Oliver Stone sempre foi um diretor politizado. Responsável por grande parte das biografias presidenciais dos principais governantes dos Estados Unidos e também por filmes densos e pesados como o The Doors e Assassinos Por Natureza, Stone também flertou com a bolsa de Wall Street no final da década de 80. O longa-metragem homônimo rendeu um Oscar de melhor ator para Michael Douglas foi um sucesso de crítica.
Wall Street é um filme sobre a ganância do homem. Nós sempre queremos mais. Nunca temos o suficiente para nos satisfazer. Principalmente quando se trata de consumo ou do hedonismo. Gordon Gekko (Michael Douglas) é o reflexo desse homem que prioriza o lucro acima de qualquer moral ou valor. Se o diabo não tivesse o rosto de Al Pacino e fosse encarnado como um poderoso empresário do ramo da advocacia (conforme visto em Advogado do Diabo), ele encontraria em Gekko um excelente aprendiz. Afinal, a vaidade é o pecado favorito do coisa ruim e Gekko esbanja vaidade e orgulho o tempo inteiro. Não por acaso, o ator levou o cobiçado prêmio de melhor ator da academia.
Na história o personagem de Charlie Sheen (na época um ator bonitão e promissor) é Bud Fox, um novato ambicioso que não vê a hora de subir na carreira de investidor. Depois de conhecer Gordon Gekko, a sua vida muda e ele passa a desfrutrar da felicidade que só mesmo o dinheiro pode oferecer. Porém no meio do caminho ele descobre que Gekko não é confiável e que a ganância pode não ser tão boa quanto parece.
Cru e objetivo, Wall Street tem como trilha sonora a faixa “Fly Me to the Moon” do cantor Frank Sinatra. A canção embala a abertura do filme e encaixa perfeitamente no ego e desejos de Bud Fox e nas atitudes frias e manipuladoras do ganancioso Gordon Gekko. A indústria financeira ganhou (mais) fama e status, mas por outro lado mostrou como é o comportamento dessa geração yuppie que dominava as ações no final dos anos 80. Uma excelente opção de cinema e pré-requisito obrigatório para entender a continuação Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme.