síndrome de Down com o “Carlinhos”, meu passaporte para conhecer Radiohead. Esses dois motivos seriam o suficiente para garantir meu respeito, mas a comédia estrelada por Alicia Silverstone (e que tem Paul Rudd e Brittany Murphy no elenco) é um divertido retrato sobre ser jovem, rico e fútil, e de como nossas vidas se transformam quando nos apaixonamos. Ainda que isso possa ser ainda mais fútil, em alguns casos.
Tullio Dias
Mortal Kombat, de Paul W.S. Anderson
Lançado em 18 de agosto.
Depois de desafiar a hegemonia de Street Fighter nos arcades e causar muito polêmica com sua violência extrema, o jogo de luta Mortal Kombat chegou aos cinemas e, apesar de seus defeitos e limitações, provou que uma adaptação de videogame para a telona poderia ser divertida. Mesmo estrelado pelo eterno highlander Christopher Lambert, o elenco é bem limitado, mas o filme compensa isso com ótimas cenas de ação, lutas bem coreografadas e uma música tema que grudou na mente dos espectadores. E se você também já assistiu ao horroroso filme de Street Fighter estrelado por Jean Claude Van Danme e Raul Julia, sabe que, apesar de nunca ter superado seu maior rival nos games, na sétima arte Mortal Kombat ganhou de sobra e com direito a “Fatality”.”
Michael Anderson