OSCAR 2021: PREVISÕES DE SETEMBRO. DOIS MESES ATRÁS, PUBLIQUEI AS MINHAS PRIMEIRAS PREVISÕES PARA O OSCAR 2021. DE LÁ PRA CÁ, MUITA COISA ROLOU NA INDÚSTRIA. CONFIRA A LISTA ATUALIZADA!
Muita água rolou entre julho e setembro. Tivemos o esperado lançamento de Tenet, além dos festivais de Veneza e Toronto. Tudo isso impactou na corrida para o Oscar 2021. Ou seja, as minhas apostas de julho tiveram que ser atualizadas em setembro.
Últimos lançamentos
Vamos em partes. Começo com Tenet, novo filme de Christopher Nolan. O suspense foi negativamente afetado por duas questões: recepção fria da crítica (73% no Rotten Tomatoes, 69/100 no Metacritic) e fracasso nas bilheterias. A Warner Bros não quis adiar ou lançar o longa em plataformas de streaming, arriscando uma distribuição em salas de cinema ao redor do mundo, no meio de uma pandemia. Até agora, Tenet soma cerca de $ 280 milhões, sendo $ 40 milhões nos EUA. Precisa de $ 400 milhões para não dar prejuízo. Talvez o filme consiga uma indicação técnica, mas é só. Mesmo se relançado, caso as salas sejam reabertas em sua totalidade ou quase isso, acho difícil a produção mudar alguma coisa em relação ao seu destino na temporada de premiações.
O resultado financeiro de Mulan ainda não foi divulgado oficialmente pela Disney. Só se sabe a arrecadação nas bilheterias, que tem sido medíocre. Na China, onde se esperava um grande sucesso, a adaptação live-action só faturou cerca de $ 36 milhões após duas semanas em cartaz. Em outros mercados, estes com restrições de salas, a produção não se destacou. A esperança está na Disney+, onde os números não são conhecidos. Rumores apontam que o estúdio já soma mais de $ 200 milhões de receita com o lançamento na plataforma de streaming. Enfim, saberemos em breve.
Soul seguirá o mesmo caminho de Mulan? Este mês, circulou na imprensa a informação de que a Disney considera um lançamento na sua plataforma, mas isso foi negado. Por enquanto, lançamento em novembro para a animação. Lembrando que a produção seria exibida em Cannes, em maio. Agora, será vista pela primeira vez no Festival de Roma, em 15 de outubro.
Festival de Veneza
O evento italiano teve várias mulheres em destaque. Primeiramente, Chloé Zhao, diretora de Nomadland. O drama já estava nas previsões de julho, mas era preciso confirmar o seu favoritismo. Será que 98% de aprovação no RT e no MC servem? Além da recepção positiva unânime, a produção venceu o Leão de Ouro, maior prêmio do Festival de Veneza. Coringa, Roma, A Forma da Água e Brokeback Mountain são exemplos de vencedores passados. Quem distribui Nomadland nos EUA – estreia em dezembro – é a competente Searchlight Pictures, também responsável pela distribuição de The French Dispatch (sem data de lançamento prevista). Espere ver o nome do filme em diversas categorias do Oscar, tais como filme, atriz (Frances McDormand), roteiro original e direção.
Outro nome que marcou a edição 77 do festival é Vanessa Kirby. A britânica estrelou dois longas aclamados por lá: Pieces of a Woman e The World to Come. No entanto, o primeiro que tem mais chances de lhe levar à cerimônia da Academia em abril. A atriz ganhou o prêmio de atuação – Volpi Cup – por sua performance, e a Netflix adquiriu os direitos de distribuição. A questão que fica é: o streaming tem outros projetos Oscar bait para serem lançados. E todos têm artistas que podem entrar na corrida pela estatueta de melhor atriz. São eles: Ma Rainey’s Black Bottom (Viola Davis) e Hillbilly Elegy (Amy Adams). E aí?
Por fim, Regina King. A atriz fez sua estreia na direção em One Night In Miami, baseado em uma peça de teatro de mesmo nome. O longa foi bastante elogiado pela crítica, e deve ser lançado em breve pela Amazon Studios. Lembrando que a distribuidora ainda tem I’m Your Woman pela frente, que abre o AFI Fest em novembro. Sound Of Metal, lançado no circuito de festivais do ano passado, também está no calendário.
Festival de Toronto
O festival canadense consagrou Nomadland com o People’s Choice Award. O prêmio é um excelente antecessor do Oscar, já sendo entregue a longas como 12 Anos de Escravidão (2013), O Quarto de Jack (2015), La La Land (2016), Três Anúncios para um Crime (2017) e Jojo Rabbit (2019). One Night In Miami ficou em segundo lugar.
Ammonite, que deveria ter estreado em Cannes, fez sua aguardada exibição em Toronto. Apesar de não ter sido uma recepção positiva unânime, tem notas decentes: 78% no RT e 77/100 no MC. Caso a Lionsgate faça uma campanha bem feita, as chances de Kate Winslet e Saoirse Ronan serem indicadas são grandes. A estreia nos cinemas está prevista para novembro.
Halle Berry marcou presença no TIFF com Bruised, dirigido e estrelado pela vencedora do Oscar. A Netflix vai distribui-lo, mas ele ainda não tem críticas disponíveis porque a produção não está pronta. Creio que fique para 2021 apenas, ou seja, Oscar de 2022.
O que falta
Ainda temos pela frente os festivais de Nova York, Londres e o AFI Fest. O último revelará a sua lineup em outubro, então, precisamos aguardar. Já o evento inglês tem na sua lista Ammonite, Nomadland e Kajillionaire, este aclamado no Festival de Sundance, em janeiro. A Focus Features o distribui nos EUA. É importante lembrar que Never Rarely Sometimes Always, forte candidato ao Oscar, foi lançado no início do ano pelo mesmo estúdio. Ou seja, a Focus Features pode ter dois títulos na temporada de premiações. Stillwater, com Matt Damon, e Promissing Young Woman, com Carey Mulligan, estão sem previsão de estreia por causa da pandemia. Porém, se forem lançados, são outros nomes promissores.
A A24 tem, no momento, dois títulos que podem ser destaque nos próximos meses. O primeiro deles é On the Rocks, de Sofia Coppola, estrelado por Bill Murray. Ele abriu o Festival de NY em 22 de setembro, onde teve uma recepção positiva da crítica (82% no RT e 74/100 no MC). A produção chega aos cinemas estadunidenses e na Apple TV+ em outubro. Minari, premiado em Sundance, encontra-se sem data de estreia.
Outro longa que terá muitos holofotes em NY é French Exit, protagonizado por Michelle Pfeiffer. Ele fará a sua estreia mundial no evento, antes da Sony Pictures Classics lançá-lo em fevereiro nos EUA. O mesmo estúdio também é responsável por The Father, que pode dar novas indicações ao Oscar a Anthony Hopkins e Olivia Colman. Este filme, por sua vez, chega em dezembro à Terra do Tio Sam. Dependendo da recepção de French Exit, a Sony Pictures Classics pode fazer campanha de melhor atriz para Pfeiffer, e melhor atriz coadjuvante para Colman.
The Trial of the Chicago 7, lançamento da Netflix em outubro, não passou por festivais. Porém, já foi exibido à imprensa e foi muito bem recebido: 92% no RT e 74/100 no MC.
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