Já estou acumulando The Walking Dead, Scream Queens e Fargo nessa brincadeira de escrever de séries para o Cinema de Buteco. Quando meus amigos chegam dizendo: “quero ler texto de X ou Y”, “VOCÊ deveria escrever de tal série”, fico agoniado porque abrir espaço para a televisão não significa ignorar as críticas e listas de filmes. Não é a toa que o Jairo Borges retornou com essa função de ser o editor da parte de séries no site. Mas o nosso ex-colaborador Fabricio Carlos comentou sobre a série inspirada em Uma Noite Alucinante. E porra. Como resistir?
Ash vs. Evil Dead é tudo que os fãs de gore e trash desejavam que Sam Raimi fizesse nos últimos 20, 30 anos. Aliás, o cineasta responsável por colocar Bruce Campbell na pele de Ash na trilogia Evil Dead assina o primeiro episódio – e só por esse motivo, já vale parar um tempinho e assistir. Existe humor sem noção, sangue e miolos voando por todos os lados, capetas possuindo velhinhas taradas, e tudo mais que a mente pervertida de Raimi permitir. Tudo isso está no primeiro episódio da série.
Ash vive como um deficiente físico canastrão que usa sua condição para comer solteironas solitárias em bares da cidade. Logo na abertura da série, ele usa uma cantada cheia de pompa que convence a mulher (ela provavelmente deu pontos pela cara de pau) a ir para o banheiro dar uma rapidinha. A cena do coito é hilária. Ela está entediada e ele fazendo caras e bocas, como se fosse O cara.
Ou seja, só por usar deficiência física para conseguir sexo, os telespectadores mais conservadores certamente ficarão com vontade de passar longe desse tipo de senso de humor bizarro (e hilário). Ash vs Evil Dead não economiza na sacanagem, violência e drogas. Inclusive, os demônios só voltaram a perseguir Ash por causa de uma noitada em que, chapado de beck, o nosso herói pegou o velho livro dos mortos e começou a recitar trechos. Seria uma espécie de aviso: “Hey, crianças! As drogas podem matar!“? Literal,né?
Ainda não procurei saber se a série poderá fazer link direto com o quarto filme da série lançado há alguns anos (não é remake, jovem. Nem adianta brigar!), mas isso causaria um verdadeiro choque entre as duas histórias. O longa-metragem é mais pesado e sério, com o humor sendo usado apenas para aliviar, enquanto a série (e o próprio Ash) usa o humor como elemento fundamental para a narrativa.
Estou apaixonado.