Diferente da premiação do ano passado, essa 83ª edição do Oscar surpreendeu pela sua falta de glamour e de graça. Os apresentadores se esforçaram e, apesar do nervosismo, foram engraçados em alguns momentos (James Franco e Anne Hathaway estavam muito bem, à lá apresentadores do MTV Movie Awards), mas a cerimônia errou em se condensar, e alguns momentos interessantes do ano passado, como aquela homenagem aos indicados pelos prêmios de melhor ator e atriz, não aconteceram. Uma pena.
Kirk Douglas, (aquele do Spartacus lembram?) apareceu do limbo e foi um querido, fazendo piadas sobre si mesmo, sensualizando Anne, e entregando o prêmio merecido para Melissa Leo de O Vencedor, que desde Rio Congelado já tinha atraído os olhos da academia. Merecido também foi o prêmio para Christian Bale, que emagreceu no mesmo filme de Leo como já havia feito em O Operário, mas que ficou ainda mais estranho com aquela barba ruiva/alaranjada, não consegue deixá-lo feio.
Natalie Portman ganhou como melhor atriz, e todo mundo já sabia. E DAÍ? Foi lindo e emocionante mesmo assim! A gente esperava isso desde 2004, quando ela perdeu pra Cate Blanchett (que merecia muito mais o Oscar por Não Estou Lá do que por Aviador). Colin Firth também confirmou apostas (KÉDIZÊ, NÉ TT?), subindo ao palco por sua atuação em O Discurso do Rei. Mas o fato é que: tá tudo errado, Brasil! Era pra ele ter ganhando ano passado por Direito de Amar e deixado o Bridges ganhar esse ano!! É a academia fazendo o que sabe fazer de melhor: média entre os atores.
Mas o Oscar desse ano só foi UÓ, por causa do Discurso do Rei: MELHOR DIREÇÃO? MELHOR FILME DE 2011?!?! ONDE? CADÊ? DESDE QUANDO?
A cara de frustração, de “não é possível”, de “cê tá zoando com a minha cara” foi generalizada. Mas, pensando que o Oscar sinaliza tendências e pensamentos, quando se propõe a premiar o que foi feito de melhor, o que significa dar o prêmio para Discurso do Rei?
Me lembrou a edição de 1999 (ano em que, acredito eu, foi cometida a última grande injustiça da academia – 2003 com Chicago não foi tão sério assim), quando premiou Shakespeare Apaixonado, um filme bem feito, mas sem graça e nada relevante, que não simboliza tendências, não inova (e com relação à essas demandas, o mediano Chicago estava ok), ou seja: um filme CORRETO, mas só. Não muda a vida de ninguém.
Nos dias de hoje, reafirmar conservadorismos não dá créditos, e foi o que a academia fez: enquanto fazia paródias aos moldes da MTV, buscando um público mais jovem, premiava um filme que definitivamente, não será lembrado daqui a dez anos (como nos disse nosso amigo Fabrício), e que NINGUÉM achou que merecia.
Ridículo, estranho, absurdo.
Não espero mais nada da Academia. Adoro o Oscar, mas até Rede Social merecia mais.
E não aposto mais em bolão.
Bgs!