stephen king processou os produtores

O dia que Stephen King processou os produtores de um filme

Ah, o mestre do terror Stephen King, aquele cara que escreveu mais histórias do que você poderia ler em uma vida inteira, e com certeza deu pesadelos a metade do planeta. Ele é tipo o chefão do gênero horror, só que em vez de facas e armas, ele usa palavras afiadas para cortar o sono de suas vítimas.

Mas vejam só, King também tem seu lado cinematográfico.

Muitos de seus contos e romances foram parar nas telonas, rendendo desde clássicos inesquecíveis até fracassos constrangedores. É como jogar uma moeda: às vezes você pega um “O Iluminado“, outras vezes, bem, você pega um “Firestarter“, de 2022, que é uma bosta.

E aí, temos aquela turma que o próprio King olhou e disse: “Que diabos fizeram com meu trabalho?” O caso mais famoso é “O Iluminado“, que virou um filme nas mãos de Stanley Kubrick. King, o pai da obra, soltou a seguinte pérola: “Isso é o que está errado com [Kubrick] e ‘O Iluminado‘, basicamente… o filme não tem coração; não há centro na imagem. Eu escrevi o livro como uma tragédia, e se fosse uma tragédia, era porque todas as pessoas se amavam. Aqui, parece que não há tragédia porque não há nada a perder.” Ouch.

Mas calma, ainda tem mais.

King não só criticou algumas adaptações, ele foi lá e processou uma produção inteira. Isso aconteceu em 1992, quando Brett Leonard lançou “O Passageiro do Futuro“, supostamente baseado no conto de King com o mesmo nome. Só que aí vem o pulo do gato: a adaptação distorceu tanto a história original que King viu vermelho e foi atrás dos advogados.

Na versão de King, temos um cara chamado Harold Parkette, que simplesmente contrata uma empresa para cortar sua grama e o que acontece? Bem, o cortador de grama começa a agir como um maluco, perseguindo o jardineiro enquanto ele se esbalda na grama, todo pelado e de quatro. O funcionário da empresa ainda ameaça Harold de que vai sacrificá-lo se ele não curtir essa nova forma de jardinagem. Um final feliz, claro.

O Passageiro do Futuro” é uma verdadeira pérola, mas só no sentido de que é tão brilhante quanto uma lata enferrujada. A história é completamente diferente, e só tem uns poucos pedacinhos que lembram o conto de King. No filme, temos Jeff Fahey interpretando um jardineiro com deficiência mental que ganha superpoderes por meio de experimentação científica realizada por Pierce Brosnan, o cientista. Ou seja, nada a ver com a história original.

King ficou tão irritado que não queria seu nome ligado a essa bagunça. Inicialmente, o filme seria chamado de “Stephen King’s The Lawnmower Man“, mas King conseguiu mudar o nome. Nos tribunais, ele argumentou que o filme “não tinha qualquer semelhança significativa” com sua história. E o resultado? King ganhou uma bolada de $2,5 milhões e ainda mais quando descobriu que a New Line Cinema não tinha removido seu nome das cópias em VHS. Aí sim, King deu a última gargalhada.

E assim, mais uma adaptação de King acabou sendo uma aula de como não fazer um filme. Mas, ei, é isso que torna o mundo do cinema tão interessante, não é mesmo? Um dia você está escrevendo uma história de terror, no outro você está processando alguém por estragar sua história. A vida é cheia de surpresas.