NA SEXTA-FEIRA, dia 19 de abril, estreou nos cinemas nacionais a tão esperada refilmagem de A Morte do Demônio. O longa-metragem original dirigido por Sam Raimi ganhou uma versão que pode ser bem mais do que apenas um mero remake. Enquanto criam-se rumores de que o novo filme é na verdade uma espécie de sequência, a equipe do Cinema de Buteco se reuniu para refletir sobre outros 10 filmes que se passam dentro de uma cabana, seja inspirado ou não em A Morte do Demônio.
Para todo mundo que costuma se divertir com obras assim, aí vão algumas dicas:
Confira os 10 Melhores Filmes de Terror em Cabanas
Uma Noite Alucinante I e II
Em 1981, Sam Raimi fez o filme de terror que ele podia fazer. Com um orçamento de apenas 350 mil doláres, Raimi mostrou uma criatividade ímpar ao nos contar a história de cinco jovens em uma cabana isolada no meio de uma floresta. Lá, eles encontram o Livro dos Mortos e através de escritos do Livro libertam forças demoníacas. Tensão, horror e bastante sangue acompanham as mortes nesta cabana que apesar de pequena em tamanho quando vista de fora, se torna numa espécie de labirinto nada acolhedor para os personagens.
Já em 1987, Raimi, utilizando um orçamento de 3,5 milhões de doláres fez o filme que ele (quase) queria fazer: Uma Noite Alucinante II é praticamente um remake do primeiro – as mudanças iniciais do roteiro são devidas à questões de direitos de exibição de cenas não autorizados – sendo Raimi capaz de criar uma história consistente, misturando horror com humor mostrando que seu primeiro trabalho não era sorte de principante. Além de nos presentear com a impagável atuação de Bruce Campbell.Sem dúvida nenhuma, The Evil Dead esta na lista de qualquer fã de filme de terror dos anos 1980. (Fabricio Carlos)
Anticristo
A maioria dos filmes que assisti na minha vida foram por dois motivos: porque me interessavam tema/atores/diretor/roteirista, ou por indicação de amigos. Com Anticristo foi exatamente o contrário: todos me disseram para não assistir, tanto os que admiram Lars Von Trier como aqueles que o odeiam; então eu fui lá e vi. “Esse filme é horrível” foi o que me disseram algumas pessoas, mas fiquei me perguntando “o que seria um horror no filme?”. Horror, aliás, me lembra medo, e é sobre medo que fala o Anticristo. Medo do desconhecido, medo do familiar e medo daquilo que se tem medo. Parece confuso, mas é bem simples. Pra superar o trauma da morte do filho um casal se refugia num chalé na floresta. O marido, terapeuta, tenta tratar a mulher que está em processo de luto severo por causa da perda do filho; a obra mostra o “tratamento” em sua evolução e resultado, e durante o “tratamento” são revelados e combatidos todos os medos citados anteriormente, assim como as causas destes. De fato, o longa-metragem é “horrível”, provoca terror, medo angústia. Ele é denso, tenso, pesado, mas não é um filme “horrível” no uso comum da palavra, é apenas uma obra digna de Lars Von Trier. E certamente não é resumível num parágrafo. (Juliana Lugarinho)
No Bosque
No Bosque conta a história de três jovens (dois homens e uma mulher) que se juntam para explorar a fundo a relação do homem versus natureza, além da busca por relações múltiplas e a descoberta das suas preferências sexuais. No seu percurso, se deparam com duvidas sobre o ser e o existir, levantando uma perspectiva de alienação entre os personagens, que contrastam com o bosque e seus sons, ou a falta deles em alguns momentos da história, construindo assim um mundo paralelo, pautado em delírios e alucinações, onde as regras e os limites ficam em segundo plano frente as suas mais básicas necessidades. (Julyano Abnner)
A Bruxa de Blair
Eu poderia escrever uma infinidade de coisas sobre esse filme, mas vou ser humilde e guardar para uma oportunidade melhor. Demorei mais de 10 anos pra assistir e, definitivamente, acho que o prazo de validade dele venceu. Mas falando em cabana, não há como negar, eles fizeram um bom trabalho no filme. Tudo bem que é uma casa, mas a localização combinada com o estado deplorável se enquadraria facilmente numa cabana. É impossível não sentir um frio percorrer a espinha quando os protagonistas entram naquele muquifo destruído ao som do amigo gritando. Não achei A Bruxa de Blair extraordinário, mas na época que foi lançado, aposto que muita gente sonhou com aquela cabana. (Wendel Wonka)
Doce Vingança
Com duas versões – a original de 1978, e estrelada por Camille Keaton; e o remake de 2010, estrelado por Sarah Butler (foto), Doce Vingança conta a história de Jennifer, uma jovem escritora, que resolveu ir para uma sossegada cabana na mata com o objetivo de escrever seu novo livro. Sua presença logo é notada por um grupo de homens que moram em um pequeno vilarejo próximo e que resolvem lhe “pregar um susto”. Não precisamos de muito do filme para saber o que vai acontecer… a cabana é palco de longas cenas (muito longas na refilmagem) de atos de humilhação, incluindo tortura física e psicológica. O crítico Roger Ebert na época o considerou como “pior filme já feito na história”; outros o consideram como um cult dos filmes trash, tanto que rendeu o remake de 2010, que contribuiu apenas para intensificar as sensações já experimentadas 30 anos antes (não que isso seja bom). (Fabricio Carlos)
Refúgios
Após descobrir que seu câncer de intestino é terminal, a jovem Mae-West O’Mara (Rachel Hurd-Wood) foge do hospital onde estava sendo tratada e passa a perambular de forma errante pela mata que cerca o local – até que um círculo demasiadamente bem demarcado de floresta morta atrai sua atenção para o que se encontra em seu centro: uma cabana. Trata-se da morada de James Furlong (Harry Treadaway), jovem descendente de uma família acometida por uma maldição exótica: todos os homens da linhagem dos Furlong desenvolvem algum tipo de habilidade fantástica após uma experiência traumática na infância – e, diferentemente de seu pai, que anulava o funcionamento de dispositivos elétricos ao redor em momentos de nervosismo, ou de seu avô, que tinha 37 minutos de cegueira toda vez que pensava em sexo, James suga a vida de todos os seres ao redor sempre que sofre algum tipo de ferida.
Há anos sem interagir com outros humanos, o rapaz age com um misto de timidez, receio e curiosidade ao encontrar com Mae-West e acaba se apaixonando, mas tenta lutar contra os sentimentos por temer o mal que pode causar à garota. Diante de uma introdução que não se intimida em jorrar sangue e multiplicar tragédias, é extremamente decepcionante que o irlandês Refúgios se deixe levar pela onda de romances fantásticos açucarados impulsionada por Crepúsculo e abra mão de grande parte da força de sua premissa ao insistir em alçar o poder transformador do amor a um patamar literal, investindo em um romance que parece muito mais uma decisão do roteirista do que o resultado de uma atração genuína entre os personagens. E como nem do sofrimento comum do casal – isto é, a sujeição às danosas heranças genéticas – o roteiro parece capaz de extrair algo de interessante, Refúgios se estabelece como um prato cheio para quem aprecia testemunhar a transformação de uma boa ideia em um exercício de paciência. (Eduardo Monteiro)
A Cabana do Inferno
Sadismo é a palavra que melhor define o ator/roteirista/diretor Eli Roth. Em seu primeiro filme, poucos anos antes de produzir O Albergue, o cara conseguiu fazer sua homenagem aos filmes de terror clássicos dos anos 70 e 80. A Cabana do Inferno têm citações de Uma Noite Alucinante (Sam Raimi) e Massacre da Serra elétrica. Usando de cenas clichês (temos peitos, putaria, drogas e tudo mais) do gênero e abusando na quantidade sangue, o resultado final é bem agradável. Se é que podemos dizer isso de um filme cujo mote principal é a decomposição da pele dos personagens… (Tullio Dias)
Zumbis na Neve
Um grupo de jovens estudantes de medicina resolve passar alguns dias numa cabana e aproveitam o frio congelante do lugar, para encherem a cara, treparem dentro do banheiro, brincarem de twist (o jogo mais estúpido e sensual que já inventaram) e serem aterrorizados por um velho maluco que conta uma estranha e perturbadora história. Segundo o velhote maconheiro, aquelas montanhas serviram de fuga para um grupo de nazistas durante a Segunda Guerra e dizem que os soldados resolveram descansar ali por perto, amaldiçoando as montanhas. Os futuros médicos ignoraram os avisos do sujeito até começarem a ser atacados por um grupo de zumbis feiosos e com uniforme e a suástica nazista.
Imagine que o filme seja o encontro de Todo Mundo Quase Morto com clássicos como Uma Noite Alucinante (que ganha uma clara alusão durante a “batalha final, além do fato dos personagens serem aterrorizados e ficarem presos numa barraca) e Fome Animal. Aqui os zumbis agem como os gananciosos duendes e são bastante possessivos quando se trata de roubar suas propriedades, no caso um baú lotado de moedas e jóias. Se o seu gosto cinematográfico for tosco o suficiente para ver toda a qualidade do mundo em produções onde qualquer outra pessoa diria horrores e impropérios à respeito, bem, Zumbis na Neve pode ser aquele filme que você estava procurando. (Tullio Dias)
O Segredo da Cabana
Cinco amigos (um atleta, uma gostosa burra, uma virgem, um maconheiro, e um aluno dedicado) decidem passar um final de semana na esbórnia completa dentro de uma cabana. Compram bebidas, levam drogas, levam camisinhas, levam música, levam sua libido, enfim, eles são adolescentes e você sabe exatamente o que esperar de personagens tão estereotipados. O passeio vira um pesadelo depois que eles descobrem que libertaram uma estranha força sobrenatural – opa, filme errado -, na verdade, o pau começa a quebrar depois que uma família zumbi passa a arrancar os membros dos cinco heróis. (Tullio Dias)
Tucker e Dale Contra o Mal
Um grupo de jovens universitários decide passar um final de semana num acampamento, tudo regado com muito álcool, sexo e rock’n’roll. Tudo corre bem até que uma das garotas é sequestrada por dois maníacos capazes de fazer com que a bela jovem cave sua própria cova. Ao mesmo tempo na mesma floresta, Tucker e Dale, dois amigos que podem ser taxados de “caipiras”, estão passando uns dias em sua cabana recém comprada e são atacados por um grupo de jovens que desejam, nada mais nada menos, fazer com que eles os vejam cometerem suicídio.
Estes dois acontecimentos fazem com que o filme Tucker e Dale Contra o Mal, seja uma das comédias mais engraçadas que eu vi nos últimos tempos, comprovando que o bem e o mal pode variar de acordo com o olho de quem vê. (Joubert Maia)
Menções Honrosas com mais dicas de filmes:
Sexta-feira 13
Seria um crime deixar de comentar do clássico Sexta-feira 13, de Sean S. Cunningham. Claramente inspirado em Halloween, de John Carpenter, o primeiro filme de uma das franquias mais bem sucedidas do gênero foi lançado em 1980. O que algumas pessoas podem desconhecer é que macabro Jason Voorhees não é o assassino na obra: a mãe de Jason cuida das mortes sangrentas dos adolescentes que estão passando um final de semana no Acampamento Crystal Lake. Imperdível. (Tullio Dias)
Janela Secreta
É um tanto clichê imaginar histórias em que um escritor em crise decide descansar e buscar novas inspirações dentro do aconchego e tranquilidade de uma cabana afastada. Estrelado por Johnny Depp e John Turturro, o suspense Janela Secreta depende quase que exclusivamente desta premissa para se virar. Felizmente, com uma boa atuação do galã favorito de Tim Burton, a obra consegue empolgar com uma boa dose de tensão. Depp interpreta um escritor que é atormentado por um sujeito muito estranho, que insiste ter sido vítima de plágio e quer sua vingança. (Tullio Dias)
Truth or Dare
Sabe aquela brincadeira que você adorava quando era mais jovem? Pois é. Verdade ou consequência sempre foi um daqueles jogos danados para os adolescentes usarem como desculpa para liberarem seus hormônios sem ficar com peso na consciência ou sentir vergonha. Bastava rodar a garrafa, escolher entre falar a verdade ou aceitar a consequência, e sair beijando (ou sei lá o que mais existia na cabeça das pessoas) como parte do jogo. Agora imagine isso acontecendo dentro de uma cabana com um psicopata sanguinário e vingativo.
Truth or Dare, que pode vir a ser traduzido ao pé da letra (ou não, vai saber…) apresenta um grupo de amigos completamente estereotipados (existe a mocinha que é a paixão do nerd bobão, mas que namora com um brucutu, cujo melhor amigo é um traficante, que também é muito próximo de um playboy que namora uma piriguete) que vão numa festa de aniversário de Felix, um “amigo” em comum. O jovem era a vítima favorita de bullying agressivo dos colegas, especialmente após os eventos de uma comemoração meses antes. O problema é que o garoto não está lá. O irmão dele recebe os jovens e logo inicia um perigoso jogo de “Verdade ou Consequência”, enquanto conta que o irmão se matou depois de receber uma carta anônima de um dos “amigos” presentes na festa. Ou seja, não demora muito para eles sacarem que o irmão mais velho está ali apenas para se vingar. Para a alegria do espectador, apenas. (Tullio Dias)
[cinco]