O que Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme tem de diferente da primeira parte? Além do período em que se passa a história (a crise econômica do ano passado), assistimos também o retorno de Gordon Gekko (Michael Douglas) aos holofotes e a sua tentativa de reconciliação com a filha. Depois de passar quase 10 anos trancafiado numa prisão, Gekko perdeu sua fortuna, o respeito e acima de tudo, o reconhecimento. A grande questão que fica para o espectador acompanhar durante a trama, é saber se ele também perdeu a sua ganância (depois de sair da prisão, ele escreveu um livro intitulado “A Ganância é boa?”).
Outra diferença marcante é relacionada aos valores morais e éticos do protagonista. Bud Fox (Charlie Sheen) era um ambicioso corretor da bolsa que queria ganhar dinheiro, muito dinheiro. E se para isso, ele tivesse que burlar algumas leis, a máxima de Maquiavel prevaleceria. Só depois de perceber que estava sendo manipulado por Gekko, Fox começa a recuperar sua consciência e tenta consertar as coisas. Já Jacob Moore (Shia LaBeouf) é um sonhador que depois de aprender muito com seu chefe (em uma participação brilhante de Frank Langella), não se deixa levar pela sedução da indústria econômica e suas negociações na base dos interesses pessoais.
O melhor do filme, sem dúvida, é o embate psicológico entre os dois “tubarões” da Bolsa: o poderoso Bretton James (Josh Brolin) e Gordon Gekko. Tanto Michael Douglas quanto Josh Brolin arrasam em suas atuações, com suas características fortes e diálogos irônicos e calculistas. Curioso dizer que Javier Bardem era cotado para o papel de Bretton James, mas acabou declinando para gravar sua participação na adaptação do best-seller Comer, Rezar e Amar com a atriz Julia Roberts.
Vale dizer que essa foi a primeira vez que Oliver Stone optou por fazer uma sequência de algum de seus filmes. E se não conseguiu fazer algo melhor que o original, pelo menos não fez feio e estragou a lembrança do clássico cult dos anos 80. Recomendo.