Biblioteca Pascal @festivaldorio

Um belo filme sobre uma triste história.

Essa foi a forma como defini rapidamente esse filme ao sair da sala 2 do Espaço de Cinema no dia 27/08 no Festival do Rio. Não foi o primeiro filme que vi nesse festival mas foi o primeiro que me fez sair pensando em uma crítica.

Antes de tudo, nunca tinha visto um filme romeno (ou hungaro), ou se vi, não me lembro. De qualquer forma a minha ignorância sobre o cinema do leste europeu, foi logo inundada pelas belíssimas imagens do Biblioteca Pascal, suas cores e sons…
E pelo excelente, porém iverossímil enredo.
E me conquistou! =)

Basicamente: Mona (a exótica Orsolya Török-Illyés) é uma mãe em busca da guarda de sua filha. A cena inicial é na sala de um assistente social, que busca levar sau causa a justiça para recuperação da filha, após o retorno de Mona da Inglaterra, onde trabalhava.
Adivinha o que Mona fazia na Inglaterra?

Sim, a história é sobre tráfico de pessoas, escravas sexuais.

*Momento informação MODE ON*
De acordo com a ONU, mais da metade das escravas sexuais traficadas para a Europa Ocidental, vem do Leste Europeu. E as cifras são milionárias, os traficantes lucram em torno de 3 milhões de doláres por ano com o tráfico.
*Momento Informação MODE OFF*

O filme não começa diretamente assim. Inicialmente, Mona tem uma vida com um grupo de músicos (Parecidos com o Gogol Bordello diga-se de passagem) e após uma briga com seu namorado, foge, e acaba por encontrar um ladrão mequetrefe, porem com um dom especial, de quem engravida e pelas desgraças da vida acaba indo parar num fantasioso bordel de Liverpool. O tal Biblioteca Pascal do título.

Sobre os cenários, não sei nem como dizer, tudo no filme é muito bonito. Muito detalhado e bem-feito. O Bordel, onde cada prostituta encena um personagem (de Desdemona até Joana D´Arc, passando por Doryan Gray) é de uma estética deveras interessante, vale dar uma olhada no filme para conferir o cenário.

Por fim, o filme pareceu a meu ver, uma bela história sobre como vivemos nossas ilusões, e fantasiamos nossa realidade, para sobrevivermos, para esquecermos da dureza da vida. O final, nos deixa a pensar:
O que é realidade e o que é aquilo que sonhamos?

Dados Técnicos:
Nome: Biblioteca Pascal (Bibliothèque Pascal, Hungria, 2010)

Direção: Szabolcs Hajdu

Atores:
Orsolya Török-Illyés
Andi Vasluianu
Shamgar Amram
Razvan Vasilescu
Oana Pellea