Blockbusters e histórias familiares são destaques no mês: confira nossa lista dos melhores lançamentos de outubro nos cinemas!
5- Bom Comportamento (Benny Safdie, Josh Safdie)
Aclamado em Cannes no mês de maio, o drama dos irmãos Safdie teve uma distribuição tímida mundialmente, ainda mais porque os diretores são pouco conhecidos pelos espectadores em geral. Porém, não podemos deixar o novo filme deles de fora da lista. Com uma história emocionante e, talvez, uma das melhores atuações da carreira de Robert Pattinson, Bom Comportamento ocupa nosso 5º lugar.
“Quem ainda vê Pattinson como o vampiro da novela Crepúsculo precisa rever seus conceitos urgentemente. O ator já mostrou ter amadurecido, o que é visível inclusive em suas escolhas. Com um currículo com Life (2015) e The Rover (2014), ele não precisa provar nada para ninguém”.
“Durante a sessão de Bom Comportamento, algo que não pode ser ignorado é a trilha sonora. Bem adequada, ela casa bem com o tom do filme: a urgência e a crueza das ruas e os cortes rápidos. Não à toa, Daniel Lopatin foi sagrado Melhor Compositor em Cannes, onde o filme foi também indicado à Palma de Ouro. Os irmãos Safdie conseguiram fazer uma espécie de Depois de Horas (After Hours, 1985) do crime. Nada mais justificado que agradecer ao mestre Martin Scorsese nos créditos. E ele ainda produzirá o próximo trabalho da dupla” (O Pipoqueiro)
4- 1922 (Zak Hilditch)
Com It: A Coisa ainda em alta, a Netflix lançou agora uma outra adaptação de Stephen King. E ela acertou mais uma vez, trazendo um terror impactante e um protagonista arrepiante. Fãs do gênero, assistam!
“Com a nova produção original Netflix, Stephen King vê sua quinta obra sendo adaptada esse ano. E, felizmente, com um ótimo resultado. 1922 (2017) já está disponível e vai assombrar os pesadelos de muita gente, com seus inúmeros ratos surgindo não se sabe de onde. O resultado só perde para It – A Coisa (2017), mas são caminhos bem distintos: esse segue pelo terror psicológico, pelos fantasmas que só um homem culpado vê” (O Pipoqueiro)
“Muito mais um terror cerebral e psicológico, esta narrativa discute o peso da culpa e os meios como esta corrói a alma de seu problemático protagonista, tal como fazem os ratos que parecem atormentá-lo com toques de sadismo” (Cinema com Crítica)
3- Thor: Ragnarok (Taika Waititi)
Levamos quatro anos pra ver Ragnarok, mas valeu a pena. Sem dúvidas. Isto porque vemos aqui uma adaptação mais colorida, engraçada e com personagens carismáticos no roteiro, sejam eles do bem ou do mal. Tem tudo e vai ultrapassar as bilheterias de O Mundo Sombrio, com todos os méritos.
“O mais interessante do filme de Taiki Waititi é o quanto ele se destoa dos anteriores e ganha a cara da Marvel. Da primeira à última cena, o longa é recheado de momentos hilários, até mesmo com Anthony Hopkins! Essa característica marcante, aliada às cenas de ação eletrizantes, permite compararmos o resultado aquele que vimos no início do ano, em Guardiões da Galáxia Vol. 2” (Cinema de Buteco)
“Apesar de bem divertido, o que pode parecer estranho para alguns seguidores dos heróis Marvel, não foge do estilo. Tem muita ação, porrada, explosões, batalhas campais, raios de sobra – o Deus dos Trovões gasta bem suas energias -, uma vilã convincente e cruel que luta demais e não tem dó de matar quem se opõe às suas ordens, e um Hulk que continua bruto e destruidor, mas muito mais simpático graças aos excelentes recursos de computação gráfica” (Cinema no Escurinho)
“Thor: Ragnarok é, de longe, o melhor filme solo do personagem. Apesar do excesso de piadas, vezes mal colocadas ou forçadas, e algumas cenas plasticamente exageradas, o filme tem um nível de ação superior ao de seus antecessores. Um dos maiores pontos positivos do roteiro foi beber da fonte do período em que o roteirista e desenhista Walt Simonson esteve à frente do título do personagem na Marvel” (O Pipoqueiro)
“Thor: Ragnarok leva personagens a novos caminhos, algo que já sabemos aponta para a Guerra Infinita, e mesmo dentro do seu universo cheio de cores termina com uma sensação agridoce na boca e faz uma ligação com um tema muito importante da nossa atualidade que por estar coberto por uma manta de ficção científica/magia baseada em quadrinhos pode demorar a ser percebido (uma dica: pense no que os asgardianos se tornam na conclusão da história)” (Um Tigre no Cinema)
2- Entre Irmãs (Breno Silveira)
Com grandes atuações de Marjorie Estiano e Nanda Costa, o drama brasileiro conquista pelo roteiro e como ele nos faz refletir sobre o mundo em que vivemos. Mesmo sendo ambientado no século passado, o filme coloca em discussão temas que estão em voga atualmente, entre eles o feminismo.
“Breno Silveira tem um carinho pelas histórias que florescem no interior do nordeste brasileiro (vide Dois Filhos de Francisco e Gonzaga), e este drama de época acentua suas qualidades em capturar o que há de mais bonito no deserto sertanejo através de uma história sobre o empoderamento de duas mulheres em uma sociedade que esperava delas apenas que decorassem a serventia dos talheres e taças sobre a mesa e que servissem a seus mestres” (Cinema com Crítica)
“Entre Irmãs é um belo filme, merece ser visto, apreciado e discutido. Breno Silveira acertou em quase todos os detalhes, errou apenas na duração, o que não compromete a qualidade desta produção nacional. Apesar de ser ambientado no século passado, é bem atual e contra com excelentes interpretações, principalmente de Marjorie Estiano e Nanda Costa, as irmãs costureiras, marcadas pela pobreza do sertão, que ganham o mundo e precisam impor suas personalidades, uma como dama da hipócrita sociedade da capital, e a outra como a mulher que não se dobra ao machismo do cangaço (Cinema no Escurinho)
“A sessão de Entre Irmãs é longa, com suas duas horas e quarenta minutos. Mas não chega a cansar. Silveira costura bem belas imagens, tanto no campo quanto na cidade, uma trilha sonora discreta e um bom elenco – além dos citados, vemos em cena Letícia Colin (do novo Saltimbancos Trapalhões, 2017), Fábio Lago (de Operações Especiais, 2015), Rômulo Estrela (de Depois de Tudo, 2015) e Ângelo Antônio, o tal Francisco que tinha dois filhos. É sempre bom ver uma obra feita com capricho que dá os holofotes a mulheres tridimensionais. Ainda mais quando, até hoje, o corretor do Word não reconhece a palavra “empoderada”. (O Pipoqueiro)
“Em um ano com grandes lançamentos nacionais, com diversos temas e passados em diferentes épocas, Entre Irmãs chega como mais um bom exemplo do que o cinema nacional pode proporcionar ao cenário atual” (Cinema de Buteco)
1- Blade Runner 2019 (Denis Villeneuve)
O retorno financeiro praticamente não existiu para o filme. Apesar das excelentes críticas, a continuação do clássico de 1982 arrecadou somente $ 242 milhões até o momento, após um orçamento de $ 150 milhões. Como estamos aqui para avaliar a qualidade e não o sucesso comercial, demos a medalha de ouro para Blade Runner 2019. Denis Villeneuve dirige uma ficção encantadora visualmente e sonoramente, com um elenco que faz jus ao nome que tem.
“Assim como em “O Caçador de Androides”, a história discute principalmente sentimentos, identidade e relação. A forma como é abordada a questão do trabalho escravo dos replicantes, não importando a idade, faz a gente refletir sobre uma realidade que vemos acontecer hoje em alguns países. Mais um motivo para humanos e replicantes conviverem se odiando” (Cinema no Escurinho)
“Além das discussões filosóficas, Blade Runner 2049 traz ótimos resultados técnicos. A fotografia, que respeita o filme original, leva o conceito mais longe e nos deixa com uma grande dúvida: como o excepcional Roger Deakins, com surpreendentes 13 indicações ao Oscar, nunca levou a estatueta? Talvez seja agora” (O Pipoqueiro)
“São quase 3 horas que se passam sem cansar o público. Nós simplesmente embarcamos numa jornada misteriosa em busca da verdade e em momento algum queremos imaginar que existe um destino, um lugar para se chegar e concluir a história” (Cinema de Buteco)
“É um exagero dizer que esse é um filme necessário (pois poucas continuações são), mas com certeza é o tipo de ficção científica que precisamos para refletirmos sobre a nossa própria existência e o que faz nos ser o que somos” (Um Tigre no Cinema)
“Blade Runner 2049 é um deleite para debater a quem serve a escravidão literal a que estão impostos os Replicantes (mas poderiam ser imigrantes ou outra classe social marginalizada), a desumanidade a que estão submetidas e o próprio conteúdo de alma, benefício conferido apenas aos humanos concebidos, não aos replicantes construído” (Cinema com Crítica)