Zona Verde

Repetindo a parceria da trilogia Bourne, o ator Matt Damon e o diretor Paul Greengrass contam agora a história de um soldado norte-americano na guerra do Iraque. O resultado é um excelente filme de ação, recheado de momentos angustiantes e reviravoltas. Algo bem parecido com o que o público assistiu em cada um dos filmes do espião Jason Bourne.

Zona Verde é baseado em um livro chamado Imperial Life in the Emerald City: Inside Iraq`s Green Zone e aborda um tema polêmico. Afinal, até que ponto os governos filtram a verdade? Quando os interesses políticos são mais fortes que os sociais e morais, nada mais importa. É preciso inventar missões, armas nucleares ou qualquer outra coisa que desvie o foco da realidade que o governo tenta esconder. Recentemente os Estados Unidos varreram metade do Iraque e Afeganistão com a desculpa de livrar a população de um regime cruel de ditadura. Porém, nenhuma arma nuclear foi encontrada, e foi reforçada a ideia de que a invasão aconteceu apenas por conta dos dutos de petróleo, ou seja, por conta do dinheiro.

Apesar de possuir todo um leque político em mãos, o diretor Paul Greengrass preferiu investir na ação. A sequência na abertura do filme chega a nos deixar um pouco tontos e remete ao excelente Guerra ao Terror (grande vencedor do Oscar 2010). A camera não é fixa e dá a impressão de que estamos assistindo ao filme através dos olhos de um personagem escondido. O foco se perde, ela treme e tudo isso contribui demais para a sensação de ansiedade em não ter ideia do que esperar.

Zona Verde poderia ser bem mais que apenas uma versão de Jason Bourne na guerra. Não que o resultado final não tenha sido agradável, mas seria bem mais interessante se os tiros fossem proporcionais às discussões internas e aos diálogos mais agressivos. A pancadaria deveria ser abandonada pelo bem de uma história diferente.