Muitos diretores já ganharam o Oscar na história. Vários mereciam, outros nem tanto. Nós resolvemos fazer uma lista com alguns (não todos) dos nossos diretores favoritos que já foram premiados pela Academia.
Robert Wise
Robert Wise já tinha 20 anos de carreira e uma invejável indicação ao Oscar pela montagem de Cidadão Kane quando dirigiu Amor, Sublime Amor, musical inspirado na peça da Broadway (por sua vez inspirada em Romeu e Julieta) e com uma bela de uma cena de abertura. O filme custou muito dinheiro e tempo, mas o esforço valeu a pena, com 10 estatuetas douradas levadas para casa, duas para Wise: Melhor Filme e Direção, esta última dividida com Jerome Robbins (a outra única vez que isso ocorreu foi com Joel e Ethan Coen por Onde os Fracos Não Têm Vez). Mas ele teve sua chance de ganhar sua estatueta de direção sozinho quatro anos depois, com A Noviça Rebelde. O filme da família Von Trapp levou menos Oscars, “apenas” cinco (incluindo diretor e filme novamente), mas se tornou mais inesquecível para muitas listas cinéfilas. – Larissa Padron
Billy Wilder
Billy Wilder tinha nada menos do que seis estatuetas douradas em sua casa, todas merecidas (e por que não ganhou mais?). Mas apenas duas delas foram por Direção. A primeira indicação veio pelo grande Pacto de Sangue, em 1944, mas acabou perdendo para Leo McCarey. A sua segunda no ano seguinte teve mais sorte. Wilder ganhou o Oscar de Melhor Direção e Roteiro por Farrapo Humano, por sua agoniante e sutil maneira de narrar a história de um alcoólatra que tenta passar um fim de semana sem beber. O longa ainda levou Melhor Filme e Melhor Ator para Ray Milland.
Cinco anos depois veio o Oscar de Roteiro para Crepúsculo dos Deuses, e em 1961 ele limpou a Academia com Se Meu Apartamento Falasse. Na ocasião, além do prêmio de Direção e Roteiro, Wilder levou o de Melhor Filme (já que naquela altura também já produzia).
Por fim, em 1988, seu querido Jack Lemmon lhe entregou o prêmio honorário Irving G. Thalberg, geralmente concedido a produtores de sucesso. Seu discurso na ocasião foi emocionante. – Larissa Padron
Roman Polanski
Até o início desse século, o talentoso Roman Polanski tinha nada menos do que 50 anos de carreira e apenas três indicações ao Oscar: pelo roteiro de O Bebê de Rosemary (que só teve esta indicação e de atriz coadjuvante para Ruth Gordon, que levou o prêmio); pela Direção de Chinatown (que deu apenas o prêmio de Roteiro a Robert Towne); e pela Direção de Tess (que levou Fotografia, Direção de Arte e Figurino). É muita injustiça para uma frase só, não?
Talvez a Academia queria ser a boa mocinha e não dar um prêmio para um fugitivo da justiça americana pelo crime de estupro. Ou talvez ela só seja muito burra mesmo.
Mas justiça for parcialmente feita em 2003, quando aos 69 anos Polanski recebeu seu prêmio por O Pianista, possivelmente seu melhor e mais doloroso filme. O “parcialmente” foi porque naquele ano quem levou o prêmio de Melhor Filme foi Chicago, e mesmo sendo fã de musicais: não, isso não é certo. – Larissa Padron
Woody Allen
Não é tão verdade que a Academia não gosta de gente polêmica, afinal, um de seus queridinhos é Woody Allen. Seus números são impressionantes: 24 indicações, todas por Direção, Roteiro ou Ator principal. Allen é não somente o recordista de indicações nessas três categorias juntas como também sai disparado na frente de nomeações por Roteiro Original. São 16.
Com isso a Academia demonstra que mesmo sendo um grande diretor, Allen é um roteirista muito mais genial. Destas 16 indicações ele venceu três: Meia-Noite em Paris, Hannah e Suas Irmãs e Annie Hall. E foi por este último que ele está nesta lista específica. Com sete indicações, esse foi o único prêmio de Allen por Direção. Merecido. O longa de 1977 (que também ganhou Melhor Filme e Atriz para Diane Keaton) é considerado por muitos o seu melhor por quebrar muitos paradigmas das comédias românticas convencionais.
Outro fato interessante entre Allen e a Academia é que ele conseguiu nada menos do que 17 indicações para seus atores, cinco deles vitoriosos (Diane Wiest duas vezes, inclusive). Mesmo sendo figura carimbada na lista de indicados em todos os anos, o diretor apenas pisou no palco da cerimônia uma vez: em 2002, pedindo para que as pessoas não parassem de fazer filmes em NY após os atentados de 11/9. – Larissa Padron
Ang Lee
Ang Lee já conseguiu um grande feito em 2001: ser um diretor oriental com um longa indicado a nove Oscars, incluindo Melhor Direção e Filme. O Tigre e o Dragão não venceu as principais categorias, mas levou quatro prêmio: Direção de Arte, Trilha Sonora, Fotografia e Melhor Filme em Língua Estrangeira.
Pouco depois de fazer um Hulk muito criticado, Lee, em toda sua sensibilidade, dirigiu uma das histórias de amor mais bonitas já levada às telas. O Segredo de Brokeback Mountain chocou o país por sua “fortes” cenas homossexuais e conseguiu o prêmio de Direção, mas não o de Melhor Filme, causando uma polêmica mais desagradável do que o desejado ao entregar a estatueta para Crash – No Limite.
E parece que ganhar Melhor Direção e não Melhor Filme virou praxe para Lee. No ano passado ele conseguiu quatro estatuetas para o igualmente sensível As Aventuras de Pi (incluindo a sua), mas não de Melhor Filme, que foi para Argo. Lee é até hoje o único diretor não americano ou europeu a vencer na categoria e tem o recorde da foto mais legal do Oscar. – Larissa Padron
Martin Scorsese
Scorsese deveria ter ganho o Oscar dele antes. Muito antes. Mas ele veio e veio merecido. O sobrancelhudo ganhou por Os Infiltrados, um dos grandes filmes de sua magnífica carreira. Acho que quando Coppola, Spielberg e George Lucas subiram ao palco para entregar o prêmio, todos sabiam o que viria, afinal, os três são amigos do Scorsese e são da mesma geração de cineastas. O discurso dele é muito bacana: Scorsese comenta que muitas pessoas falam que ele já deveria ter ganho o prêmio, além de ser muito fofinho quando ele fala para a filha fazer barulho no hotel. Eu já disse antes e vou repetir: Scorsese é meu cineasta favorito e é um dos maiores gênios que o Cinema já conheceu. A Academia tem muitas injustiças em sua história, ao menos o Scorsese ganhou o merecido prêmio, mesmo que atrasado. – João Golin
Francis Ford Coppola
Francis Ford Coppola é um dos grandes gênios do Cinema. O cara fez o que muitos consideram o melhor filmes de todos os tempos e o também o que muitos consideram o melhor filme de guerra da história. Ainda por cima foi o diretor da primeira continuação a ganhar melhor filme (a segunda foi O Retorno do Rei). Foi justamente com essa sequência (O Poderoso Chefão: Parte II) que Coppola foi premiado como diretor. Um prêmio mais do que merecido. – João Golin
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