– Ao Pé da Árvore (At the foot of a tree) de Ricky Shane Reid, lembra muito os filmes à la Gus Van Sant, tipo Elephant ou Paranoid Park. O protagonista pelo menos guarda muitas semelhanças. Ao ver seu pai chegar mais uma fez bêbado e espancado pelos primos, ele decide se vingar. Tomado pela raiva acaba agindo de forma completamente irracional. É tarde demais. Mais do que um filme sobre conflitos de um adolescente tipicamente americano, é interessante o vai-e-vem no tempo, o que ressignifica a cena, na medida que a história se revela, se mostra de fato. Mesmo sabendo da sinopse inicial, a confusão toma conta do filme até que as coisas se organizam e a cena central, que trata do tal ato irracional (forte e assustadora) aparece. E tudo termina, como não poderia deixar de ser, ao pé da árvore… Um belo filme, com bonitas cenas (ponto para a fotografia) e bela trilha sonora.
– Já em Nanayo (Nanayomachi), outro filme que consta na restrospectiva de Naomi Kawase, desta vez assistimos a uma ficção, história de uma mulher japonesa que viaja para a Tailândia, se instala num mosteiro, e enquanto aprende técnicas de massagem, percebe os limites da comunicabilidade humana. Os idiomas não se encontram, e a linguagem é secundária quando o que se usa pra se comunicar acaba sendo o corpo e suas expressões. Por isso talvez a massagem: momento de contato e entrega máxima ao outro. Sobre o filme, nada de surpreendente. A lentidão chega a incomodar um pouco. A série “autobiográfica” de Kawase é MUITO mais interessante… Esse é dispensável.